Festival da Mirabal

Dia 24 de novembro aconteceu mais uma edição do Festival da Mirabal. Nesse ano, o evento aconteceu na Travessa dos Cataventos, na Casa de Cultura Mario Quintana, Centro Histórico de Porto Alegre.O Festival da Mirabal é um evento anual que acontece em ocasião a data de 25 de novembro, Dia Internacional de Combate à Violência Contra as Mulheres, escolhida em memória as Irmãs Mirabal, assassinadas pela ditadura de Trujillo na República Dominicana, e marca um dia de luta contra a violência machista e patriarcal. Há 8 anos, nesse mesmo dia, nascia a Ocupação Mulheres Mirabal em Porto Alegre, um espaço de acolhimento e abrigamento para mulheres em situação de violência. Organizada pelo Movimento de Mulheres Olga Benario, é a segunda ocupação de mulheres da América Latina e uma das 26 construídas pelo movimento no Brasil. O evento contou com feira de arte e artesanato , Roda de Slam Poesia e apresentações musicais de Mariele Aduké, Vicky Motta, The Monkeys Club, Os Replicantes e o Bloco Avisem a Shana. O festival teve o apoio da Casa de Cultura Mario Quintana, do Térreo CCMQ e das produtoras FitaLab, Garagem StudioPub, Coletivo Catarse e Ventre Livre Ponto de Cultura. As Fotos são de Ju Koetz e Ana Monjeló. Veja mais fotos no link: https://www.instagram.com/p/DC2nMQsRaxd/?img_index=1

Gretel

Cozinhar, para mim, sempre foi mais do que um simples ato. É um ritual, um espaço onde o ordinário vira algo mágico. Cresci observando minhas abuelas transformarem ingredientes simples em celebrações, mesmo em tempos difíceis. Mas será que aquelas mulheres, a quem tantas vezes recorremos por sustento e afeto, realmente queriam passar suas vidas na cozinha? Essa pergunta foi o ponto de partida para criar o espetáculo Gretel.A nossa releitura apresenta então a personagem subvertendo a relação entre patrão e empregada, ao decidir fazer uma torta para si mesma, celebrando o que é próprio, em vez de obedecer à ordem de preparar o jantar, por conta de um convidado de última hora. Esse gesto de Gretel, embora aparentemente simples, é um ato de muita coragem e autonomia (ao final de contas, ela é uma empregada), e desafia a hierarquia tradicional dos contos originais recolhidos pelos Irmãos Grimm, onde não tem nenhum príncipe salvando nenhuma princesa de nenhuma torre. Os contos que já atravessaram tantas fronteiras continuam a dialogar com questões de gênero, poder e autonomia. Com Gretel, colocamos em cena uma mulher que decide por si mesma, que toma as rédeas de sua história sem esperar um príncipe ou qualquer salvador externo. No palco, a cozinha deixa de ser um espaço de subserviência e se torna um laboratório de resistência. Leandro Silva, nosso diretor e idealizador da coisa toda, trouxe uma metáfora que guiou todo o processo criativo: o conceito de mise en place — a preparação cuidadosa dos ingredientes antes de cozinhar. Essa ideia moldou a mise en scène do espetáculo, em que cada detalhe importa e reforça a autonomia da personagem. Neste projeto somos 03 os cooperados que estamos envolvidos de forma muito direta. Com a criação visual de Billy Valdez Billy Valdez, criador das projeções multimídia, pretendemos destacar o papel dos elementos visuais como extensões simbólicas da personagem, ampliando sua subjetividade para além do palco. Já a trilha original de Marcelo Cougo, é um prato à parte. Ele mesmo define sua criação como uma “canção destemperada”, que ressoa com as tensões e quebras narrativas da história. As intervenções sonoras, musicais e os movimentos que misturam o arcaico (contação de histórias e teatro de bonecos) com as poéticas tecnológicas atuais, tornam Gretel uma obra coletiva no melhor sentido: é um manifesto artístico construído a muitas mãos, uma celebração do poder do grupo sem ofuscar as singularidades. Gretel a gulosa, a esperta, a astuta — essas são as traduções que encontramos do nome no conto original em suas diferentes traduções. Pra mim, é uma forma de lhe tirar importância à personagem, tornando-a indigna, irresponsável talvez.Mas, na nossa versão, ela é poderosa. Ao se presentear com a torta que escolheu fazer, ao beber os melhores vinhos da adega, Gretel celebra a si mesma e a todas as mulheres que encontram na sua vivacidade o “fatum”, ou destino, que as transforma. Ela é sua própria fada. Ah! e já que estamos, por que não falar um pouco do grande evento antecedente à mostra do espetáculo?O concurso Torta Gretel, que realizamos no Espaço Cultural Maria Maria, no último dia 7 de novembro, também carregou uma certa anarquia da ordem, e muita diversão. A cozinha – para aquele que a desfruta – sempre foi um espaço de criação artística assim como é o espaço das “Marias”. Ver jovens confeiteiros como Iago, o vencedor do concurso, a Paula, a segunda colocada, e o Lucas, o terceiro, brilhando com suas criações foi uma celebração. Ver amigos queridos na mesa do jurado técnico, rindo e degustando com seriedade cada fatia, me dava a sensação de serviço bem feito. O Leandro correndo pra lá e pra cá, sendo o melhor auditor de todos os tempos, me fez rir muitas e muitas vezes. O Billy, lutando entre as pessoas para conseguir tirar a melhor foto (e conseguiu!). E claro, a minha atenção no som envolvente do Marcelão, que, empolgadíssimo, não parou nem na hora de dar os parabéns ao vencedor. Veja as fotos do concurso aqui: https://www.instagram.com/p/DCW37fER7tr/?img_index=1 No fim, Gretel não é apenas um espetáculo. É uma provocação, um convite para repensarmos os espaços que ocupamos — ou que nos permitem ocupar. E, como atriz e produtora, é emocionante perceber que, em cada cena, estou não apenas representando, mas também compartilhando histórias que alimentam o público de novas ideias e esperanças. De 3 a 5 de dezembro, no Goethe Institut. Sessões às 15h e às 19h30A entrada é gratuita, e os ingressos podem ser retirados no Sympla, ou 1 hora antes , na bilheteria do local.Para mais informações, aqui seguem as redes oficiais do projeto: Instagram: @projetogretel – https://www.instagram.com/projetogretel/Site: https://espetaculogretel.wordpress.com/

Circuito Dandô – Ubiratan Carlos Gomes

No final de semana dos dias 16, 17 e 18 de agosto, tivemos a oportunidade de acompanhar a gira de Ubiratan Carlos Gomes, multi artista brasileiro, que dessa vez levou sua música, sua viola e voz, que é dele mas também de muitos outros, pelas cidades de Osório, Maquiné e Capão da Canoa. Acompanhado pelo músico e cooperado do Coletivo Catarse, Marcelo Cougo, a viagem contou com a direção de vera Remedi, Coordenadora Estadual do Dandô, que, junto com as coordenadoras de cada cidade, torna possível essa circulação de artistas pelo estado e pelo país, proporcionando trabalho digno, encontros artísticos, trocas culturais e afeto. O Circuito Dandô é um circuito de afetos e é nesse pegada quer as três noites correram. Primeiro em Osório, no Espaço Cultural Conceição e tendo como anfitriã da noite a banda Arauco, que tem muita coisa boa pra nos dizer. Essa apresentação contou com a participação mais que especial de Davi Pacote, sobrinho de Bira. Como era aniversário de 71 anos do Bira uma atividade comemorativa foi realizada. Em seguida rumamos para Maquiné para que, no Canto da Terra a magia dos bonecos do Grupo de Teatros de Bonecos A Divina Comédia, aquecesse a noite e os corações para que depois a música tomasse conta do espaço. Ainda nessa noite o encontro entre Bira e Hamilton, o guardião das sementes de Maquiné, mostrou mais uma vez o valor dos encontros proporcionados pelo Dandô., Por fim, com a abertura ilustre de Valdir Verona, fosse a vez de Capão da Canoa, no Aroma de Família Café. Mais um encontro de muitas trocas e alegrias. É bom a gente lembrar que essa iniciativa conta com o trabalho de pessoas como a Val, o Rafa, a Gisele, a Fabi, a Tilika, que a partir de suas cidades e suas redes levam cultura e arte pra sua gente, além de trabalho para os que vivem de fazer arte. Agradecimentos a elas e também a rede de apoiadores citando o Big Hotel e o CTG Estância da Serra, em Osório, a Pousada Recanto da Mata, em Maquiné (abraços à toda querida família que nos recebeu) e ao Serra Mar Hotel e Manus Churrascaria, em Capão da Canoa. Quem quiser conhecer, somar, aqui um link para o Circuito Dandô.

Sarau das Agroflorestas II – Comuna do Arvoredo

No início do mês de agosto, dia 10, a Floresta Urbana da Comuna do Arvoredo acolheu o encontro de trabalhadores, acadêmica(o)s, militantes, artistas, todo um pessoal que luta pela causa do meio ambiente através das Agroflorestas, opção fundamental para moradia, produção de alimentos, mudança de postura na vida e, principalmente, cuidados com a natureza e o planeta. Esse foi o segundo encontro, organizado pela Comuna, Coletivo Catarse e o coletivo da Carta das Agroflorestas. A Carta das Agroflorestas é uma iniciativa para enfrentar a crise climática e buscar alternativas baseadas na natureza para reassentar famílias que perderam seus lares na enchente de maio, regeneração dos solos erodidos pelas águas e reconstituição das matas devastadas pelo desenvolvimento capitalista desenfreado no RS. Esse segundo encontro trouxe as experiências de Fabianne Vezzani, Kátia Zanini, Vicente Guindani e Isabel Cristina Dalenogare em uma roda de conversa que depois foi aberta ao público presente. Logo em seguida tivemos as apresentações do Musical Talismã, Jéssica Nucci, acompanhada pelo Vicente Guindani, Rodrigo Apolinário e outros artistas que usaram do palco para expressar sua arte e posicionamento político. Esperamos em breve a realização do terceiro encontro.

Segue o Baile!

Em um fim de semana cheio de música e alegria na Comuna do Arvoredo (@comuna_do_arvoredo), Espaço Cultural Maria Maria (@mariamariaespacocultural), com as bênção de Fughetti Luz e El Comandante, seguimos nossas parcerias de trabalho e afetos, com Catarse e Ventre Livre e bailador! Sexta teve o lançamento do single Prosseguir, do cantautor Carlos Hahn, que junto de uma banda formada pelo baixista e cantor João Pedro, o tecladista Lucas Caiã e do percussionista Rolando Borges, levantou poeira no galpão roqueiro que se formou nas Marias. Muitos sons do velho patriarca do do rock gaúcho, Fughetti Luz, clássicos de Bob Dylan, Beatles, Raul e algumas autorais deram o tom de uma verdadeira celebração musical e de afetos. Foi a segunda vez de Carlos na Comuna e esperamos que venham muitas outras! No sábado, o baile prosseguiu com o Direito ao Delírio, grupo rico em percussões e harmonias, levando as batidas da música latina para uma novamente cheia garajona. La guitarra americana peleando aprendió a cantar, diz o coletivo de música latinoamericana, como se intitulam os delirantes, garantiu o direito de toda gente ao cantar, ao sonhar, as melodias e letras ricas em significado para além das questões puramente estéticas. Foi a primeira, que venham muitas outras! As fotos são da Dani Tolfo que, junto à sua irmã Márcia Tolfo, tocam de quinta à sábado esse espaço que está se constituindo em importante bastão da cultura no Centro Histórico de Porto Alegre.

A Modernidade do Brega: Estreia do Musical Talismã no Bar Ocidente

No último dia 25 de julho, o Musical Talismã fez sua estreia oficial no Bar Ocidente, histórica casa de espetáculos da capital gaúcha. Diante de um público diverso porém predominantemente “maduro”, e imerso na atmosfera intimista típica do Ocidente Acústico, o espetáculo apresentou novas versões da “Música Popular Brega Brasileira”.  O conjunto, formado por Álvaro Balaca (vocalista), Marcelo Cougo (baixista e vocalista), Rodrigo Vaz (guitarrista) e Ale Souza (baterista), apresentou um vasto repertório da música brega, incluindo sucessos de Odair José, Agnaldo Timóteo e Reginaldo Rossi.Segundo Balaca, o projeto foi inspirado no livro Eu Não Sou Cachorro Não, de Paulo César de Araújo, e visa resgatar e dar nova vida à música cafona e brega dos anos 70 e 80 que foi, de certa forma, esquecida: “O livro fala sobre questões políticas e sociais relativas à música cafona e brega dos anos 70 e 80. Há uma vertente da música popular brasileira que foi esquecida, de certa forma apagada da memória do povo.” Os integrantes da banda enfatizaram que o objetivo de modernizar a linguagem brega sem perder a essência que caracteriza o gênero. A banda está tentando descobrir novas formas de apresentar esses clássicos, mantendo a autenticidade das melodias originais, mas com uma roupagem atualizada. Cougo ressaltou que, apesar da sátira ser comum na abordagem de alguns artistas sobre o gênero brega, o Musical Talismã pretende realmente valorizar as melodias e o sentimento popular das músicas: “Nosso trabalho não é uma sátira, é um trabalho verdadeiro e emotivo. Valorizamos as melodias e o sentimento popular das letras, que falam direto ao coração do povo. Nada contra quem satiriza, mas essa não é nossa pegada.”  O evento de lançamento do Musical Talismã foi produzido pela Rei Magro Produções e o Coletivo Catarse, e contou com apoio da Cerveja Territórios, do Ao Belchior Antiquários, do Café com PANC e de toda galera que tem apoiado o projeto!. Para saber mais, acompanhe também a entrevista realizada pelos parceiros da rádio comunitária A Voz do Morro no link a seguir: https://www.podcasts.com/a-voz-do-morro/episode/entrevista-a-modernidade-do-brega-estreia-do-musical-talisma-no-bar-ocidente As fotos são de L.G. Ruwer.

Cine Marighella

Cine Marighella busca resgatar a memória de um herói brasileiro. A prisão do então deputado Carlos Marighella, em maio de 64, marca de forma intensa a trajetória de lutas do baiano que virou referência mundial na luta contra a opressão. O filme é uma produção do Coletivo Catarse e do Diretor Laurence West. Livremente inspirado na vida de Carlos Marighella e na história do Brasil, Cine Marighella tem no elenco Sandro Marques, Renato Caravaca, Marília Jacobini Brum, Flávio Peres, entre outros atores iniciantes, que se entregaram ao máximo para contar uma parte de nossa história.

Vaquinha pra ajudar a reerguer a Rockpedia

A Rockpedia é a rádio rock da internet e parceira do Coletivo Catarse. Depois de um problema gerado por um arrombamento na sede da rádio foi organizada uma vaquinha pra levantar fundos para a compra dos novos equipamentos da rádio. Deixemos o Luciano, fundador e tocador desse projeto tão importante falar sobre o caso:   https://www.vakinha.com.br/vaquinha/salve-a-rockpedia A Rockpedia precisa da sua ajuda. Peço a vocês, músicos, ouvintes e amigos da rádio rock, participem da nossa vakinha. Dia 03 de dezembro fomos roubados. Perdemos todo o nosso equipamento de trabalho. Levaram amplificadores, mesa de som, microfones e computadores que são a espinha dorsal do nosso trabalho. Nós promovemos música, cidadania, educação e cultura. doe qualquer valor. Nós ajude por favor! Informações BO: 04468625 https://www.youtube.com/watch?v=FqJ2XlLnBeI