Enquanto a Luz Não Chega: primeiras gravações movimentam equipe e locais da cidade

Texto: Lorena Sanchez / Revisão: Anahi Fros / Fotos e vídeo: Maria Luiza Apollo O curta-metragem Enquanto a Luz Não Chega, do Coletivo Catarse, concluiu com êxito seu primeiro período de gravações. Durante uma semana intensa de imersão, a equipe ocupou diferentes espaços da capital gaúcha para dar vida aos personagens Téo e Ciça. A preparação foi minuciosa: visitas técnicas, ensaios de mesa e estudos de luz antecederam as filmagens. O centro das gravações ocorreu em um apartamento no alto do bairro Teresópolis, em Porto Alegre — local que, além de oferecer uma vista inspiradora da cidade, também é um dos cenários principais da narrativa. É lá que se desenrola a história do casal: o amor, o silêncio, o estranhamento e a espera. A luz — ou a ausência dela — assume papel central no projeto, criando atmosferas e tensões dramáticas que não devem ser ajustadas mediante edição na pós-produção, mas construídas ao máximo ao vivo. Um exemplo disso é a marcante Cena 19, ponto de virada da trama, em que o apagão e a escuridão envolvem os protagonistas em uma coreografia precisa de luz, sombra e interpretação. Este é um trabalho que não se desenvolve ao acaso, mas se materializa de uma intenção crescente após anos de trabalho e parceria com a Cia Lumbra — casa há mais de 20 anos de Alexandre Fávero, que assina a Direção de Arte do filme, trazendo toda sua experiência no teatro de sombras para um mix de linguagens pretendido por esta obra audiovisual. Além das filmagens no apartamento, a equipe realizou, no mesmo período, cenas em outras locações que exigiram grande produção. Graças ao planejamento cuidadoso e às parcerias estabelecidas com os locais visitados, as gravações transcorreram de maneira ágil e eficiente. E, somando-se aos protagonistas, um expressivo grupo de figurantes colaborou com entusiasmo e disposição para o processo criativo. Foram muitos momentos em que pessoas e os espaços que acolheram o projeto demonstraram grande receptividade e envolvimento, garantindo condições ideais de trabalho para toda a equipe. A SABER Enquanto a Luz Não Chega é um curta-metragem de ficção produzido pelo Coletivo Catarse (Contemplado na LPG Porto Alegre na linha de Produção de Curtas-metragens), que propõe uma reflexão sobre os impactos da tecnologia nas relações humanas. Enquanto a Luz Não Chega é um curta-metragem de ficção produzido pelo Coletivo Catarse/Ponto de Cultura e Saúde Ventre Livre, financiada com recursos da Lei Paulo Gustavo (Linha 3: Produção de curta-metragem por empresas produtoras)

O caminho de Vasalisa

“Vasalisa, a Sabida” convida o público a embarcar em uma jornada sensorial e reflexiva, inspirada no conto russo homônimo, conforme reinterpretado por Clarissa Pinkola Estés, em seu livro “Mulheres que Correm com os Lobos” (2018). Com duração de 50 minutos, o espetáculo combina áudio drama, contação de histórias, teatro de animação, bem como a dança em ação cênica, criando uma experiência de múltiplas linguagens que fomenta a conscientização acerca da psique feminina em suas diversas nuances, bem como, possíveis outras visões do ponto de vista do olhar das mulheres sobre as relações em sociedade. Um espetáculo híbrido, em processo final de gestação, que percorre a jornada de iniciação feminina em seus saberes, onde, por meio de seus sentidos, as mulheres aprendem a nutrir suas ideias, destacando a importância do resgate da intuição e da presença das mulheres no mundo, tão subjugadas pelo patriarcado. Como guardiãs do fogo criativo, estão profundamente conectadas aos ciclos de vida, morte e renascimento que permeiam a natureza, definindo assim o significado de ser uma mulher iniciada. A obra se baseia na fábula do folclore russo, “Vasalisa, a Bela” – recopilação do folclorista russo Aleksandre Afanasev (1826/1871), na versão de Clarissa Pinkola Estés, apresentada no livro Mulheres que correm com os lobos (2018). O conto foi reinterpretado, neste trabalho, por meio de uma pesquisa autoral que busca resgatar e valorizar as subjetividades e o modus operandi da atuação feminina na sociedade, promovendo a reflexão acerca da invisibilização e do silenciamento das mulheres pelo sistema patriarcal ao longo dos tempos, desde a sua institucionalização. A encenação está sendo concebida a partir da linguagem do áudio drama, ou seja, de uma história dramatizada em áudio, que transporta o espectador para distintos cenários a partir de uma composição de sonoridades entrelaçadas à narrativa da contação de histórias. Desse modo, a questão da acessibilidade e inclusão, já são trazidas em seu conceito, através da audiodescrição para pessoas com deficiência visual. A pesquisa opera na perspectiva de uma cena expandida, definida por Gabriela Monteiro, em seu artigo A Cena Expandida: alguns pressupostos para o teatro do século XXI, como, “aquela que se articula diretamente a áreas artísticas distintas, em uma espécie de convergência que tangencia conhecimentos oriundos das artes cênicas, visuais, das mídias audiovisuais, da performance, da dança, da literatura e da fotografia”. Fazendo parte do escopo das teatralidades contemporâneas. Aline FerrazRoteiro em áudio, direção, dramaturgia, cenários e elementos cênicos, figurinos e atuação. Têmis NicolaidisRoteiro em áudio, direção, dramaturgia, cenários e elementos cênicos, figurinos e atuação Lorena SánchezDireção de Produção e assistência de direção cênica Raul VogesDireção de movimento coreográfico Marcelo Cougo e Marcelo EguezTrilha sonora original Billy ValdezFotografia e registro audiovisual Gustavo TürckProdução sonora Ethiéne GuerraAssistência e confecção de figurinos. RealizaçãoColetivo Catarse/ Ponto de Cultura Ventre Livre e Projeta Matricêntrica. ApoioComuna do Arvoredo