1° Encontro de Cineastas Indígenas CORAL Porto Alegre

Entre os dias 10 e 13 de outubro, aconteceu em Porto Alegre o 1° Encontro de Cineastas Indígenas. Sediado na Retomada Gãh Ré do Morro Santana, o encontro foi promovido por diversas organizações, incluindo o Coletivo Catarse/Ponto de Cultura e Saúde Ventre Livre, o fotógrafo e cineasta guarani Vhera Xunú, além dos Pontos de Cultura Africanamente e Quilombo do Sopapo, com apoio da Witness Brasil e do Preserve Morro Santana. O projeto “CORAL Porto Alegre – Escola de Audiovisual Multicultural” foi contemplado no Edital de Apoio a Redes e Projetos de Trabalho Colaborativo do IBERCULTURAVIVA, Programa de Cooperação Intergovernamental.Além disso, também faz parte da Rede CORAL, articulação que reune quase 30 coletivos de mais de 10 países de Abya Yala que fazem uso do audiovisual para acompanhar lutas pela defesa da terra, dos territórios e bens comuns. Sim, é uma introdução grande e cheia de nomes e agentes. Mas, só através dessas redes de apoios e produção que tal encontro foi possível. E a lista ainda não está completa pois muitas outras pessoas e organizações deram seu suporte e participaram das atividades propostas. Essas serão nomeadas a seu tempo, conforme forem se assentando as ideias, informações e vivências.

26° Carijo da Amizade

Entre 27 de setembro e 1 de outubro foi realizada mais uma carijada na Tekoa Yvyty Porã (Serra Bonita), em Riozinho/RS. O mutirão conjunto entre a rede de apoiadores articulada pelo Sitio da Amizade e a comunidade guarani produziu coletivamente um total de 33 kilos de erva mate nativa das matas da aldeia.

Uma feira para outro mundo possível e necessário

Dizem que durante os três dias da FEICOOP, Santa Maria se transforma na capital mundial da Economia Solidária. A Feira Internacional do Cooperativismo e da Economia Solidária, que também é uma feira da agricultura familiar, está carregada com os ideais dos fóruns sociais mundiais, que aconteceram em Porto Alegre, a partir de 2001. Mas a FEICOOP iniciou ainda antes, em 1994. Além de movimentar a economia local, proporciona encontros e trocas, por meio de oficinas e de diversas atividades formativas e culturais, com pessoas vindas de vários lugares do Brasil. Um sentimento de pertencimento, de irmandade que aflora. Essa diversidade celebrada colabora para construir um outro mundo possível, que nunca esteve tão necessário como agora, em que as mudanças climáticas ameaçam a continuidade de muitas formas de vida e de viver no planeta. Neste vídeo, conhecemos um pouco do trabalho e do que pensam participantes da 30ª edição da feira, que ocorreu em julho desse ano:

Juçaras em movimento

Ao longo do último fim de semana, seguiu a diáspora das juçaras em busca de novas florestas. Aproximadamente 50 mudas da palmeira, espécie-chave da Mata Atlântica, foram resgatadas de uma área de mata de manejo do sítio dos Nicolaidis Cardoso (em Triunfo/RS) para integrar o viveiro e “centro de distribuição” na Comuna do Arvoredo, no centro de Porto Alegre – um local já clássico da resistência agroecológica em área urbana.

Regina Tchelly, do Favela Orgânica, fala sobre aproveitamento de alimentos em Porto Alegre

Fundadora do Favela Orgânica e cozinheira autodidata, Regina Tchelly estará em Porto Alegre neste final de semana, quando cumpre agendas nas quais irá falar de seu projeto, que há mais de dez anos ensina o “uso de ingredientes até o talo”, por meio do combate ao desperdício dos alimentos e da fome, fazendo da cozinha um espaço de transformação social. Sua proposta é modificar a relação das pessoas com a comida e seus ingredientes. Na sexta-feira (6), ela participa do evento de lançamento da Cartilha Exigibilidade do Direito a Estar Livre da Fome, de autoria da Aliança pela Alimentação Adequada e Saudável, atividade marcada para as 19h no Sindicato dos Aeroviários, na Rua Augusto Severo, 82, bairro São João. Já no sábado (7), a partir das 8h30min, Regina faz uma caminhada seguida de uma roda de conversa nas Feiras Ecológicas da Redenção – Feira dos Agricultores Ecologistas (FAE) e Feira Ecológica do Bom Fim (FEBF), na Avenida José Bonifácio, junto ao Parque Farroupilha (Redenção). O Favela Orgânica foi criado em setembro de 2011. A iniciativa, precursora em seu formato, teve origem nas comunidades Babilônia e Chapéu Mangueira, na zona sul da cidade do Rio de Janeiro. Na época, com apenas R$ 140,00 para montar uma primeira oficina de aproveitamento de alimentos, Regina fez o projeto crescer, espalhando suas sementes, multiplicando saberes e democratizando a comida criativa, econômica e nutritiva não somente dentro da favela, mas pelo Brasil e em viagens ao Exterior, a convite de diversas organizações e chefs renomados. Trabalhando conceitos como consumo consciente, gastronomia alternativa, compostagem caseira, hortas em pequenos espaços e defendendo o uso de Plantas Alimentícias Não Convencionais (PANC), Regina ensina como usar integralmente folhas, raízes, cascas, talos e por aí afora. Ideias que inclusive viraram um livro de receitas ao ar livre, por meio de murais pintados em setembro de 2019 na entrada do Morro da Babilônia que reproduzem as dicas de Regina. A inciativa Favela Orgânica atua no combate ao desperdício do alimento e da fome. A proposta é modificar a relação das pessoas com os alimentos. “Aproveitar o alimento é coisa de gente inteligente”, defende. Sobre a convidada Natural de Serraria, interior da Paraíba, nasceu em 4 de agosto de 1981. Aos 12, já era manicure. Três anos mais tarde, se mudou para João Pessoa. Chegou ao Rio com 20 anos, onde trabalhou como doméstica para uma família que comia de forma saudável, novidade para ela na época. Como adorava cozinhar, superou o estranhamento inicial e passou a se interessar por alimentos integrais e orgânicos.“Quando cheguei ao Rio de Janeiro vi o volume e a quantidade de alimentos sendo desperdiçados nas feiras livres da cidade. Foi uma das coisas que mais me incomodou, porque lá na Paraíba a gente sabe como aproveitar tudo”, conta. Sobre a Aliança A Aliança pela alimentação Adequada e Saudável é uma coalizão que reúne organizações da sociedade civil, associações, movimentos sociais, entidades profissionais e pessoas físicas que defendem o interesse público com o objetivo de desenvolver e fortalecer ações coletivas que contribuam para a realização do Direito Humano a Alimentação Adequada (DHAA). Suas ações buscam o avanço de políticas públicas para a garantia da Segurança alimentar e Nutricional (SAN) e da soberania alimentar no Brasil. Em Porto Alegre, o Núcleo RS da Aliança surgiu em outubro de 2016, durante o 24º Congresso Brasileiro de Nutrição, que teve como sede a Capital gaúcha. As bandeiras e práticas da Aliança são orientadas pela promoção da equidade, da transparência, da realização e respeito dos direitos humanos. Assim como pela valorização da interação entre culturas de forma recíproca, respeitando e incluindo saberes e práticas de lugares não acadêmicos. por Anahi Fros | Semeadora Comunicação | parceira do Coletivo Catarse(Assessoria de Imprensa Voluntária)

Sarau das Agroflorestas II – Comuna do Arvoredo

No início do mês de agosto, dia 10, a Floresta Urbana da Comuna do Arvoredo acolheu o encontro de trabalhadores, acadêmica(o)s, militantes, artistas, todo um pessoal que luta pela causa do meio ambiente através das Agroflorestas, opção fundamental para moradia, produção de alimentos, mudança de postura na vida e, principalmente, cuidados com a natureza e o planeta. Esse foi o segundo encontro, organizado pela Comuna, Coletivo Catarse e o coletivo da Carta das Agroflorestas. A Carta das Agroflorestas é uma iniciativa para enfrentar a crise climática e buscar alternativas baseadas na natureza para reassentar famílias que perderam seus lares na enchente de maio, regeneração dos solos erodidos pelas águas e reconstituição das matas devastadas pelo desenvolvimento capitalista desenfreado no RS. Esse segundo encontro trouxe as experiências de Fabianne Vezzani, Kátia Zanini, Vicente Guindani e Isabel Cristina Dalenogare em uma roda de conversa que depois foi aberta ao público presente. Logo em seguida tivemos as apresentações do Musical Talismã, Jéssica Nucci, acompanhada pelo Vicente Guindani, Rodrigo Apolinário e outros artistas que usaram do palco para expressar sua arte e posicionamento político. Esperamos em breve a realização do terceiro encontro.

II Carijada Serrana Caconde

No último final de semana de julho, foi realizada mais uma edição da Carijada Serrana no Caconde, distrito rural de São Francisco de Paula/RS. Nesta, além de se manejar os pés de erva-mate nativos em meio à floresta com araucárias da Fazenda das Taipas – propriedade que acolheu o evento mais uma vez – também foram podadas plantas cultivadas em sistema agroflorestal na propriedade do professor, da UERGS, Ricardo Mello.

Ele voltou! E vai para a 2ª Carijada Serrana em São Chico

Após algumas semanas aos cuidados do amigo e médico veterinário Fabio Haussen, que o resgatou das águas da enchente do Rio Taquari – que acometeu sua morada em Triunfo -, o soque de erva-mate do Coletivo Catarse passou por uma “internação” nas mãos do marceneiro Juca Rocha, ali mesmo, no bairro Olaria, e… voltou a funcionar! Depois desse processo de recuperação, deve chegar em São Francisco de Paula um dia antes da carijada marcada para passar por uma limpeza profunda e ajustes finais, quando ficará à disposição para voltar a bater erva novamente. Esta que será a 2ª Carijada Serrana do Caconde, já contando com muita gente inscrita e que vai ocorrer entre os dias 26, 27 e 28 de julho. Um evento que marca também os 20 anos do Coletivo Catarse e os 10 anos do lançamento do documentário Carijo! Para mais informações, clique aqui e leia a matéria original de divulgação da carijada. Confira mais imagens da recuperação do soque, que passou (e vai passar mais um pouco) por troca e limpeza de rolamentos – da estrutura de madeira e do motor (que ficou uma semana embaixo da água e voltou a funcionar!) -, limpeza e refeitura do cocho da erva-mate, afiação das lâminas, mais uma desinfecção e lubrificação geral. *Texto de Gustavo Türck e fotos e vídeo de Bruno Pedrotti e Billy Valdez.