Coletivo Catarse está na Guatemala para discutir estratégias de defesa às democracias latinoamericanas

Em virtude de um histórico de trabalhos nas áreas de ativismo da comunicação, com enfoque na defesa dos direitos humanos de diversas populações ao longo de duas décadas, o Coletivo Catarse participa entre os dias 5 e 8 de maio do evento “Democracias bajo ataque – de la crisis a la estrategia”. A presença do Coletivo também é fruto de relações consolidadas com diversos ativistas de caminhada reconhecida, como o jornalista estadunidense Michael Fox, com quem realizamos duas séries de podcasts: “Brazil on fire”, sobre a escalada do fascismo contemporâneo no Brasil – clique aqui -, e “Under the shadow”, sobre a história da ação dos Estados Unidos na América Central, destacando os 200 anos da Doutrina Monroe – clique aqui. O encontro ocorre na cidade de Panajachel, Lago de Atitlán, Guatemala. Cerca de uma centena de representantes de diversos países das Américas levarão seus pontos de vista e farão a reflexão práticas sobre os riscos do ataque à democracia a partir do avanço de ideários extremos aproximados ao fascismo, da criminalização da sociedade civil e dos movimentos sociais que se opõem a essas ideias, que são cada vez mais devastadoras. É um espaço para trocas, também, à construção de alternativas e estratégias de enfrentamento dessas forças autoritárias – já muito aprofundadas principalmente nas Américas -, tendo como guia a força de organização das resistências populares, comunitárias e indígenas. Todos os países participantes têm histórico no tema e também avanços a compartilhar – exemplos, ideias de como movimentar um continente, um mundo de uma forma diferente. O representante do Coletivo Catarse, já na chegada à Ciudad de Guatemala neste domingo, ao se apresentar como proveniente de Porto Alegre e atuante junto aos povos origináros, aos excluídos, ao meio cultural de base comunitária, entre tantos outros, escutou de pronto a resposta de um mexicano: “A capital do Fórum Social Mundial”. Um outro mundo já foi possível em algum momento. E por que, novamente, não o seria? Confira os materiais do evento com a listagem de participantes e a programação. Canais de comunicação:Cuenta oficial del evento (Democracias en las Americas)FOCO: Facebook, X (Twitter) e InstagramGlobal Exchange: Facebook, X (Twitter), Instagram , BlueSky e  YouTubeRompeviento TV: YouTube Ao final, será feita nova publicação com os resultados.

Boletim sonoro: entrevista bilíngue entre rádios comunitárias do Brasil e do Chile durante o ELAOPA

Direto de Santiago do Chile, durante o XV Encontro Latino-Americano de Organizações Populares Autônomas (ELAOPA), a Rádio A Voz do Morro realizou uma entrevista bilíngue com a Rádio JGM, ambas integrantes da Rede Coral de coletivos de comunicação popular. Caso você ainda não tenha lido a primeira reportagem sobre o encontro, clique aqui. A iniciativa se inspirou em uma experiência anterior, quando integrantes das rádios comunitárias uruguaias Germinal e La Villa FM estiveram em Porto Alegre para uma transmissão simultânea  com A Voz do Morro. Na ocasião, primeiro os brasileiros entrevistaram os uruguaios e em seguida, foi a vez deles conduzirem a entrevista. O intercâmbio entre as rádios chama atenção para as lutas por território, moradia, acesso à água e vida digna nos bairros periféricos — seja aos pés da cordilheira chilena ou nos morros brasileiros. Os coletivos reforçam a urgência de consolidar redes comunicação popular latinoamericanas (como a Rede Coral), buscando a apropriação dos meios e a criarem suas próprias narrativas. Reproduzimos aqui o áudio e a tradução da entrevista bilíngue, realizada em 26 de janeiro de 2025, na comunidade La Bandera, em Santiago, Chile. Primeiramente, ouviremos Frecia Ramírez, representante da Rádio JGM, entrevistando Vítor Ramon, da Voz do Morro. Depois, os papéis se invertem. Entrevista da Rádio A Voz do Morro (Brasil) com a Rádio JGM (Chile) Vitor Ramon – Rádio A Voz do Morro: Salve, salve, povo! Estamos aqui diretamente de Santiago, Chile, conversando com o pessoal da Rádio JGM. Estamos com a companheira aqui — peço que se apresente. Frecia Ramírez – Rádio JGM: Olá, meu nome é Frecia Ramírez. Faço parte da Rádio JGM, sou produtora desde o ano passado e integro a equipe que coordena essa maravilhosa experiência de comunicação. Vitor Ramon – Rádio A Voz do Morro: Dale! Você pode nos contar um pouco sobre a história da rádio? Como ela se organiza, como começou? Frecia Ramírez – Rádio JGM: A Rádio JGM começou há 17 anos como uma iniciativa emergencial, criada por estudantes de jornalismo da Universidade do Chile com o apoio de acadêmicos e pesquisadores. Ao longo dos anos, passou por várias transformações. A cada ano, temos uma rádio JGM diferente, pois ela é moldada por quem a compõe. Atualmente, está sendo organizada por estudantes, professores e funcionários públicos que se dedicam a promover o aprendizado em comunicação — não apenas para estudantes de jornalismo, mas também para estudantes de diversas áreas que veem a comunicação como uma ferramenta de transformação social. Vitor Ramon – Rádio A Voz do Morro: Dale! No Brasil, chamamos essa relação entre universidade e comunidade de “extensão” ou “extensão popular”. Não sei qual é o nome que vocês usam, mas qual a importância da universidade estar diretamente conectada aos bairros, à comunidade? Frecia Ramírez – Rádio JGM: Nós incentivamos principalmente quem passa pela Rádio JGM a adotar uma perspectiva alternativa à publicidade dominante, pois já temos grandes conglomerados criando uma imprensa hegemônica — e não é esse tipo de comunicação que queremos reproduzir, seja em suas fontes ou em seus formatos. Convidamos quem integra a JGM a romper com esses estereótipos, a buscar vozes alternativas, a colocar no centro os movimentos sociais — os que exigem água, moradia, os que estão aqui no ELAOPA. Queremos tornar essas vozes visíveis, construir formas alternativas de comunicação. Também reconhecemos o privilégio de estarmos vinculados à Universidade do Chile — temos apoio e financiamento, e isso nos compromete a praticar (e convidar outros a praticar) uma comunicação comunitária, baseada em práticas coletivas. Buscamos romper com os padrões da comunicação hegemônica, trazer temas como educação de mulheres, infância, e outras vozes silenciadas. Muitos têm voz, mas apenas uma classe social está representada nos grandes meios. Para romper com isso, convidamos à desconstrução da comunicação — a “soltar o rádio”, transformá-lo, por que não, em algo visual, em outras formas de expressão que façam sentido nas comunidades. Esse trabalho é construído com a conexão entre três níveis dentro da universidade: professores, técnicos e estudantes. Isso impulsiona a própria universidade a ir além de si, a ir para outros territórios. Não para ensinar o que é comunicação — porque nem nós a conhecemos por completo — mas para desmontá-la e praticá-la. A prática, o “aprender fazendo”, está no coração da rádio. Vitor Ramon – Rádio A Voz do Morro: Baita! Conta pra gente sobre essa relação entre a cordilheira e o morro. Para além do ELAOPA, como você vê esses intercâmbios culturais e comunicacionais em que as duas rádios estão envolvidas? Frecia Ramírez – Rádio JGM: A Rádio JGM faz parte de diversas redes de comunicação, como a Rede Coral, a Associação Mundial de Rádios Comunitárias e a Associação Nacional de Comunicadores e Meios Comunitários. Participamos de todos esses espaços, e hoje estamos no ELAOPA 2025 porque entendemos a comunicação como uma ferramenta de transformação social. Convidamos todos que estão ouvindo a também se perguntar: o que estamos vendo? E por que não estamos vendo outras coisas? O nosso chamado é sempre para trocar o canal da televisão, desligar os grandes rádios e sintonizar nos meios independentes e comunitários. E, mais do que isso, que cada pessoa possa construir sua própria comunicação — porque nossa voz importa, e precisamos lutar para que ela seja representativa. Precisamos de meios que nos representem, e que fortaleçam, de mãos dadas, a comunicação popular e as organizações de base. Vitor Ramon – Rádio A Voz do Morro: Bom, quer deixar uma mensagem final pra gente? Frecia Ramírez – Rádio JGM: A mensagem final é que possamos replicar esse tipo de encontro em todos os territórios. Que os meios comunitários e independentes se multipliquem e se fortaleçam — e isso só será possível com nossa participação, nos envolvendo, não sendo apenas ouvintes passivos. O chamado é para apoiar esses processos de comunicação comunitária, para entender a comunicação como uma ferramenta acessível a todos — independentemente da idade, da força ou da classe social. Entrevista da Rádio JGM (Chile) com a Rádio A Voz do Morro (Brasil) Vitor …

Rádio comunitária A Voz do Morro participa do XV ELAOPA em Santiago do Chile

Foto destacada: Antônio – Cooperativa de Trabajo Audiovisual Trashumante Nos dias 25 e 26 de janeiro, a rádio comunitária A Voz do Morro esteve em Santiago do Chile para cobrir o XV Encontro Latino-Americano de Organizações Populares Autônomas (ELAOPA). O evento reuniu mais de 400 lutadores e lutadoras sociais na Población La Bandera, na periferia da capital chilena, território marcado pela resistência e pela atuação do Movimiento Solidario Vida Digna, anfitrião do encontro. Foto: Repórter Popular Delegações de mais de 100 movimentos sociais participaram da atividade, com participantes vindos do Chile, Argentina, Uruguai, Brasil, Paraguai, Estados Unidos e Alemanha. Os debates abordaram temas como território e comunidade, lutas das trabalhadoras do setor público e privado, desafios do movimento estudantil, luta socioambiental e memória, cultura e agitação. Do morro à cordilheira Mais de dois mil quilômetros separam o Morro Santana — ponto mais alto da crista de morros de Porto Alegre — da Cordilheira dos Andes. E foi até lá que nosso correspondente, Vitor Ramon, aportou com seu olhar atento, representando a Rede Coral de coletivos, em uma cobertura colaborativa entre veículos parceiros como o Coletivo Catarse  e o Repórter Popular. Para custear a viagem, uma campanha solidária foi aberta. Além disso, uma ecotrilha foi organizada junto ao Preserve Morro Santana. As iniciativas somadas a apoios do canal Voz Trabalhadora, do Coletivo Catarse e de diversos apoiadores anônimos arrecadou mais de 3 mil reais. Durante a passagem por Santiago, foi possível estreitar laços com outras iniciativas de comunicação popular, como a rádio JGM, também integrante da Rede Coral (experiência que será compartilhada em breve). Mas, para além das ondas sonoras das rádios comunitárias, acompanhamos outra tradição da cultura libertária expressa, com a pintura de um mural em conjunto com os coletivos Brigada Muralista Ana Luisa (Chile), Pinte e Lute (Florianópolis) e o antigo Muralha Rubro Negra (Porto Alegre). A grande arte conjunta com a consigna “Apoio mútuo” ganhou cor nas ruas que deram origem à tradição libertária do muralismo combativo. Nos retoques finais, cada coletivo deixou sua marca na pintura, assinando a construção coletiva. No alto da Cordilheira, a Bola 8 — uma das marcas mais características do Morro Santana — foi pintada como elo simbólico entre territórios distantes, mas unidos pela solidariedade, pela luta e pela arte.   Assista o primeiro vídeo da cobertura produzido pela Voz do Morro sobre o mural pintado em Santiago: Relação histórica e combativa A relação do Morro Santana com o ELAOPA é histórica, com presença marcada desde a primeira edição do encontro, em 2003, junto ao Comitê de Resistência Popular da Zona Leste. O encontro surgiu como alternativa autônoma e combativa ao Fórum Social Mundial, com ênfase na luta contra a Área de Livre Comércio das Américas (ALCA), cuja votação estava prevista para o ano seguinte. Já em 11 de outubro de 2009, um mural foi pintado na Vila Estrutural, no Morro Santana, em alusão ao “Último Dia de Liberdade das Américas” — referência à invasão europeia em 1492. A ação foi um desdobramento do VII ELAOPA, realizado naquele ano em Buenos Aires, Argentina. Em fevereiro de 2010, ocorreu o VIII ELAOPA na Colonia de Vacaciones del Sindicato de Artes Graficas, próximo a Montevidéu (Uruguai). O Combate Audiovisual (uma espécie de “braço audiovisual”) da Voz do Morro produziu um documentário sobre o encontro. Em julho daquele ano, uma comissão de uma rádio comunitária uruguaia veio para Porto Alegre conhecer a experiência local, momento em que foi realizada uma transmissão simultânea na Voz do Morro junto as rádios comunitárias uruguaias Germinal e La Villa FM. Além disso, os ELAOPAS de 2019 e  2023 também tiveram coberturas audiovisuais realizadas pelos coletivos Repórter Popular e Coletivo Catarse, que contam com integrantes da rádio A Voz do Morro. 

Gah Ré – ferramentas para reflorestar

Desde a retomada do território aos pés da pedreira do Morro Santana (Zona Leste de Porto Alegre), em outubro de 2023, a cacica e kujá (liderança espiritual) Gah Té Kaingang já falava da importância da presença da comunidade no local como forma de preservar as vegetações nativas da região. De fato, ao longo dos quase dois anos naquela área, a aldeia kaingang e seus apoiadores já realizaram diversos plantios de mudas nativas e manejo de invasoras, mas sempre de forma independente e com recursos próprios. Até agora.

MET Ecossistema Audiovisual

O Coletivo catarse está participando do projeto Metropolitano RS: Ecossistema Audiovisual, integrando Grupos de Trabalho, participando de reuniões e formulação de chamamentos e ações relacionadas ao plano de trabalho, além de suporte em equipamentos e registro dos encontros. O Metropolitano RS é um ecossistema colaborativo que conecta professores, alunos, produtoras e iniciativas do audiovisual da Região Metropolitana de Porto Alegre. Com foco na descentralização e no fortalecimento das produções independentes, a rede busca criar oportunidades concretas, impulsionar a diversidade de narrativas e consolidar uma identidade audiovisual própria para o estado do Rio Grande do Sul. Formado por 19 produtoras de Porto Alegre, 12 de Canoas, 9 de Alvorada, além de representantes de Novo Hamburgo, Gravataí, Sapiranga, Ronda Alta e Dois Irmãos, o Metropolitano RS promove ações estratégicas para estimular a produção audiovisual regional. A iniciativa nasceu da articulação entre a Animal Produtora, a NGM Produções & Promoções e o Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul – Campus Alvorada, uma instituição pública que desde 2015 forma novos profissionais na área de Produção Cultural e Design. Com três cursos na área — Produção Multimídia, Produção de Áudio e Vídeo e Processos Fotográficos — o IFRS se consolidou como um polo estratégico para a formação técnica, criativa e crítica dos futuros profissionais do audiovisual gaúcho. O projeto foi viabilizado por meio dos recursos do Edital SEDAC 13/2023 da Lei Paulo Gustavo (LPG), com o objetivo de fomentar a retomada do setor cultural no estado pós-pandemia. O ecossistema tem como meta Capacitação Profissional, Distribuição de Obras, Memória e Acervo e Ações Afirmativas e, entre suas principais ações, estão a Residência Audiovisual, Circuito Exibidor, Workshops e Oficinas, Apoio a Festivais Regionais (FECIC, FECEA e FUCA), entrega do Prêmio METROPOLITANO RS valorizando produções que se destacaram na região e o desenvolvimento do Hub de Acessibilidade. O formato de trabalho do Metropolitano RS é baseado em uma gestão colaborativa, estruturada em um Comitê Gestor rotativo e grupos de trabalho organizados por metas específicas. Essa dinâmica garante maior participação dos envolvidos, descentralizando as decisões e promovendo uma construção coletiva e democrática do ecossistema. Com uma estrutura que une mercado, academia e políticas públicas, o Metropolitano RS convida empresas, profissionais do setor, alunos e professores a se conectarem a essa rede inovadora e colaborativa. Todas as ações do METROPOLITANO RS são divulgadas nas redes sociais do projeto: Instagram (@metrs.audiovisual) e Site, ainda em construção, (https://metropolitanors.com.br) e o contato pode ser feito através do e-mail ecossistema.audiovisual@alvorada.ifrs.edu.br. Acompanhe também as ações envolvendo o Coletivo Catarse nas nossas redes e site. As imagens são do banco de imagens do Projeto.

Assembleia Geral elege nova direção do Coletivo Catarse

O Coletivo, Ponto de Cultura e Saúde Ventre Livre, é formalizado como uma cooperativa de trabalho – a Cooperativa de Trabalho Catarse – Coletivo de Comunicação e Produção Cultural Ltda.. Este é o “chapéu burocrático” que permite a realização de tantos projetos e a manutenção dos direitos sociais dos seus cooperados. Neste 10 de março, portanto, foi realizada a Assembleia Geral Ordinária, em formato híbrido, quando 100% dos 13 cooperados se fizeram presentes, analisaram as contas do exercício 2024, elegeram nova gestão para o biênio 2025/26 e um novo Conselho Fiscal, além de discutir as perspectivas de projetos para este ano já em plena atividade. Sob Nova Direção Por aclamação, foram eleitos Bruno Pedrotti, presidente, Lorena Sanchez, vice-presidenta, e Gustavo Türck, diretor financeiro, substituindo Têmis Nicolaidis, que ficou à frente do CNPJ por 4 anos – Bruno fora também o financeiro nesse período. A nova “gerência da lojinha” toma posse a partir de 28/03, pronta para assinar muitos papeis e formalizar novos convênios para não parar a roda!

Dos vales do litoral para o Vale Arvoredo

Ao longo de mais de uma década, o Coletivo Catarse/Ponto de Cultura e Saúde Ventre Livre vem realizando, em parcerias e ações diretas, diversas atividades relacionadas à Palmeira Juçara. Um legado que a cooperativa assumiu a partir do entendimento do que seria uma solução aos problemas socioeconômicos e ambientais – a agroecologia! – e das relações pessoais e institucionais remanescentes dos trabalhos da Rede Juçara. A partir disso, coletando sacos e mais sacos de sementes de frutos despolpados, pricipalmente provenientes de localidades em Maquiné e Três Cachoeiras, litoral norte do RS, o coletivo tomou a iniciativa de semear a lanço uma nesga de mata nativa em recuperação em um sítio em Triunfo, a 40 km de Porto Alegre. Já se passaram 9 anos de uma atividade que marcou o Planejamento Estratégico de 2016 – e a mata virou um berçário de Palmeiras Juçaras. Neste link aqui, é possível conferir que, em setembro do ano passado, foi realizada uma ação de coleta de cerca de 50 mudas, que hoje estão num viveiro montado aos fundos da sede do Coletivo Catarse, na Comuna do Arvoredo – literalmente uma ilha de verde no meio do oceando de concreto do Centro Histórico de Porto Alegre. Essas mudas passaram por alguns meses de consolidação e estão iniciando suas jornadas para novos locais. As primeiras 4, já com crescimento bem evidente, estão a caminho do Vale Arvoredo, um ponto de cultura parceiro, espaço de resistência com vocações ecológicas e de residência artística situado em Morro Reuter. Um local que já foi cenário de trabalhos como Criaturas da Literatura e A Viagem de Jacinto – entre várias outras empreitadas que o Coletivo Catarse já participou. Confere o site do Vale e também esses dois trabalhos aqui abaixo: Também vale a pena assistir à Trilogia O ser Juçara (clique aqui e vá para a página especial sobre a Palmeira Juçara neste site), uma coprodução com a Associação Içara, exatamente o trabalho que gerou as sementes que foram lançadas na mata em Triunfo durante o Planejamento Estratégico da Cooperativa de Trabalho Catarse – Coletivo de Comunicação e Produção Cultural Ltda., em 2016. Nessas fotos abaixo, mais jovens, está a equipe da época em ação (destaque para as participações da então diretora financeira do Coletivo, Patrícia de Camillis, e do Professor Pedro Costa, hoje vice-reitor da UFRGS. Quem planta colhe!

Reflorestamento na Retomada Gãh Ré

No calor abafado do verão porto alegrense, na tarde do dia 22 de janeiro do corrente ano, reuniram-se, na Retomada Gãh Ré, os coletivos articuladores do projeto “Reflorestamento, resiliência climática e restauração do modo de vida Kaingang em um território em Retomada em Porto Alegre – RS”. O projeto foi inscrito e aprovado no Edital Reconstruir RS – 2024, do Fundo Casa Sócio Ambiental. Junto às lideranças da Retomada, tendo à frente a cacica Iracema Gãh Té, foram traçados os planos para a realização do projeto. Vale recordar do que se trata: “A Retomada Gãh Ré localizada no Morro Santana, em Porto Alegre/RS, busca resgatar o Cuidado e a Proteção da Mãe Terra. As inundações evidenciaram a urgência de iniciativas que repensem o modo de vida para proteção e resiliência climática. Este projeto busca contribuir para o reflorestamento, proteção das nascentes de água e recuperação do solo, restaurando o modo de vida Kaingang enquanto estratégia de resiliência climática, através da retirada de pinus e plantio de mudas nativas no território da Retomada. As necessidades iminentes de fortalecimento desse território contribuem para uma perspectiva do Bem Viver para todos os povos.” Serão várias atividades correlacionadas, envolvendo coletivos e apoiadores da luta indígena aos pés do Morro Santana. Nosso papel, Coletivo Catarse, é de dar suporte burocrático/financeiro e também ajudar nas compras e cumprimento dos objetivos e cronograma. O calendário já foi desenhado e as atividades iniciarão no próximo dia 7 de fevereiro, com a compra dos equipamentos necessários para a empreitada. Muitos mutirões serão convocados e a força coletiva será fundamental para a realização do propósito. Nas fotos, as pessoas reunidas e também uma parte dos bichos e plantas que compõem a comunidade Gãh Ré, todas beneficiadas por essa iniciativa de preservação da natureza em mais uma uma zona de disputa na cidade de Porto Alegre.

Novas Fronteiras do Ativismo Social tem sua última sessão nesta quinta, 16/01 – com LIVE!

A partir das 19h, as câmeras abrem, e se inicia o evento final deste ciclo, que já realizou 14 episódios de debates sobre coletivos diversos, que contam uma história de práticas contemporâneas de ativismo social, abordadas em suas múltiplas formas de atuação. Com formato um pouco diferente de todas as outras edições, a conversa já se iniciará em debates com a Rede Economia Solidária e Feminista, com a Cooperativa GiraSol e com Ecossistemas Ativistas – será um momento de reflexão em que se deve ir além do compartilhamento da história dessas iniciativas, realizando-se um fechamento com uma visão abrangente dos ecossistemas ativistas na atualidade. Esta sessão ainda terá um momento especial – após o fechamento das câmeras, para o público que acompanhar ao vivo, no Maria Maria Espaço Cultural -, a partir das 20h30, com show de Carlos Hahn, lançando o seu single Lira dos Lírios – já será a 3ª apresentação de Hahn lançando materiais novos no espaço. Para quem está fora de Porto Alegre ou desejar acompanhar online, o ciclo terá transmissão ao vivo pelo canal do Coletivo Catarse no YouTube (https://www.youtube.com/@coletivocatarse), aberto a partir das 19h, mas para aqueles que querem curtir um happy hour e uma noite de quinta-feira no Centro Histórico, basta chegar na Maria Maria Espaço Cultural, na Comuna do Arvoredo, Rua Fernando Machado, 464, já aberto a partir das 18h – e permanecendo até as 22h -, com serviço de comes e bebes ininterrupto. A sessão final do ciclo de debates e o show de Carlos Hahn compõem, neste 16 de janeiro, uma ação continuada do Ponto de Cultura e Saúde Ventre Livre/Coletivo Catarse, com realização em parceria com a Maria Maria Espaço Cultural e a Comuna do Arvoredo, fomentada pelo PROGRAMA RETOMADA CULTURAL RS – BOLSA FUNARTE DE APOIO À AÇÕES ARTÍSTICAS CONTINUADAS 2024. Para conhecer mais sobre o Novas Froteiras do Ativismo Social e assistir a todas as sessões de debate, acesse https://coletivocatarse.com.br/novas-fronteiras-do-ativismo-social/.

13ª e 14ª sessões do Novas Fronteiras do Ativismo Social acontecem nesta quinta e sexta-feira

Nos dias 12 e 13 de dezembro, a partir das 19h, a Maria Maria Espaço Cultural (Rua Fernando Machado, 464 – Porto Alegre – compareça!) recebe as 2 últimas sessões do ano do Ciclo de Debates. Primeiro, se apresenta o Brasil de Fato, com comentários da Rede Economia Solidária & Feminista e análise de Matheus Mazzilli Pereira, do PPG Sociologia da UFRGS. E, para finalizar “sextando”, o Coletivo Catarse fará sua apresentação, com a Cooperativa GiraSol nos comentários e análise de Betânia de Moraes Alfonsin, Doutora em Planejamento Urbano e Regional e docente da Escola Superior do Ministério Público. Este último mês conta com tema instigante e estratégico nos dias atuais: alternativas de mídia e jornalismo. As sessões terão foco em vários coletivos ativistas ao redor do mundo, baseando-se nestas duas iniciativas históricas em Porto Alegre, que são o Brasil de Fato, importante alternativa de jornalismo, de atuação nacional e com bastante presença no RS, funcionando desde 2003 como uma fonte de notícias e uma agência de rádio, publicando jornais digitais em vários estados do país e com uma ampla rede de jornalistas, colaboradores, articulistas e intelectuais, oferecendo uma visão objetiva e crítica da atualidade; e o Coletivo Catarse, uma cooperativa de trabalho, comunicação e produção cultural, que recentemente completou 20 anos e que conta com uma gama muito diversa de trabalhos em áreas de lutas sociais, jornalismo, etnografia, arte, agroecologia entre tantos outros temas transversais. Inclusive, na sexta, ainda, durante a apresentação do Coletivo, por volta das 21h, haverá na live o lançamento do curta-metragem “A Viagem de Jacinto“. “A Viagem de Jacinto” (Clube da Sombra e Cia Teatro Lumbra – @clubedasombra) é um curta-metragem sobre a curiosidade infantil e a criatividade humana. Realizado com recursos da Lei Paulo Gustavo da cidade de Dois Irmãos, utiliza a linguagem do teatro de sombras e do cinema. A história, gravada em locações de Dois Irmãos e Morro Reuter conta a aventura criativa de duas crianças que vivem na zona rural e enquanto estão acampando no pátio de casa, brincam com uma lanterna em uma noite de inverno. Enquanto uma segura e a outra ilumina um boneco de papelão chamado Jacinto, vão construindo uma brincadeira de teatro de sombras até que dispararam um facho de luz para o céu escuro. A partir dessa parte da brincadeira surgem várias perguntas sobre a viagem espacial que Jacinto começa a fazer pelos confins do espaço intergaláctico, abrindo um universo novo de dúvidas e descobertas onde a ciência e a imaginação se juntam para formar imagens surpreendentes por onde Jacinto vai passando. Conforme Jacinto viaja na velocidade da luz pelo espaço, vão se revelando histórias sobre as mitologias relacionadas com a astronomia, a tecnologia espacial e curiosidades científicas que misturam realidade e fantasia. Onde estará Jacinto agora? Uma criação de Alexandre Fávero (Dois Irmãos/Brasil) e Pablo Longo (Mendoza/Argentina), com colaboração no roteiro de Têmis Nicolaidis (Porto Alegre/Brasil). Os eventos ocorrem na Comuna do Arvoredo, sede da Maria Maria Espaço Cultural e do Coletivo Catarse, iniciando a sua transmissão ao vivo pelo canal do YouTube do Coletivo Catarse a partir das 19h30 – clique e inscreva-se, uma notificação da live é enviada quando for ao ar. Para saber como tem sido toda a programação desde junho, acesse a páginda do ciclo, clique aqui. Ali estão todas as sessões na íntegra além de mais informações sobre a proposta.