ELAOPA 2023

Nos dias 18 e 19 de fevereiro de 2023, ocorreu o XIV ELAOPA, Encontro Latino Americano de Organizações Populares e Autônomas, na cidade de Rosário, Argentina. Criado em 2003, o encontro visa a troca de experiências das lutas políticas, militâncias sociais e trabalhos comunitários que se organizam de forma autônoma. Vídeo produzido pelo Repórter Popular em parceria com o Coletivo Catarse e apoio da Witness como atividade prática do projeto Coral – Território Audiovisual. Acesse também a cobertura do site do Repórter Popular.

Oficinas de Fotografia na Retomada Gãh Ré

O Coletivo Catarse/Ponto de Cultura e Saúde Ventre Livre em parceria com a Witness Brasil está realizando oficinas de formação em fotografia para jovens na Retomada Gãh Ré, no Morro Santana.O objetivo dos encontros é criar uma ambiente de trocas de conhecimento que possibilite a quem está participando fazer as coberturas fotográficas das ações que a Retomada participa, assim como registrar o dia a dia no território. Esses encontros são patrocinados pela Witness e pelo Coletivo Catarse/Ventre Livre através de uma associação que tem trabalhado o audiovisual como ferramenta de luta pelos territórios. Fotografias 1-6: Gustavo Ruwer / Fotografias 2-5: Vanfejj Aqui algumas das fotos resultantes dos encontros, que devem se estender até setembro de 2023. @witness_brasil@ventre_livre@retomadagahre

Margareth Menezes em Porto Alegre

Na manhã da última sexta, 23/06, Porto Alegre recebeu a visita da Ministra da Cultura Margareth Menezes. A atividade foi realizada na sala da OSPA, no Centro Administrativo do Estado, e discutiu a implementação das políticas públicas de fomento à cultura, com destaque para a lei Paulo Gustavo. Perante um público de aproximadamente 400 pessoas composto por agentes culturais de todo o estado e com presença das redes estadual e municipal de pontos de cultura, Margareth e os demais gestores do estado e município se comprometeram com a aplicação da lei, garantindo o acesso sobretudo para as periferias, municípios do interior, comunidades tradicionais, coletivos e iniciativas de cultura popular.

Gãh Ré contra o marco temporal

Na tarde de terça feira, 30/05, indígenas Kaingang da Retomada Gah Ré realizaram um ato contra o Marco Temporal. Depois de uma fala da liderança Gah Té denunciando o projeto como mais uma etapa do projeto de destruição da “Mãe Terra”, a aldeia iniciou sua marcha. Por volta das 17h o ato saiu da retomada, já escoltado pela polícia, pela avenida Mãe Apolinária em direção da Protásio Alves, uma das principais avenidas de Porto Alegre. A avenida foi bloqueada ao som dos cantos Kaingang e de coros de “não ao marco temporal” e “demarcação já!”. Depois de um momento de negociação com a Brigada Militar, indígenas e apoiadores passaram a liberar parcialmente a avenida. Porém, a aldeia seguiu na rua se manifestando por cerca de três horas, ecoando chocalhos e cantos na avenida enquanto os deputados votavam o projeto na Câmara. Apesar do grande efetivo policial presente, não houve repressão física. Os agentes se reduziram a controlar o trânsito e filmar as lideranças do ato. Com a aprovação do projeto por 283 votos a favor e 155 contrários na Câmara, a retomada irá intensificar a mobilização contra o projeto, que segue para votação no senado e ainda terá uma votação no Supremo Tribunal Federal na próxima quarta feira, 7 de junho Fotos e texto: Bruno Pedrotti.

“Vamos lutar até o fim” Quilombo Kédi pela permanência

No bairro Boa Vista, zona nobre de Porto Alegre, o Quilombo Kédi busca o direito de permanecer no território ancestral que há séculos tem sido seu lar. A comunidade, remanescente de um antiga bairro de africanos e descendentes, hoje é um dos poucos focos – junto com o Quilombo da Família Silva, primeiro Quilombo urbano titulado no Brasil – de resistência negra em uma região engolida pelas grandes construtoras. Na noite desta quinta feira (15/12) o quilombo travou mais uma batalha para manter seu território. A comunidade foi convidada pela prefeitura para conhecer o projeto de reassentamento proposto pela incorporadora CFL depois que uma decisão judicial ordenou o reassentamento da comunidade. A Kédi compareceu em peso, junto com apoiadores da causa quilombola, lotando o espaço da Escola Estadual de Ensino Fundamental Bahia. O Secretário Municipal de Habitação e Regularização Fundiária André Machado apresentou a proposta da incorporadora: um terreno na Avenida Baltazar, na periferia da cidade próximo ao limite com a cidade de Alvorada, no qual a CFL construiria um condomínio fechado para 52 famílias. O público presente não conseguiu conter o riso, que tomou conta do auditório quando foram mostradas as imagens do projeto de habitação prometido pela empresa: uma réplica do modelo dos condomínios de elite, porém com casas menores. Quem não tivesse interesse na moradia prometida teria direito a um valor cerca de cem mil reais. A comunidade se manifestou contra as propostas, reforçando a vontade de ficar no território e demandou investimento em infraestrutura na próprio local “porque o dinheiro não é aplicado na comunidade?”, questionaram. Os moradores da Kédi reforçaram a qualidade de vida que tem no local, onde não há violência e as crianças brincam na rua tranquilamente, e defenderam o direito de seguir vivendo no espaço que seus avós e bisavós construíram. Diante das manifestações a favor do Quilombo (de conselheiros municipais, do Conselho Estadual de Diretos Humanos, das Vereadoras Karen Santos e Reginete Bispo, da Frente Quilombola), que reforçaram o direito ao território garantido pela constituição, o prefeito Sebastião Melo se comprometeu a buscar uma solução junto ao Ministério Público sem remover a comunidade: “Não estou aqui para tirar ninguém de lá. Estou aqui para abrir uma discussão. O Ministério Público pra mim tem fé pública, ele já disse que vamos resolver, então nós vamos resolver”.

Retomada Gãh Ré luta para ficar no território

Diante da reintegração de posse determinada pela juiza Clarides Hahmeier, os indígenas da Retomada Multiétnica Gãh Ré, em Porto Alegre no Sul do Brasil, reafirmam a luta em defesa do território. A Kuja Kaingang Gã Teh, liderança político espiritual à frente da retomada, faz um apelo para que as autoridades reconheçam o direto ao espaço dos povos que estão sendo roubados a 500 anos. O local é alvo de um empreendimento de condomínio de edifícios da Maisonnave Companhia de Participações, que pediu a reintegração de posse. A empresa que quer retirar os indígenas foi dona de um banco que faliu na década de 80; além disso, coleciona também acusações de fraude, ligações com a ditadura militar, especulação e conflitos com os povos Kaingang e Guarani. Mesmo com os ataques do poder econômico e judiciário, os povos originários seguem determinados a lutar em defesa do território tradicional que vinha sendo ocupado por seus ancestrais milênios antes da invasão. “Caso tirarem esse espaço de nós, eu sairei no caixão”, conclui Gã Teh.

É preciso aprofundar a democracia – ato em Porto Alegre

Porto Alegre, 31 de março de 2016. Milhares de pessoas saíram à rua para manifestar sua insatisfação contra o que chamam de golpe contra a presidente do Brasil. Muitas estavam lá para defender o governo, mas a maioria dos manifestantes com quem falamos tem críticas ou é contrária ao governo de Dilma e não aceita a tomada de poder na forma que se desenha no Congresso nacional. É preciso uma saída à esquerda – reivindicam os movimentos sociais; os direitos civis constitucionais são negados diariamente aos negros – denuncia a jovem psicóloga Gieri Toledo. Todos, porém, defendem que é preciso aprofundar a democracia e não golpeá-la.