Ao longo desta semana, de 22 a 26 de abril, centenas de povos diferentes se reunem em Brasília (DF) para a maior mobilização indígena do país. No ano em que completa 20 anos, o Acampamento Terra Livre traz como mote “Nosso marco é ancestral, sempre estivemos aqui ” em oposição à tese do Marco Temporal, que reduz aos povos tradicionais o direito a terras ocupadas antes de 1988.
O evento é organizado pela Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (APIB), entidade que reúne sete organizações indígenas regionais de base – ARPINSUL, COIAB, Conselho Terena, APOINME, Aty Guasu, Comissão Guarani Yvyrupã e ARPINSUDESTE. No canais da articulação nacional e das suas regionais é possível conferir a programação completa, bem como informações importantes, campanhas de arrecadação e atualizações.
Grupos e coletivos indígenas também usam a comunicação como ferramenta de luta, reivindicando a demarcação dos territórios e o respeito ao ambiente e aos direitos das comunidades já demarcadas, mas também disputando o campo do simbólico, demarcando também espaços virtuais como as redes sociais com narrativas próprias.
Vale conhecer o trabalho de coletivos como o Beture, Mídia Indígena, Mídia Guarani Mbya e comunicadores como Richard Wera, Vanessa Fe Ha, Luan Tremenbe, Sam Sateremawé, Edivan Guajajara, Kamikia Kisedje. Apoiadores como a Witness Brasil, que tem feito um trabalho de oficinas e de fortalecimento do trabalho dos comunicadores e comunicadoras indígenas, também compartilham registros e conteúdos produzidos no local. Juntas, estas e outras tantas pessoas e coletivos amplificam as pautas defendidas no acampamento, além de construir uma comunicação indígena protagonizada pelos próprios povos.
Texto: Bruno Pedrotti – Coletivo Catarse
Fotos: Vito Ribeiro – Witness Brasil