Criaturas da Literatura

O Criaturas da Literatura é um projeto de espetáculo de teatro de sombras da Cia Teatro Lumbra (@clubedasombra) livremente inspirado em 3 histórias da Literatura mundial – Dom Quixote, Alice no País das Maravilhas e Pequeno Príncipe e que, ao longo da sua recente história, se transformou através de diferentes fases, com distintos formatos. Com direção e atuação de Alexandre Fávero, produção e assistência de direção de Fabiana Bigarella e atuação e assistência de cenografia de Têmis Nicolaidis é, para além do espetáculo, um trabalho de pesquisa que, agora, circula livremente por festivais, escolas, feiras do livro. Somente este ano participou de importantes festivais de teatro do Brasil: 4º BQ Em Cena – Brusque/SC, 10º FIS – Festival Internacional de Teatro de Sombras – Taubaté/SP, I Mostra Internacional de Teatro de Bonecos de Macacos/MG , XI Mostra Internacional de Teatro de Bonecos de Mariana/MG ,10º Festineco – Festival de Teatro de Bonecos – Gama, Recanto das Emas e Santa Maria/DF, 5º Animaneco – Festival Internacional de Teatro de Bonecos – Joinville/SC, 25º Fenatib – Festival Nacional de Teatro Infantil – Blumenau/SC. O Coletivo Catarse fez e, ainda faz, parte desta trajetória do Criaturas da Literatura através de uma relação de parceria de trabalho com o grupo e por compartilhar uma colega de trabalho, Têmis Nicolaidis, sombrista da Cia Lumbra e cooperada do Coletivo Catarse. Uma parceria que procura investigar o diálogo entre a linguagem do teatro de sombras e a produção audiovisual. Esta parceria resultou, durante o período da pandemia de Covid-19, com recursos do Fundo de Apoio à Cultura do RS, uma série audiovisual com 6 histórias, além das 3 incluídas no espetáculo, Pinóquio, Drácula e Moby Dick. Assista abaixo o teaser do trabalho: Nesses 25 anos que estou trabalhando na Cia Teatro Lumbra, um dos objetivos que foi sendo modelado nas nossas políticas de trabalho e convivência é o compartilhamento de experiências com artistas e coletivos de diferentes áreas. As minhas vivências artísticas com o Coletivo Catarse permitiram-me refinar o olhar sobre questões fundamentais nas relações entre criadores, processos e resultados. A autogestão e a cogestão são princípios que norteiam o movimento cooperativista, mas também a tradição teatral, nos trabalhos de produção e gestão de negócios. Com a colega Têmis e os companheiros do Coletivo Catarse, compartilhamos conhecimentos e somamos forças para potencializar os resultados. Nossas inquietações determinam desafios por caminhos desconhecidos onde podemos descobrir juntos as nossas potencialidades e possibilidades. Alexandre fáveroEncenador, cenógrafo, diretor, sombrista e fundador da Cia Teatro Lumbra Para conhecer mais sobre o trabalho da Cia Teatro Lumbra e do Criaturas da Literatura, acesse: Site do Clube da Sombra Página do Criaturas da Literatura Instagram Clube da Sombra Instragram Criaturas da Literatura

Black Flag e L7 tocam juntas em Porto Alegre no mês de outubro

ABSTRATTI PRODUTORAAPRESENTA:BLACK FLAG E L7Quarta-feira, 25 de outubro no Bar Opinião – Porto Alegre Influência para todo cenário rocker desde os anos 1980, do metal ao alternativo, o Black Flag estreia em Porto Alegre dia 25 de outubro, no Opinião (José do Patrocínio, 834). E a ocasião é especial, já que a banda liderada pelo guitarrista Greg Ginn (único da formação original) vai executar seu clássico segundo álbum “My War” na íntegra. Também estão previstos no repertório petardos de outros trabalhos em uma apresentação com mais de duas horas. Na mesma noite, outra influente banda também está escalada: a L7, quarteto feminino relacionado ao movimento riot girl, que deslanchou junto ao grunge dos 1990 e conquistou sucesso e respeito com faixas como ‘Pretend We’re Dead’.Esta é a segunda gira do Black Flag no país e a primeira a passar pelo Rio Grande do Sul. Já as meninas do L7 desembarcam no Brasil pela terceira vez, sendo a segunda passagem pela capital gaúcha. Black FlagO Black Flag é nome de referência para o punk e pioneiro no hardcore. Criada pelo guitarrista Greg Ginn em 1976, na Califórnia (EUA), a banda tornou-se extremamente influente dentro do rock, do metal ao indie. Após chamar a atenção no cenário underground com dois EPs — “Nervous Breakdown” (de 1979 — com Keith Morris, que depois formaria o Circle Jerks, nos vocais) e “Jealous Again” (1980) — o grupo lançou o acelerado primeiro álbum “Damaged” (1980), que tinha o hoje lendário Henry Rollins como frontman.Com seu segundo disco “My War” (1984), o Black Flag tornou-se realmente cultuado, a ponto de ser citado como influência por grupos como Nirvana, Mudhoney, Melvins e Queens of the Stone Age. Com “My War”, gravado como trio (Ginn ficou responsável pelas cordas, Rollins pelas vozes e Bill Stevenson, do Descendents, pela bateria), o conjunto apostou em uma sonoridade mais arrastada e pesada, estabelecendo caminhos que deram origem ao sludge e ao grunge. São nove músicas, sendo seis mais “tradicionais” (tal qual “Can’t Decide” e “Beat My Head Against The Wall”) no lado A e três um tanto experimentais no B.O grupo colocou na rua outros álbuns importantes, como “Slip It In” (1984), “Loose Nut” (1985) e “In My Head” (1985). A maioria das artes de capa são assinadas por Raymond Pettibon, artista visual irmão de Ginn, conhecido por ter ainda criado o famoso logo das quatro barras que identifica o Black Flag.Além de tocar Ginn também fundou o selo independente SST, em 1978, por onde lançou todas suas gravações e artistas então emergentes, como Hüsker Dü, Bad Brains, Soundgarden, Sonic Youth e Dinosaur Jr.Atualmente, o Black Flag é composto, além de Ginn, por Harley Duggan (baixo), Charles Wiley (bateria) e o skatista profissional Mike Vallely (voz). L7O pensamento de que para fazer rock era preciso ter culhões ficou no passado. E as meninas do L7 são pioneiras nesse sentido, comprovando isso desde 1985, quando iniciaram as atividades na Califórnia. No Brasil, o quarteto feminino surgido com o levante grunge, que mudou o panorama da cultura pop durante os anos 1990, despontou com o terceiro álbum “Bricks Are Heavy” (1992). É desse disco a consagrada ‘Pretend We’re Dead’, bem como os singles ‘Everglade’ e ‘Monster’. Com a grande exposição mundial, as garotas estrearam ao vivo no Brasil em 1993, como atração do Hollywood Rock. Com show coeso e enérgico, roubaram a cena no evento, sendo apontadas como uma das melhores performances do festival — que tinha na escalação Nirvana e Red Hot Chili Peppers, entre outros.Ainda na última década do século passado, a L7 lançou os discos “Hungry for Stink” (1994), “The Beauty Process: Triple Platinum” (1997) e “Slap-Happy” (1999), sem o mesmo impacto de outrora. Em 2001, a banda anunciou um hiato indefinido, retornando aos palcos em 2014.A última passagem do conjunto pelo Brasil foi em 2018, um ano antes de lançar “Scatter the Rats”, seu primeiro álbum em 20 anos e o mais recente até então. Em 2016, saiu o documentário “L7: Pretend We’re Dead”, dirigido por Sarah Price e mostrando a trajetória de altos e baixos da banda.A formação atual, que vem desde o fim dos anos 1980, tem Donita Sparks (vocais e guitarra), Suzi Gardner (guitarra e vocais), Jennifer Finch (baixo) e Demetra Plakas (bateria). Texto de Homero Pivotto Jr. Serviço:L7 e Black Flag em Porto AlegreLocalOpinião (Rua José do Patrocínio, 834)Classificação etária16 anos (acompanhado de responsável legal)QuandoQuarta-feira, 25 de outubro, às 19hHorários19h — abertura da casa19h30min — L721h30min — BLACK FLAGIngressos3º loteSolidário — R$ 185*Meia — R$ 180**Inteira — R$ 360 Mezanino 2º lote (promocional)Solidário — R$ 235*Meia — R$ 230**Inteira — R$ 460 3º loteSolidário — R$ 245*Meia — R$ 240**Inteira — R$ 480Pontos de vendaOnline (com taxa de conveniência)www.sympla.com.br/opiniao (em até 12x no cartão)PONTOS DE VENDA SEM TAXA:Bilheteria oficial (sem taxa de conveniência – somente em dinheiro):Loja Planeta Surf Bourbon Wallig (Av. Assis Brasil, 2611 – Loja 249 – Jardim Lindóia, Porto Alegre)Horário funcionamento: das 10h às 22h.Online (com taxa de conveniência)www.sympla.com.br/opiniao (em até 12x no cartão) ResumoO que: L7 & Black FlagQuando: quarta, 25 de outubro – 19hOnde: Opinião — José do Patrocínio, 834Quanto: de R$140 à R$480Informações: www.abstratti.com e (51) 3211-2838

19 anos de Coletivo Catarse!

E finalizamos um novo ciclo nos reestruturando, como sempre, em movimentos contínuos, numa árdua tarefa de levantar um projeto que nos fez olhar para nós mesmos – mais uma vez. A possibilidade de termos uma programação continuada e financiada com dinheiro público, via Funarte, nos permitiu revisitar nossas redes de relações e – como já havia acontecido em outros momentos, também em projetos parecidos – recebermos um retorno que nos emocionou. Então, nada mais justo que se marcasse o início do novo giro no entorno do Sol com agradecimentos! A todos que nos reconheceram – e reconhecem! -, não necessariamente aos que nos entregaram cartas, mas que o fazem nas singelezas de suas atitudes diárias; aos próprios cooperados – que passaram e que seguem!; a todos aqueles que encostamos, de uma maneira ou outra, com esses 19 anos de atividades; e ao Ricardo Retamal, que nos apoiou por muito tempo, de maneira silente, mas seguida, representando aqui todos aqueles que, de alguma forma, também nos deram suporte do jeito que fosse. Com certeza, sem isso tudo, não estaríamos aqui, com um belo plano de seguir! Agora, aproveite e leia o que escrevemos para justificar a sequência de nossa existência: Ao Edital Funarte – Ações Continuadas. O Coletivo Catarse completa 20 anos em 2024. Apesar de ser constituído formalmente como uma cooperativa de trabalho, para tratar das relações formais de direitos sociais de seus cooperados e sua colocação no mercado de trabalho, sempre se caracterizou por ser um coletivo agregador e compartilhador de estruturas e ações. E é assim que segue pautando suas atividades, e é assim que propõe este projeto de um 20° ciclo cheio de atividades que, de certa forma, representam exatamente sua existência. A rede que o Coletivo apoia, propaga e circula é muito reflexo desse histórico – em anexo, seguem cartas de reconhecimento da nossa relevância cultural pelas mãos de artistas, grupos, representantes de comunidades indígenas, instituições, de ações integradas, etc. Foram mais de 100 coletadas (15 pontos de cultura, 13 entidades/núcleos de pesquisa, 5 profissionais relacionados ao patrimônio, 3 lideranças indígenas, 3 indigenistas, 23 pessoas relacionadas à música, 15 representando o teatro, 6 do cinema, 10 da negritude, 9 da ecologia, 4 mulheres ativistas negras, 3 do hip-hop, 3 da dança, 7 de mídia, 6 representando manifestações culturais de matriz Africana – capoeira, samba, sopapo, culinária etíope – , 1 liderança quilombola, 5 instituições ligadas também ao patrimônio – IPHAN, MuseCom, Museu Júlio de Castilhos, Museu Antropológico do RS –, 2 profissionais da acessibilidade, 1 coletivo LGBTQI+ e 2 entidades ligadas à saúde), algumas com o comprometimento, inclusive, de participação nesta proposta (em anexo, também, vai já parte da programação diversa e inclusive acertada, com as devidas referências, para o Eixo Maria Maria). E o que é importante nisso para além do apoio recebido? Esta é uma REDE ATIVA. Só nesta lista, dos que se dispuseram a encaminhar formalmente seu reconhecimento, calculam-se cerca de 400 pessoas que se beneficiaram diretamente com o compartilhamento da estrutura do Coletivo ou que desenvolveram trabalhos em conjunto – e que serão atingidos por esta proposta ou que estarão diretamente envolvidos! Ou seja, o nosso 20° ano não pretende-se ser diferente do que já realizamos historicamente, mas, sim, programado com resultados de um evidente e maior potencial de se atingir, ainda mais público a se tocar, e fomentar com recursos uma rede que vem se apoiando em escambos culturais, com recursos muitas vezes insuficientes para toda uma cadeia de envolvidos, literalmente na militância de fazer sua arte. Assim, o Coletivo planeja com muito mais força, com o aporte pretendido, dar ao dinheiro público o seu sentido que entende como principal – o usufruto coletivo, a disponibilização pública, a produção artística e cultural de matriz comunitária. E isso já é algo que, através de iniciativas como o projeto do Ponto de Cultura e Saúde Ventre Livre, por exemplo, o Coletivo já efetiva! Não foram poucas as vezes que se produziram projetos com financiamentos públicos em que o objetivo principal era a devolução à sociedade daquele investimento (2008/2020 – Ponto de Cultura e Saúde Ventre Livre – com atividades ininterruptas financiadas ou não financiadas até o momento presente, conveniamento com Ministério da Cultura e SEDAC-RS; 2010 – Prêmio Interações Estéticas – Projeto Famílias do Jardim, Ministério da Cultura; 2010 – Projeto Tambor de Sopapo – Resgate Histórico da Cultura Negra do Extremo Sul do Brasil, Edital Patrimônio Cultural Imaterial – IPHAN; 2011 – Prêmio Pontinhos de Cultura – Projeto Fazendo Cena, Ministério da Cultura; 2012 – Participação no Projeto LabCultura Viva, UFRJ – Ministério da Cultura; 2012 – Projeto Carijo: Herança do Conhecimento Ancestral na Fabricação da Erva-Mate, Edital Patrimônio Cultural Imaterial – IPHAN; 2012 – Contemplado no Edital da terceira edição do Etnodoc – Projeto Batuque Gaúcho, Associação Cultural de Amigos do Museu de Folclore Edison Carneiro, em parceria com o Centro Nacional de Folclore e Cultura Popular e o Departamento de Patrimônio Imaterial – IPHAN; 2012 – Projeto “Araucária: de braços erguidos para o céu”, contemplado no Edital SEDAC nº 9/2012 Edital de Concurso “Rio Grande do Sul – Pólo Audiovisual”, Pró-cultura RS FAC, vinculado à SEDAC-RS; 2012 – Filme Nega Lú, contemplado no edital nº 41/2012 Edital de Concurso “Pró-cultura RS FAC das Artes”, vinculado à SEDAC-RS; 2013 – Projeto Nós da Rede, contemplado no Edital SEDAC nº 07/2013, Edital de Concurso “Pró-cultura RS FAC Processos Culturais Colaborativos”, vinculado à SEDAC-RS; 2015 – Projeto Roda Carijo, contemplado no edital 03/2015 Edital de Concurso “Pró-cultura RS FAC #juntospelacultura”, vinculado à SEDAC-RS; 2016 – Projeto Uma Tainha no Dilúvio – contendo filme/websérie ficcional e site – apoiado pelo Fundo Socioambiental CASA, em edital na linha de ação: Água e questões socioambientais do meio urbano; 2016 – Websérie “O ser Juçara”, apoiada no edital Fortalecendo Comunidades na busca pela Sustentabilidade, uma parceria entre o Fundo Socioambiental CASA e o Fundo Socioambiental CAIXA; 2018 – Projeto em parceria com o músico e bonequeiro Mestre Bira/Ubirajara Toledo, contemplado no Edital de Seleção Pública n.º …

Bolha Luminosa

A Bolha Luminosa é um “aparato cenográfico de formato esférico, inflável, para performances de teatro de sombras em espaços ao ar livre ou alternativos”. Desde 2005 a Cia Teatro Lumbra realiza experiência com esse formato inusitado de cenografia/superfície de projeção, resultando em performances em teatro de sombras que aproxima o espectador desta linguagem e convida a brincar e interagir. Hoje, 19.09, uma dessas experiências, fechará o Festival Porto Alegre em Cena, e se chama O Marujo e a Tempestade. Essa performance conta a história de um jovem marujo que chega em um porto e conhece uma moça. Os dois se apaixonam. Quando o marujo segue viagem, é pego de surpresa por uma tempestade. A moça, pressentindo o perigo, vai ao encontro dele. Para que o amado seja salvo, um mistério deverá ser revelado. Como testemunhas, apenas a lua cheia e todo o público convidado. Ano passado o Clube da Sombra, em parceria com o Coletivo Catarse, produziu um mini documentário contando mais sobre essa curiosa experiência que é a Bolha Luminosa. Depois de encerrada a apresentação de 15 minutos da performance “O marujo e a tempestade”, os artistas preparam o espaço interno da Bolha enquanto os espectadores são convidados a participar, formando uma fila e pequenos grupos, de 7 a 10 pessoas, para entrar no balão. Cada grupo fica em tempo estimado de até 5 minutos, conforme a demanda, para experimentar suas sombras corporais e brincar com as figuras que fizeram parte da história apresentada. “Esse momento interativo é uma sacada muito especial deste espetáculo, pois a experiência imersiva, que é estar dentro da bolha, convida o público a brincar num lugar quase secreto, seguro. Já tivemos a experiência de receber crianças bem pequenas, adolescentes e idosos, gente que estava sedento pela brincadeira e outros nem tanto mas que, mesmo assim, não resistiram a entrar naquela bola encantadora. É uma oportunidade de aproximar o público dos princípios básicos da arte do teatro de sombras de uma forma descontraída e lúdica e a partilha das imagens que todos produzem juntos ali é muito potente”. Têmis Nicolaidis – integrante do Coletivo Catarse e da Cia Teatro Lumbra. Siga o Cia Teatro Lumbra nas redes:@clubedasombra@bolhaluminosa Site do Clube da SombraYoutube do Clube da Sombra – Inscreva-se!O Clube da Sombra promove Vivência Imersiva no Teatro de Sombras – Saiba mais

Vasalisa, a sabida

Domingo (17.09), foi dia de gravar as vozes para a história “Vasalisa, a sabida” – versão da fábula retirada do livro Mulheres que Correm com os Lobos, de Clarissa Pinkola Estés. “Era uma vez e não era uma vez…”. Uma contação de histórias sobre o resgate da intuição e a percepção de que a maioria das coisas não é o que parece ser à primeira vista. Um projeto que entrelaça expressões artísticas, como a contação de histórias, o áudio drama e o teatro de bonecos, uma criação da Aline Ferraz pela Projeta Matricêntrica (@projetamatricêntrica) em parceria com Têmis Nicolaidis pelo Ventre Livre (@ventre_livre) e Coletivo Catarse (@coletivocatarse).

I Carijada Kaatártica – uma atividade para revisitar e vivenciar práticas de ancestralidade

O que se passou ali?Nesses restos de uma história passada.Cada elemento do fim conta um pouco do começo. Neste mês de agosto, de 2023, mais precisamente entre os dias 3 e 6, o Coletivo Catarse/Ponto de Cultura e Saúde Ventre Livre revisitou origens da cultura originária do Rio Grande do Sul realizando a I Carijada Kaatártica. Localizada no município de Triunfo, no sítio dos Nicolaidis Cardoso, na região conhecida como Vendinha, a função reuniu a coletividade e mais alguns amigos numa produção artesanal de cerca de 25 kg de erva-mate. Iniciamos numa jornada para buscar o soque em Rolante, levamos a Triunfo e partimos a organizar o acampamento, as estruturas e o carijo – quarta, quinta e sexta-feira (2, 3 e 4 de agosto). Um adendo, na sexta-feira ainda teve coleta de mudas de Palmeira Juçara, semeadas pelos integrantes do Coletivo Catarse há mais de 6 anos, quando da realização de um Planejamento Estratégico no sítio. Esta, também, uma cultura de resistência, de luta ambiental e de sustentabilidade no domínio da Mata Atlântica – assista ao O Ser Juçara e entenda! ( ep1, ep2, ep3). No sábado, um grupo seguiu para o Sítio “Segredos da Terra”, no Corredor dos Garcias, interior do município de Triunfo, de propriedade do médico veterinário e grande parceiro Fabio Haussen Pereira Junior, para fazer a colheita da erva-mate. No local, já planejando uma poda que mantivesse alguns pés para uma segunda carijada – no local, em início de outubro! -, realizou-se um pequeno manejo, com liberação de espaço para facilitar o rebrote dos pés de erva cortados. Cortou-se o suficiente para encher um carijo de 1,70m x 1,70m e de 1,10m de altura. A chegada da erva no Sítio dos Nicolaidis Cardoso coincidiu com a chegada de um grupo de pessoas que veio diretamente da “Oficina de Vídeo para Defesa de Territórios com o Celular”. A ação, envolvendo os indígenas da Retomada Gah Ré, no Morro Santana em Porto Alegre, ministrada por Vitor Ribeiro, de Niterói-RJ, da ONG Witness e Plataforma Bombozila, foi realizada em continuidade ao projeto Coral, articulação latinoamericana de fortalecimento do vídeo como ferramenta de defesa de direitos socioambientais. De lá, chegaram representantes da etnia Kaingang e Guarani, além do próprio Vitor e demais colegas de Coletivo. “Eu tinha pouquíssima – pra não dizer nenhuma – informação sobre o carijo e a erva-mate como um todo. Quando participei da Carijada, tive a chance de estar junto e aprender sobre o processo, com gente comprometida com sua preservação. A dedicação das pessoas envolvidas e a forma como a brasa era mantida me deixaram muito impactado. Todas as etapas do processo, a convivência em torno do fogo, a cantoria, poder beber o mate recém-nascido no carijo, foi muito impactante pra mim. Senti muita confiança na postura do Coletivo Catarse em trabalhar junto com os povos indígenas para resgatar essa cultura ancestral. Como um carioca que não tem hábito de tomar o mate, acabei voltando com a erva para casa e apresentando paras pessoas na minha comunidade. E fez muito sucesso: equanto sorviamos, eu lhes mostrava os vídeos do fogo, do carijo, do soque, e lhes contava como as pessoas se organizaram coletivamente em torno dessa feitura. Algumas pessoas compararam o trabalho coletivo do mate ao que fazemos na pescaria artesanal de canoa aqui da região, quando nos mobilizamos para pegar, limpar e cozinhar o pescado. Dessa forma acredito que pude compartilhar com minha comunidade esse aprendizado e esse respeito pelo conhecimento ancestral da Natureza.” – relatou Vitor. Com a coletividade completa, se deu início aos processos de encarijamento, partindo-se ao sapeco – primeiro contato da erva-mate com o fogo, quando se passam as folhas rapidamente pelas labaredas altas para gerar um “estralar” alto, demonstrando que as membranas da folha se romperam -, depois a quebra e montagem dos ramos, para, em fim, colocar e preencher o estrado do carijo com a erva-mate. Com o braseiro do sapeco, inicia-se o fogo, mantendo-se o controle de um fogo baixo e uniforme por pelo menos 12h – neste caso, pela umidade da noite, 14h. É a fase da secagem, lenta e gradual, uma noite longa, acompanhada pelos carijeiros que fazem a ronda, trocando causos e conversas ao pé do fogo sem descuidar jamais. O amanhecer, o avanço do Sol chegou, a erva secou, saiu do carijo e foi ao cancheador, para a primeira quebra – não sem antes, ainda bem cedinho, sair o primeiro matezido, bueno, colhido pelas mãos defumadas e batido na mão de pilão, para, então, ir à cuia, que vai fazer sorver o melhor amargo para aquele momento. A fase final é a música do soque mecânico batendo, um samba, cadombe, tambor sequenciado, afinando a erva cancheada e preparando a distribuição da erva a todos, cheia de conhecimento e história, mas não só mais aquela ancestral, mas, agora, também com a de todos que trabalharam. Participaram desta carijada:Têmis, Gustavo, Mainô, Marcelo, Bruno, Billy, Sheiná, Kaariuk, Liane, Ruwer, Najla, Alexandre, Cris Cubas, Vini, Vitor, Lorena, Van Fejj, Kanindé, Vherá Xunú, Eraldo, Estela, Rita, Navarro, Dr. Fábio e família. Depoimento de Alexandre Fávero, artista, sombrista há mais de 20 anos: Texto: Gustavo TurckFotos: Billy Valdez, Bruno Pedrotti, Têmis Nicolaidis.

Sessão Bodoqe 8 – lançamento mundial do documentário Informar é Vacinar

Na noite de sexta, 23 de junho, a Sessão Bodoqe recebeu a estréia do lançamento Mundial do documentário Informar é Vacinar e esquete com os bonecos de Machado de Assis e Oswaldo Cruz interpretados pela Trupi di Trapu. Depois das distritais do Conselho Municipal de Saúde, da Cinemateca Capitólio e das lives com a a Fiocruz, foi o dia do Maria Maria Espaço Cultural (Fernando Machado 464, Comuna do Arvoredo, Centro de Porto Alegre/RS, Brasil, Terra, Via Láctea) receber o filme sobre fake news e seus efeitos na vacinação. Como mestres de ceremônio para tal evento, ninguém menos que Machado de Assis e Oswaldo Cruz. Confeccionados e interpretados por Anderson Gonçalves e Viviane Marmitt da Trupi di Trapu, os personagens principais do filme receberam o público, contando um pouco da sua odisséia em busca de informações verdadeiras em saúde e vacinação e entrevistando a equipe da produção do documentário. Sinopse:O documentário acompanha a dúvida de Machado de Assis – “Afinal, é para se vacinar ou não?!” -, que busca ajuda de seu amigo Oswaldo Cruz para encontrar informações confiáveis sobre saúde em meio à avalanche de desinformação que toma conta das redes sociais e confunde a sociedade brasileira. A busca dos dois – bonecos, confeccionados e operados pela @trupiditrapu – levanta diversas reflexões sobre as fakenews e seus efeitos na vacinação e no sistema de saúde como um todo. Esta obra é fruto de uma proposta do Coletivo Catarse/Ponto de Cultura e Saúde Ventre Livre contemplada na Chamada Pública de Projetos da Sociedade Civil de Comunicação Popular e Comunitária em Saúde da Fiocruz e OPAS (2022/2023). O conteúdo desta obra não reflete necessariamente as opiniões das instituições financiadoras. Este filme faz parte do projeto “Informar é Vacinar – uma história de fake news contra as vacinas e o sistema público de saúde”. Uma produçãoPonto de Cultura e Saúde Ventre LivreColetivo Catarse Com apoio doConselho Municipal de Saúde de Porto Alegre Ficha técnica:Machado de AssisAnderson Gonçalves Oswaldo CruzViviane Marmitt Produção executivaGustavo TürckBruno Pedrotti DireçãoGustavo Türck Assistência de direçãoBruno Pedrotti Direção de produçãoMarcelo Cougo RoteiroGustavo TürckBruno PedrottiTêmis NicolaidisMarcelo Cougo Pesquisa de imagensBruno PedrottiTêmis NicolaidisGustavo Türck Operação de câmerasBilly Valdez Operação de somMarcelo CougoGustavo Türck EdiçãoTêmis Nicolaidis Cor e finalização de vídeoBilly Valdez Finalização de áudioGustavo Türck Arte de bonecosTrupi di Trapo Direção de trilha sonoraMarcelo Cougo EntrevistadesBenjamin RoitmanBruno MussaFernando D’AndreaIsabella BallalaiKaren CarvalhoLuana RodriguesMarcia Thereza CoutoMellanie DutraPaola Falceta Unidade de Saúde Nossa Senhora AparecidaSônia José de Souza ElyseuJosé Antônio Souza da SilvaGeorges Peres de OliveiraJéssica Machado Trilha sonoraNeonazi GratiluzRatos de Porão Tema de baixo e caixaGravação demoMarcelo Cougo – baixoPaulinho Bettanzos – caixa Tema de Prata PretaMúsica de Marcelo CougoMarcelo Cougo – violões, escaleta, assovio e sopapinhoMarcelo Lalo – guitarrasBruno Africanamente Capoeira Angola – berimbau violaGravação e mixagem – Gustavo Türck CosmonautaMúsica de Marcelo CougoMarcelo Cougo – BaixoStefano – Piano e GuitarraYvan Etienne – SaxPaulinho Bettanzos – Sintetizador*trilha originalmente composta para o curta-metragem Cosmonauta Aires de TangoMúsica de Marcelo LaloMarcelo Lalo – guitarras e violõesGravação e mixagem – Gustavo Türck Assessoria de comunicação e jornalistas responsáveisBruno Pedrotti (MTB 0019855-RS)Gustavo Türck Arte gráficaTêmis NicolaidisBilly Valdez AgradecimentosFiocruzComuna do ArvoredoGrupo Hospitalar Conceição (GHC)Simone Faoro BertoniHelena Beatriz Silveira CunhaAdiel Coelho da CunhaUnidade de Saúde Nossa Senhora AparecidaGeorges Peres de OliveiraSônia José de Souza ElyseuAna Lúcia Valdez PolettoClaunara Schilling MendonçaCarla DominguezNúcleo de Coordenação do Conselho Municipal de Saúde POAKatia CamargoTiago VeitLeandro Carbonato e Power Line Music ProdutoraRatos de Porão e João GordoMercado 453Maria Maria Espaço CulturalPaulinho Bettanzos

Sessão Bodoqe 7 – os bonecos atacam novamente!

Mais uma vez os bonecos tomaram o palco do Maria Maria Espaço Cultural. Na noite da última sexta, 26/05, a Sessão Bodoqe recebeu a participação da Trupi di Trapo com a peça “As aventuras do palhaço Sebastião” e teve como atração músical a trilha sonora original do filme Informar é Vacinar. Depois que as crianças de todas as idades se maravilharam com a peça – que com muita alegria prestigiou a arte do teatro de bonecos e levantou em tom satírico diversas questões que atravessam a sociedade brasileira, como o machismo e o racismo – o palco recebeu a apresentação ao vivo da trilha sonora original do documentário Informar é Vacinar. Realizado pelo Coletivo Catarse/Ponto de Cultura e Saúde Ventre Livre com apoio da Fiocruz e OPAS, o documentário teve as trilhas Aires de Tango e Tema de Prata Preta executadas ao vivo por Marcelo Cougo e Marcelo Eguez, com participação de Bruno Pedrotti na última trilha.

Um parque natural para proteger e visitar, em Porto Alegre

O Parque Natural Morro do Osso é uma unidade de conservação de proteção integral, situado no meio urbano de Porto Alegre, RS, próximo às margens do lago Guaíba. Com aproximadamente 130 ha e grande beleza cênica, abriga diversidade de fauna e flora, representativa dos biomas Mata Atlântica e Pampa. O vídeo é um projeto do Grupo de Apoio ao Uso Público em Unidades de Conservação (GAUPUC), do Instituto Federal do Rio Grande do Sul (IFRS), em parceria com o Parque Natural Morro do Osso. O trabalho tem o objetivo de apresentar o Parque ao grande público, convidando-o a contemplar e valorizar esta área protegida. A realização audiovisual é do Coletivo Catarse e da Mobile Drone. Para agendar trilhas, ligue (51) 3289.5070 ou envie e-mail para morrodoosso@smam.prefpoa.com.br Colaboração:APACA – Associação Porto Alegrense de Condutores AmbientaisAPACAtrilhasPOA (Instagram); cirandas.net/apaca (Facebook)

Índios Urbanos nos 20 anos da Fág Nhin

Sexta 7 de Abril os Kaingang da Fag Nhin, na Lomba do Pinheiro em Porto Alegre/RS, celebraram os vinte anos da sua comunidade, uma das primeiras áreas indígenas urbanas do Rio Grande do Sul. Em 2002, os Kaingang reivindicaram o espaço na Lomba do Pinheiro, enfrentando o senso comum que reduzia os indígenas aos espaços rurais. Na época, um grupo que depois viria a fundar o Coletivo Catarse esteve na aldeia acompanhando a luta pelo território na Parada 25, por meio do Projeto Indíos Urbanos (na época o termo indígenas ainda não era amplamente usado) que teve uma revista e um documentário em VHS. Passadas duas décadas, o Coletivo Catarse/Ponto de Cultura e Saúde Ventre Livre voltou a aldeia para celebrar junto a conquista do território. Em clima de festa, com direito a muita comida tradicional Kaingang, o coletivo contribuiu com a exibição do documentário Indíos Urbanos e a mostra das revistas e fotografias do Projeto. A equipe do Coletivo assistiu maravilhada enquanto a juventude reconhecia os mais velhos, protagonistas da luta retratada no telão e nas fotografias. O momento suscitou reflexões importantes, recordou do papel de lideranças que participaram para a conquista da aldeia como Zílio e Francisco. E quantos conquistas a se celebrar: do acampamento lutando para se manter em 2002, a equipe encontrou uma aldeia consolidada, com moradias dignas, espaço, áreas de mata preservada e uma escola estruturada. Mas, para além dos ganhos materiais, a comunidade também avançou em uma das principais preocupações de lideranças décadas atrás: a manutenção da cultura e das práticas tradicionais no ambiente urbano. Longe de “perder sua cultura” por viver na capital, a comunidade fortaleceu tradições e conhecimentos ancestrais como as pinturas e grafismos relacionados as marcas Rá Ror e Rá Tej das metades Kainru e Kamé, a língua Kaingang, a culinária tradicional, os artesanatos com cipó, taquara e outros materiais. Estar em um território pulsante, com a cultura ancestral fortalecida e difundida e o clima geral de festa reforçou a importância de seguir ao lado dos povos tradicionais registrando suas lutas. Mas, para além de apenas registrar, o valor de tornar acessíveis os registros para as comunidades. Até porque as imagens oferecem um suporte importante para que a juventude visualize as histórias contadas pelos anciões sobre a comunidade e sua trajetória. Além disso, o audiovisual é sempre um disparador para discussões e momentos coletivos de compartilhamentos de saberes e vivências. Sem contar a possibilidade de manter registros da visão dos povos tradicionais, para além das narrativas dominantes contadas pelo viés dos opressores. Se a memória também é um campo de batalha, nos posicionamos nesta trincheira ao lado dos povos, da diversidade e contra as monoculturas de ideias.