Canais para acompanhar a luta indígena no ATL 24

Ao longo desta semana, de 22 a 26 de abril, centenas de povos diferentes se reunem em Brasília (DF) para a maior mobilização indígena do país. No ano em que completa 20 anos, o Acampamento Terra Livre traz como mote “Nosso marco é ancestral, sempre estivemos aqui ” em oposição à tese do Marco Temporal, que reduz aos povos tradicionais o direito a terras ocupadas antes de 1988.

Quando a percussão é o coração

No domingo, 7 de abril, o trio Metá Metá esteve com o compositor Douglas Germano no palco do Agulha, na zona norte de Porto Alegre. Lugar de bom espaço, aconchegante – de luz e conforto. Banda de apresentação fenomenal. Um trio com Juçara Marçal (voz), Kiko Dinucci (guitarra) e Thiago França (saxofone), que tem nas suas obras uma tendência forte ao jazz, brasileiro, bem sambado – aliás, eu, na minha ingenuidade sonora, chamaria muito mais de um samba jazzado. Foi um show de sopros e cordas – de violões, cavaco e vocais. E de presença de palco. Impressionante como pessoas com semblante simples, no ápice de suas artes, performando magistralmente, parecem gigantes ali na nossa frente, quase na distância de nosso toque. E o som… Quem ouve Metá Metá, gravado, nas suas plataformas de streaming favoritas – ou baixando as músicas do próprio site da banda (aqui!) – vai perceber que o elemento percussivo está muitas vezes bem presente. Só que o trio é formado por músicos sem as batidas. E confesso que não senti falta do pulsar grave, porque o equilíbrio voz-cordas-sax foi tamanho que entendi o ressoar do meu tambor interno completando as melodias – meu coração foi o “molho”. Destaque para a facilidade com que Juçara Marçal canta, que voz, que mulher – aclamada como “Deusa!” pela plateia (de mais homens que mulheres, interessante). Quem não conhece a banda e gosta de música boa… Pesquisa que não vai se arrepender (aqui o Wikipedia, o insta oficial, ali o site oficial, neste aqui, o insta do Douglas Germano, um encaixe que se mostrou perfeito). Release oficial do show, adaptado: O @agulha.poa recebeu de maneira inédita o mágico encontro entre alguns de seus artistas favoritos: @metametaoficial & @douglas__germano ✨ Metá Metá é formado por @jucaramarcal (voz), @thiagosax (sax) e @kikodinucci (guitarra) desde 2008. A banda tem 3 discos lançados e 2 EPs, onde funde elementos da canção brasileira com música africana, jazz e rock. “Metá Metá” em yoruba quer dizer “três ao mesmo tempo”. Já Douglas Germano é compositor desde 1986, gravado pela primeira vez pelo grupo Fundo de Quintal e conhecido nacionalmente na voz de Elza Soares. Autor de discos antológicos como Golpe de Vista, Escumalha e o mais recente, Partido Alto. Em 2016 ganhou o Prêmio Multishow na categoria Música do Ano por sua “Maria de Vila Matilde”. Com a mesma canção foi indicado ao Grammy Latino na categoria Melhor música em língua portuguesa. O repertório desse show reuniu canções dos discos de ambos artistas, bem como inspirações e versões de canções que certamente irão crescer a partir desse encontro. Texto original de Gustavo Türck, fotos de Têmis Nicolaidis.

Neptunn, nova formação e lançamento do EP (Re)Existence

A banda de death metal Neptunn apresentou sua nova formação neste ano de 2024 com a entrada da baixista Nathália Ernst @nath.ernst, e nós do Coletivo Catarse em mais uma parceria com a banda realizamos a sessão de fotos promos da nova formação.Nath é natural de Cachoeira do Sul (RS), ela mora em Porto Alegre há uma década. Hoje com 27 anos, a Nath bebeu na fonte do rock desde a infância por influência do irmão. Na adolescência, mergulhou fundo no som pesado ao conhecer a banda Kittie e identificar-se com as mulheres da cena metal, como Makhashanah (Asagraum) e June Millington (Fanny). Netpunn 2024. Fotos promocionais da banda pelo cooperado Billy Valdez. Formação atual:@rafaelgiovanoli – Guitarra@laripires – Voz@bfogace – Guitarra@nath.ernst– Baixo@mattmontenegro_ – Bateria Alêm da apresentação da nova formação a banda recentemente lançou seu EP de estreia intitulado (Re) Existence que conta com 6 faixas de puro death metal brutal, e você pode escutar ele sem moderação nas princiapais redes de streaming de sua preferencia. Ficha técnica. Neptunn – (Re)Existence EP (2024)01. The Path to Existence02. Transmutate03. Resignify04. Onward to Nothingness05. The Hidden Self (feat. Vini Castellari)06. Waves of Neptune Solo de “The Hidden Self” por Vini Castellari / Project46.Mixagem de Felipe “Boss” Pujol.Gravação das baterias no RR44 Artistic Complex por Rafael Siqueira. Aqui deixamos os links do Youtube e Spotify da banda.

Passar uma tarde em Itapuã…

Da frase famosa, de uma Itapuã famosa, a música que enconsta na nossa geografia aqui do sul, não tão famosa, do extremo sul de Porto Alegre, já em Viamão.Somos uma cidade que tem um rio, que, na verdade, é um lago, mas que tem correnteza, então, pode ser um rio mesmo – no final das contas.O fato é que os rios – estes, sim, só rios mesmo – vindos de regiões ao norte, de geografia mais alta, chegam aqui na região metropolitana e formam o nosso Guaíba, um grande estuário que vai se estender por vários quilômetros até chegar à Lagoa dos Patos, imensa, gigantesco corpo d’água que faz com que nos conectemos fluidamente a Pelotas e Rio Grande para, em fim, desaguar no mar.E, bem no limite do Guaíba com a lagoa, tem o Parque Estadual de Itapuã – um espaço público, bem cuidado, com uma estrutura bem legal para receber pessoas que desejam curtir mato e praia de rio/lago/lagoa. A água é ótima e segura. São duas praias para se escolher quando se chega ao parque e se vai comprar os ingressos – pouco mais de 20 pila por pessoa, em notas reais -, a Praia das Pombas e a Praia da Pedreira (aqui tem toda a informação sobre o acesso).Nestas fotos, a Praia das Pombas, um local em que a sombra está mais perto da água e que conta com boa estrutura para aquele churrasquinho. Dá pra passar o dia interio lá!De quebra, se a pessoa estiver com sorte, a fauna local pode dar uma chegada por perto (bugios, capivaras, lagartos…).Vale a pena. Fotos de Billy Valdez e Giulia Sichelero.

Under the Shadow – um podcast sobre o verdadeiro Império

Este ano de 2024 marca 200 anos da Doutrina Monroe – a regra que os Estados Unidos criou e reforçou e que segue ativa de ninguém, a não ser este país, “tocar” nas Américas. Aqui segue um trabalho do jornalista independente, Michael Fox, numa parceira que o Coletivo Catarse está realizando, fazendo a edição, desenho de som e checagem de fatos, do podcast Under the Shadow. Um trabalho em idioma estrangeiro, em inglês, mas de grande importância. A quem entende… Ouça! UNDER THE SHADOW – um podcast investigativo, uma série que leva os ouvintes através da história da América Latina, a alguns dos cenários mais devastadores, revolucionários e históricos. Nesta primeira temporada, o jornalista independente Michael Fox vai fundo no passado da América Central, descortinando a história da intervenção estadunidense e suas consequências, na região, nos dias de hoje. Um trabalho originalmente publicado no portal NACLA (North American Congress on Latin America), acesse aqui: https://nacla.org/under-shadow.

Preto no Metal Festival

Numa tarde de calor dômico, em um domingo dezembrino, no Bar Opinião, rolou o primeiro Festival Preto no Metal, organizado pelo coletivo de mesmo nome. Uma vitória das bandas e da galera que agiliza esse coletivo que tem por objetivo o combate à discriminação no universo da música pesada no Brasil. A festa contou com as presenças da R.E.D. (com participação muito especial de Rodrigo Ruínas), Inexistence, Código Penal, Boca Braba e Neptunn, numa diversidade de estilos que bem cabe na proposta do Preto, de contemplar a miscigenação, seja nas pessoas em cima do palco, seja no som que sai dos P.A.s, tudo embalado, no entre shows, pelo DJ Wander Porcher. Tudo muito bem organizado, com as trocas de bandas ocorrendo de maneira ágil e trazendo dinâmica ao Festival. A dimensão da importância foi dada pelo Éder Santos, vocalista da R.E.D. quando comemorou o fato das bandas de origens periféricas em relação à Capital estarem chegando pela primeira vez ao mítico palco do Bar Opinião. Só por esse fato o evento se justificou totalmente. Quando além disso o encontro carrega junto de si a bandeira antirracista e antifascista, todo esforço se traduz em agradecimento a quem faz dessa luta seu modo de estar no mundo. Vida longa ao Coletivo Preto no Metal, vida longa ao underground, vida longa à luta antirracista e antifascista!Texto: Marcelo Cougo. Confira o teaser que produzimos em apoio ao evento e na sequencia mais algumas fotos de Zé Luiz Dias.

Sepultura em Porto Alegre

Estivemos em mais uma cobertura em parceria com o portal Scream & Yell, desta vez cobrindo a “Celebrating Life Through Death” a tourne de despedida da banda Sepultura.Confira trecho do texto de Homero Pivotto Jr. Para acessar texto completo no portal da Scream & Yell clique na imagem. É um tanto irônico pensar em um túmulo como descanso final no momento em que a banda de metal brasileira de maior expressividade, o Sepultura (alcunha que remete, justamente, a um jazigo) está prestes a desencarnar como corpo artístico. Após 40 anos bem vividos no circuito do som pesado mundial, o quarteto afirmou, quando comunicou oficialmente sobre a parada nas atividades, em dezembro de 2023, que quer aproveitar o bom momento para sair de cena. Para isso, estruturou a turnê “Celebrating Life Through Death”, que está rodando o país e passou por Porto Alegre na última quinta-feira (21). Em um auditório Araújo Vianna lotado (cerca de 3,2 mil pessoas e ingressos esgotados), o grupo batizado em homenagem à música ‘Dancing on Your Grave’ (do álbum “Another Perfect Day”), do Motörhead, mostrou que, apesar dos dias contados, ainda se mantém em ótima forma. Mais fotos deste show pelas lentes do cooperado Billy Valdez.

“Enquanto eles fascistas, nós resistência”

A frase que D2 largou e que ficou ecoando o show inteiro na minha cabeça.“Enquanto eles fascistas, nós resistência”. Que show!Estivemos em mais uma cobertura em parceria com o portal SCREAM & YELL. O Planet Hemp até hoje colhe os frutos do pioneirismo de falar sobre maconha e outras questões sociais com seu raprocknrollpsicodeliahardcoreragga que se espalhou como fumaça Brasil afora. Uma semente plantada desde o surgimento da banda, na primeira metade dos anos 1990, e até hoje regada à criatividade, erva e algumas polêmicas. Desde então, o conjunto que tem os vocalistas Marcelo D2 e BNegão — além do baixista Formigão —, da formação clássica, viu sua popularidade germinar. Clique na imagem para acessar a cobertura com o texto completo de Homero Pivotto Jr, para portal Scream & Yell. Confirma álbum completo de fotos e vídeos realizado por Billy Valdez.

Espaço Cultural Maria Maria – 1 ano de vida no Centro Histórico de Porto Alegre

Quando se tem contato e se está minimamente atenta aos movimentos e discussões sociais a gente aprende que palavras importam. Importam tanto que elas vivem mudando para melhor se adequar ao contextos que elas representam. Porém, tem uma palavra muito especial que parece não perder o seu lugar nas organizações sociais horizontais. Rizoma. O rizoma na botânica é um caule que vai se espraiando sob a terra, se ramificando, crescendo, tomando espaço, se transformando em parte mas nunca perdendo sua participação no todo. Somos assim. Nos vemos no próximo que tem mesmos ideais, valores e energia e vamos nos fundindo num grande mapa rizomático de fazeres. Somos potência coletiva que soma habilidades distintas para se complementar no trabalho e, assim, cumprir a nossa função social nesse mundo muito louco e exigente. Não foi diferente com as Marias, que apareceram há um pouco mais de um ano atrás, aterrisando na garagem do casarão, parte da Comuna do Arvoredo (@comuna_do_arvoredo). Foi amor a primeira vista. Elas, Daniela e Márcia Tolfo, encabeçando o empreendimento, tendo como base afetiva e de apoio muitas outras Marias que vieram para ocupar e erguer este espaço cultural tão diverso. E fizeram uma revolução. Modificaram a estrutura física do lugar e conseguiram, com muita competência consolidar o espaço com uma programação cultural qualificada. Foram 9 edições da Janta Afro, com pratos típicos da culinária afro-brasileira, uma hondurenha e uma mexicana. Rodas de conversa, lançamento de livro, documentário e exposição de arte negra, feiras de economia popular solidária. Teatro foram 4 apresentações, sendo duas de marionetes. Dois eventos de Slam, do Aquilombaí e do Dengo. Apresentações musicais foram mais de 40, dos mais diversos segmentos: samba, MPB, rock, chorinho, tango, milonga, música afro e regional. Pois no dia 19.02.24 o Espaço Cultural Maria Maria completou 1 ano e durante este tempo o Coletivo Catarse / Ponto de Cultura Ventre Livre (@coletivocatarse) foi e continuará sendo parceiro nesta caminhada pois acredita que arte e cultura é transformador e o que mais se precisa é estar sempre em movimento, sentindo a vida acontecer. E é esse o poder das Marias. Lugar para se sentir acolhido, compartilhar momentos, bebidas e comidas, para fazer catarses, para ouvir e ser ouvida, para sorrir e soar, para criar, compor e brotar. Espaço Cultural Maria Maria, onde a Catarse encontrou um Ventre Livre para germinar o futuro. Texto: Têmis NicolaidisFotos de Billy Valdez