O Coletivo Catarse cruzou seus caminhos com os toques do grande tambor pelotense quando da aproximação com o Ponto de Cultura Quilombo do Sopapo e a consequente produção do documentário O Grande Tambor. Desde então (o ano era 2008), ressoa a história em diversas atividades do coletivo e também do Ponto de Cultura e Saúde Ventre Livre – a entrada da sede é, inclusive, adornada por um Tambor de Sopapo e um casco que aguarda para ser completado.

Tambor de Sopapo confeccionado por Mestre Baptista, casco montado por seu filho, Mestre Zé Batista, telas de Egun e Iemanjá pintadas por Paulo Montiel, e a porta de entrada para as salas da sede do Coletivo Catarse/Ponto de Cultura e Saúde Ventre Livre.
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Sem nunca ter parado, várias atividades foram realizadas ao londe desses anos, com atualizações do tema (em vários produtos de comunicação que estão colocados aqui nesta postagem ali embaixo, também situados em uma linha do tempo aqui neste site) e aprofundamentos de relação com a Família Baptista e novos projetos em vista.

Nina Batista e Mestre Zé Batista ao pôr-do-sol em sua casa, em Pelotas, em janeiro de 2025.
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Em fins de janeiro deste ano, então, uma equipe do Coletivo Catarse retornou a Pelotas para um encontro na casa da Família Baptista. Na pauta, além do carinho e as saudades, uma conversa sobre os próximos passos de uma produção que se inicia agora e que deve terminar em 12 meses. Nina Batista, produtora cultural, filha de Zé, neta de Dona Maria e Mestre Baptista, hoje é a protagonista de projetos que visam a expandir a memória histórica do Grande Tambor e impulsionar a sua produção – que segue pelas mãos de seu pai, sem parar desde que o saudoso Neives fez a sua passagem para o outro plano. Foi ela quem realizou o contato formal com o Coletivo Catarse e confeccionou o projeto “Sopapo – A História Não Contada”, uma série documental que contará com quatro episódios que mergulham profundamente numa parte da história ainda não muito explorada sobre o Tambor de Sopapo, um dos símbolos culturais mais significativos do Rio Grande do Sul e patrimônio imaterial da cidade de Pelotas. A série pretende se apoiar na trajetória do Sopapo desde suas raízes afrobrasileiras, nas charqueadas pelotenses, mas com foco, agora, mais voltado à sua reinvenção contemporânea.

Nesta fase, portanto, estão recém acontecendo os primeiros contatos entre a equipe, que vai, mais uma vez, criar a “ponte” Porto Alegre-Pelotas para esta produção audiovisual de um projeto aprovado na linha Memória e Patrimônio dos editais PNAB da Secretaria de Estado da Cultura do RS.

Este é um trabalho que tem um fim em si, mas que se conecta com praticamente todas as produções já realizadas envolvendo a Família Baptista, o Coletivo Catarse, o Tambor de Sopapo e outros parceiros. Deve ser, portanto, mais um capítulo, mais um volume de uma enciclopédia espontânea e de construção coletiva, que tem muita história já contada – nestes registros aqui abaixo -, mas que já ainda muito a se contar. Aguarde!

Referências:

  • Live de lançamento do livro de Mestre Zé Batista, “O Sopapo Contemporâneo – um elo com a ancestralidade”
  • livecast “O Grande Tambor em revista” (2020), um programa repassando uma década e atualizando as histórias contadas no documentário
  • entrevista original completa, degravada, com Mestre Baptista para o filme “O Grande Tambor”, clique aqui
  • podcast “O Grande Tambor 10 anos depois”, com 4 episódios conversando com os participantes da produção do documentário, trazendo memórias e impressões do passar de uma década do lançamento do filme, ouça aqui embaixo ou clique aqui

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Este encontro com a Família Baptista também faz parte das ações do Coletivo Catarse e Ponto de Cultura e Saúde Ventre Livre apoiadas no PROGRAMA RETOMADA CULTURAL RS – BOLSA FUNARTE DE APOIO A AÇÕES ARTÍSTICAS CONTINUADAS 2024.

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