Espaço Cultural Maria Maria – 1 ano de vida no Centro Histórico de Porto Alegre


Quando se tem contato e se está minimamente atenta aos movimentos e discussões sociais a gente aprende que palavras importam. Importam tanto que elas vivem mudando para melhor se adequar ao contextos que elas representam. Porém, tem uma palavra muito especial que parece não perder o seu lugar nas organizações sociais horizontais. Rizoma. O rizoma na botânica é um caule que vai se espraiando sob a terra, se ramificando, crescendo, tomando espaço, se transformando em parte mas nunca perdendo sua participação no todo.

Na noite do dia 2 de março, comemorando 1 ano de parceria entre o Espaço Cultural Maria Maria, o Coletivo Catarse e o Ponto de Cultural e Saúde Ventre Livre, colhemos alguns depoimentos de quem vive o dia a dia desse Espaço e também de quem estava conhecendo pela primeira vez. Lisbet Santos faz parte da Fespope e está sempre conosco! Carlos Leite é chefe de cozinha e desenvolvedor de sites. Estava pela primeira vez nas Marias, assim como o jornalista Fabiano Golgo, que já morou em NY e no Rio. Juarez Negão é artista plástico e frequenta o7 espaço assiduamente, para mostrar suas obras ou conversar com as pessoas. Ana Gabriela frequenta o Espaço Cultural Maria Maria desde o seu inicio.
Trilha sonora: Flaira ferro – germinar / Chico Buarque – Versão com Ney Matogrosso – Não existe pecado ao sul do Equador./
Neil Young – Harvest Moon
Produção, entrevistas e edição: Marcelo Cougo

Somos assim. Nos vemos no próximo que tem mesmos ideais, valores e energia e vamos nos fundindo num grande mapa rizomático de fazeres. Somos potência coletiva que soma habilidades distintas para se complementar no trabalho e, assim, cumprir a nossa função social nesse mundo muito louco e exigente.

Não foi diferente com as Marias, que apareceram há um pouco mais de um ano atrás, aterrisando na garagem do casarão, parte da Comuna do Arvoredo (@comuna_do_arvoredo). Foi amor a primeira vista. Elas, Daniela e Márcia Tolfo, encabeçando o empreendimento, tendo como base afetiva e de apoio muitas outras Marias que vieram para ocupar e erguer este espaço cultural tão diverso. E fizeram uma revolução. Modificaram a estrutura física do lugar e conseguiram, com muita competência consolidar o espaço com uma programação cultural qualificada.

Foram 9 edições da Janta Afro, com pratos típicos da culinária afro-brasileira, uma hondurenha e uma mexicana. Rodas de conversa, lançamento de livro, documentário e exposição de arte negra, feiras de economia popular solidária. Teatro foram 4 apresentações, sendo duas de marionetes. Dois eventos de Slam, do Aquilombaí e do Dengo. Apresentações musicais foram mais de 40, dos mais diversos segmentos: samba, MPB, rock, chorinho, tango, milonga, música afro e regional.

Pois no dia 19.02.24 o Espaço Cultural Maria Maria completou 1 ano e durante este tempo o Coletivo Catarse / Ponto de Cultura Ventre Livre (@coletivocatarse) foi e continuará sendo parceiro nesta caminhada pois acredita que arte e cultura é transformador e o que mais se precisa é estar sempre em movimento, sentindo a vida acontecer.

E é esse o poder das Marias. Lugar para se sentir acolhido, compartilhar momentos, bebidas e comidas, para fazer catarses, para ouvir e ser ouvida, para sorrir e soar, para criar, compor e brotar.

Espaço Cultural Maria Maria, onde a Catarse encontrou um Ventre Livre para germinar o futuro.

Texto: Têmis Nicolaidis
Fotos de Billy Valdez

Um comentário

  1. Querids!!! A matéria está linda,fotos magníficas, entrevistas tocaram fundo! Emocionante. Grata demais por vcs estarem conosco nesta resistência e construção cultural! ✊🏽❤️

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