Ventre Livre/Coletivo Catarse prensente no fechamento de atividades do Ponto de Cultura Africanidade, na Restinga

Numa ação para agregar parceiros, amigos e redes, o Ponto de Cultura Aficanidade fez ontem (30/11) o balanço histórico de suas atividades com o enfoque na continuidade! Não são poucas as expectativas e as iniciativas concretas de trabalho que este ponto, uma referência no bairro-cidade de Porto Alegre – sempre representado na importância da figura de Mestre José Ventura -, agora se vê às vésperas de realizar. Como não poderia deixar de ser, o Ponto de Cultura e Saúde Ventre Livre também se vê muito agradecido de fazer parte das funções e vem marcando presença com estes parceiros que agregam diversas frentes de relações. Aqui abaixo um relato do encontro de ontem realizado no Terreiro Oxum Demum, feito por André de Jesus. Alô! Alô! Comunidade! Final de 2023 chegando e 2024 batendo à nossa porta no ano deste grande Orixá Bará!!! Fomos contemplados com edital federal dos Ministérios da Justiça e da Cultura Pronasci/Cultura na cidade de Porto Alegre/Viamão, com parcerias em rede (tarrafas) com Ponto de Cultura Tambor Falante e o Centro Cultural Mestre Borel, com Alvo Cultural e Associação Força Maior da Pedreira, parceria e a realização AMO Ponto de Cultura, com certificação estadual. Nossa reunião de 30 de novembro teve uma grande representação de Pontos de Cultura, escolas públicas, entidades parceiras, agentes comunitários, artistas, meios de comunicação comunitários e representantes de comunidades de Terreiro. Realizamos nossa reunião trimestral do Comitê Gestor do Ponto de Cultura Africanidade/Restinga (André de Jesus e Denise Flores), Reino de Oxum Demun Mãe Cleide de Oxum, na Rua Arno Horn, 278, Restinga Velha. Presentes: Ponto de Cultura Quilombo do Sopapo (Cris e Alemão), Ponto de Cultura e Saúde Ventre Livre/Coletivo Catarse (Gustavo Türck), Ponto de Cultura Alvo Cultural (Ali), Ponto de Cultura Mídia Livre TV Restinga/Falante (Marcio Figueira), Maicon Martins (Vozes das ruas), Ponto de Cultura Mestre Borel (Jeff), Ponto de Cultura Tambor Falante (Cândido e Dayse reis), Escola Municipal Lidovino Fonton (Professora Cláudia), Associação Força Maior da Pedreira, Mestre Edu Nascimento, Mestre Zé Ventura, Mestre Felino (Grupo Capoeira Olufe), Yalorixás Mãe Cleide de Oxum e a Mãe Ana de Ossanha, Professora Sílvia Balestrin (DAD –UFRGS), Dr. Marco Maragato e nossa colaboradora de arte gráfica (Júlia). Tivemos um “salve!” em vídeo de Elisa Larkin (IPEAFRO – RJ), professores e a coordenação extensão IFRS Campus Restinga (Jean e Felipe) e da educadora slammer Poetadesperta. É a nossa defesa na sociedade e nos espaços, aquela que tem que ter atuação territorial cotidiana, tem que ter oferta de atividades gratuitas, precisando-se envolver diferentes agentes nos territórios, precisando atuar em rede no âmbito da Política Nacional Cultura Viva, com ações educativas, promoção da democracia e o combate às desigualdades! Fotos: divulgação dos presentes

RAP IN CENA pra todos

No último final de semana de outubro, dias 29 e 30, rolou mais uma edição do evento RAP IN CENA no Parque Harmonia, na cidade de Porto Alegre. O evento reuniu diversas atrações: quadra de basquete, pista de skate, locais para breakdance, graffiti, entre outros. Diferentes nomes da cena rap/hip-hop se apresentando em 3 palcos diferentes, entre eles Marcelo D2 e seu filho Sain, Daguedes, Negra Li, Racionais e outra cacetada de artistas. DJ Piá, oficineiro parceiro do Ventre Livre, também marcou presença, além de outros nomes clássicos da cena hip-hoper de POA como: DJ Brother Neni, DJ Anderson, DJ Buiu, DJ Nitro Di, DJ Nezzo e DJ Gepowers, grandes nomes que fizeram e fazem a cena em Porto Alegre e no Rio Grande do Sul. Um pouco dessa história você pode conferir no projeto Rap é Poesia. A Prefeitura de Porto Alegre distribuiu 6.000 ingressos cortesias para pontos de cultura, pessoas das perferias com baixa renda, marcha do Hip-Hop RS, comunidades indígenas, quilombolas e LGBTQIAP+. Mas porque o RAP IN CENA foi para todos estes que normalmente não tem acesso a este tipo de evento? Atribuímos essa grande distribuição de cortesias a um trabalho político de mobilização, pressão social, luta por direitos, espaços, recursos e visibilidade de movimentos sociais e culturais, rede de Pontos de Cultura, entre outros agentes que fazem da pauta cultura acessível a todos uma bandeira da mais alta relevância. Isto certamente refletiu na parceria que a prefeitura de Porto Alegre fez com a produção do evento. Com isso, o Ventre Livre pode oportunizar a ida gratuita ao evento de Kaingangs da Retomada Gãh Ré, alunos das oficinas de Discotecagem e DJ com o DJ Piá e amigos da nossa rede, todos pessoas não iriam ao evento devido alto custo de entrada, visto que esses mega festivais não são, de fato, acessíveis a população geral e para muitos fãs dos artistas que se apresentam. Enfim, colocamos o povo para dentro de um festival que deveria ser voltado para o povo, já que rap/hip-hop surgiram na periferia, embora hoje frequentem muito o mainstream. Segue alguns registros que o pessoal nos enviou. Os relatos são os mais diversos, com uma coisa em comum, todos se divertiram muito e curtiram demais essa oportunidade.

Frutos de resistência – Marcha das mulheres indígenas pelas lentes da Retomada Gah Ré

Em abril deste ano, pouco antes do Acampamento Terra Livre, a mulher araucária Gah Té plantou uma semente: “precisamos de oficinas para que a juventude da comunidade possa cobrir a ‘III Marcha das Mulheres Indígenas – Mulheres Biomas em defesa da Biodiversidade”. Setembro chegou trazendo os frutos: a juventude da retomada participou da marcha entre os dias 11 e 13 com a câmera em punho, registrando sua luta do seu próprio ponto de vista.

Oficina de fotografia na Retomada – dia 19 de agosto de 2023.

Dando continuidade à nossa formação em fotografia com jovens da Retomada kaingang Gãh Ré realizada com apoio da Witness Brasil, fui buscar o pessoal no Morro Santana. Lá deixei algumas instruções para Van Fej, que ia viajar com sua vó, Gãh Té, para Nonoai. Essa viagem ia ser a primeira da jovem como “fotógrafa” das atividades da Cacica. A nossa outra oficinanda, Fran, estava apoiando o trabalho de sua mãe com artesanatos. Desse modo fomos eu e Jonas rumo ao Centro, primeiro na Catarse, buscar equipamentos, e depois ao museu Júlio de Castilhos, onde estava tendo a Virada da exposição com coleções fotográficas indígenas no espaço Memória e Resistência. Nesse momento tivemos a companhia do Billy Valdez, fotógrafo do Coletivo Catarse. A visita por todos os cantos no museu rendeu várias fotos legais e pudemos seguir nossa oficina na prática. Depois, voltando para a sede da Catarse, foi o momento de aprender a baixar os arquivos no notebook e voltar pra Retomada, não sem antes deliciarmo-nos com um belo Xis coração de almoço! abaixo, algumas das imagens captadas por Jonas Durante a atividade. Texto: Marcelo CougoFotos da Oficina: Marcelo Cougo e Billy Valdez.

Na Trilha das Andarilhas pelas lentes da Retomada Gah Ré

Seguindo as oficinas de fotografia com a juventude Kaingang da Retomada Gah Ré com apoio da Witness Brasil, a função dessa vez foi no Centro de Porto Alegre. Acompanhar a peças “Na Trilha das Andarilhas”, do Quilombo do Sopapo dirigido pelo bonequeiro Leandro Silva, foi uma experiência muito impactante, tanto esteticamente como pelo discurso forte que ecoou pela Praça do Tambor e arredores. Uma oportunidade para o grupo de oficinandos ver e registrar a arte popular feita nas ruas, pelo povo e para o povo. Os bonecos gigantes da Trupi di Trapo, a música, tudo foi motivo de encantamento e observação cuidadosa pois, afinal, estávamos em “aula”. Uma aula de cidadania. Oportunizar aos jovens essa experiência foi muito legal! Mas também foi muito importante transitar portando máquinas modernas e manter o olhar atento ao que nos cercava. No final fomos toda turma comer uma deliciosa pizza no Mariamaria Espaco Cultural Aguardamos a próxima! Texto: Marcelo CougoFotos: Vanfejj, Jonas e Fran.

Ciclo Audiovisual de Impacto Social, com Vitor Ribeiro, em Porto Alegre

No inicio do mês de agosto recebemos o Vitor Ribeiro, video ativista e articulador da Witness Brasil, para uma sequência de encontros sobre o uso do vídeo como ferramenta de defesa de direitos e territórios. O primeiro encontro foi na noite de 4 de Agosto na sede do Cirandar, ponto de cultura com sede no Centro de Porto Alegre. Além de contar um pouco de sua trajetória no audiovisual, o documentarista, oficineiro multimidia e articulador social também trouxe um pouco da sua vivência na produção do filme a Rota da Canoa, junto da comunidade Caiçara de Piratininga, em Niterói/RJ. Um dos fundadores da Bombozila – maior plataforma brasileira de documentários online -, Vitor também trouxe dados importantes sobre os Streamings independentes. De acordo com o oficineiro, o Brasil é um dos países com mais plataformas independentes, tendo iniciativas voltadas para diferentes públicos batalhando pela diversidade nas telas, como Todes Play, Hands Play, Tela Trans, Amazonia Flix, entre outras. Ao final foi realizada uma exibição de curtas e bate papo. Na manhã do dia seguinte, o oficineiro carioca esteve junto dando sequência à série de oficinas de fotografias que estão sendo ministradas pelo Coletivo Catarse/Ponto de Cultura e Saúde Ventre Livre junto à jovens da Retomada Gãh Ré com apoio da Witness Brasil. Nessa ocasião, além de exercícios práticos de vídeo com o celular e exibição de filmes, tivemos a oportunidade de acompanhar nosso parceiro (oficinando do projeto CORAL), Vitor Ramón, compartilhando seu conhecimento com Vân Fejj, jovem kaingang, que está sendo preparada para registrar as atividades da Retomada. Ao final, um churrasco e a ida dos participantes para a I Carijada Kaatártica – importantes momentos de articulação e fortalecimento dos laços. texto e fotos: Marcelo Cougo e Bruno Pedrotti.

Comunicação, cultura, saúde e memória!

Dia 17 de julho o Coletivo Catarse/Ponto de Cultura e Saúde Ventre Livre recebeu do Instituto Brasileiro de Museus (Ibram) o reconhecimento como Ponto de Memória. O certificado comprava a atuação da cooperativa de trabalho e ponto de cultura em ações de museologia social, desenvolvendo ou apoiando “projetos e ações de museologia social, pautadas na gestão participativa e no vínculo com a comunidade e seu território, visando à identificação, registro, pesquisa e promoção do patrimônio material e imaterial, contribuindo para o reconhecimento e valorização da memória social brasileira”. O reconhecimento da entidade é uma grande conquista, que estimula a aprofundar e capilarizar esse trabalho. Mas o processo coletivo interno de se entender enquanto ponto de memória começa muito antes, sendo até difícil definir ao certo sua origem. Teria sido após a morte do Montiel, artista residente do Ponto de Cultura, quando a equipe viu a necessidade de impedir que a obra do artista se perdesse para a umidade, traças e cupins? Ou na catarse dos 18 anos, quando o coletivo percebeu que tinha quase duas décadas de acervo digital. Das jornadas de junho de 2013, passando pelas colheitas de arroz orgânico da Cootap/MST, ocupações urbanas, movimentos indígenas, iniciativas de agroecologia e manifestações culturais das mais diversas. Certamente um momento chave para este trabalho foi a festa dos 20 anos da aldeia Kaingang Fag Nhin, na Lomba do Pinheiro/Porto Alegre. Assistir ao filme “Indíos Urbanos” duas décadas depois junto da comunidade – agora consolidada -, que se reconhecia no registro e se orgulhava da mobilização que garantiu a permanência no território, conferiu significado ao trabalho. Momentos como esse reafirmam a importância dos registros audiovisuais. Mas também reforçam a urgência de seguir mantendo o que já está registrado, aprofundando a organização do acervo, disponibilizando e divulgando a memória audiovisual para o público em geral, e, principalmente, para as pessoas e grupos registrados.

Oficina DJ e formação de oficineiros Hiphopers com DJ Piá (Ciclo #3). Inscreva-se!

E atenção! Este é o ÚLTIMO ciclo do projeto, então não perde está oportunidade! Você pode realizar inscrição através do link. https://forms.gle/iSvwtiPyDfGFMGZY6 Vagas limitadas!!! Este é um projeto aprovado pelo DJ Piá no edital 08/2022 Cultura Viva no hip-hop – Residências Artísticas em Pontos de Cultura, financiamento da Secretaria da Cultura do Estado do Rio Grande do Sul. DJ Piá (@piaprodutor)Ponto de Cultura e Saúde Ventre Livre (@ventre_livre)Coletivo Catarse (@coletivocatarse)Sedac RS (@sedac_rs)Rede RS Pontos de Cultura (@rederspontosdecultura) sedacrs #djpia #pontosdecultura #ventrelivre #pontodeculturaesaudeventrelivre #coletivocatarse #oficinadehiphop #hiphop #cultura #portoalegre

Oficina de Discotecagem e Formação de Oficineiros HipHopers – com Piá

No Ponto de Cultura e Saúde Ventre Livre, dia 24 de janeiro, 18:30, inicia um curso gratuito e completo, com aulas divididas em teoria e prática, sendo utilizados toca-discos, mixer, microfones, caixas de som, controladoras e tudo o que envolve a prática. Confere aqui como foi a live de lançamento, com Piá dando a letra de como vai ser nossa oficina! E aí?! Quer te inscrever? Acessa este formulário: https://forms.gle/xMy2L711S1nPPUj27 Lembrando que as vagas são limitadas! Onde:Ponto de Cultura e Saúde Ventre LivreRua Fernando Machado, 464, Centro Histórico de Porto Alegre Quando:24/01 – 18:30 às 22:3025/01 – 18:30 às 22:3026/01 – 18:30 às 22:3031/01 – 18:30 às 22:3001/02 – 18:30 às 22:30

Encontro Coral Território Audiovisual

De 14 a 20 de novembro, comunicadores que usam o audiovisual para defesa de território estiveram reunidos em Paraty/RJ. Convocado pela Witness – ONG que defende o direito de filmar – o encontro foi o primeiro a reunir os participantes brasileiros da rede Coral – Coletivos Reunidos da América Latina. Em paralelo e traçando conexões, companheiras e companheiros de outros territórios latinoamericanos se reuniram na Cidade do México. A semana de trabalho foi intensa, com diversas atividades de formação, aprofundamento de capacidades, compartilhamento de saberes e vídeos produzidos nos diferentes territórios. E, de fato, o evento conseguiu reunir representar um pouco da diversidade territórial Brasileira, com participação de grupos do norte do Amazonas, fronteira com a Venezuela, até grupos do Rio Grande do Sul, vizinhos do Uruguai e Argentina. Além das atividades teóricas e práticas, realizadas no Silo Cultural (Ponto de Cultura local de Paraty) foram realizadas saídas em grupo para as praias do Sono e da Trindade, nas quais os grupos acompanharam as atividades de pesca artesanal dos grupos Caiçaras que vivem na região. Ponto culminante de um processo híbrido de formação de formadores em gestação desde 2021, o encontro conseguiu juntar diversos coletivos do país na missão de tecer uma rede independente. Diversas sementes foram plantadas, reforçando a necessidade entre os coletivos de mais encontros e espaços de fortalecimentos dos diversos territórios participantes da articulação. Porém, seguiu o desafio de integrar o grupo de coletivos brasileiros aos companheiros do restante de Abya Yala – tarefa complexa dadas as barreiras linguísticas e culturais, mas imprencisdível para se alcançar uma solidariedade continental que conecte os territórios em luta. Texto: Bruno Pedrotti.Fotos: Paulinho Bettanzos.