Saberes Kaingang na Sala Redenção

Na última quinta, 15 de novembro, o cinema da Sala Redenção, no Campus Centro da UFGRS, exibiu 5 filmes da série “Saberes Indígenas na Escola – núcleo UFRGS Kaingang”. Realizada pelo núcleo Saberes Indígenas da UFRGS e pelo Coletivo Catarse em 2023, completando uma década da ação de extensão, esta série traz temas geradores para debate nas salas de aula das aldeias. Cada um dos temas foi escolhido pela própria comunidade que recebeu a gravação, sendo as entrevistas na língua Kaingang, com os próprios professores indígenas das escolas dialogando com os mais velhos e mais velhas. No projeto, o audiovisual entra como parte do material didático desenvolvido para a educação escolar indígena – que será lançado dia 27 do mesmo mês no Museu da UFRGS – em um esforço de docentes indígenas e não indígenas para sistematizar uma base que permita que cada povo tenha um ensino escolar diferenciado segundo sua cultura. Depois dos filmes, foi feita uma conversa com Lucas Penido, da equipe dos saberes, as indígenas Kaingang Vera Kaingang e Sueli Krengre e Gustavo Türck, da equipe do Coletivo Catarse. Além falar sobre o processo de produção, foram levantados alguns dos fatores que levaram a decisão de exibir os filmes no idioma originário e sem legendas, fazendo da sessão uma das poucas – se não a primeira – sem suporte ao português no espaço. Para alívio da curiosidade dos fog (não indígenas) presentes, a tradutora, professora e antiga orientadora do Saberes, Sueli Krenge, contou no idioma do colonizador um pouco do que foi conversado nas aldeias. No encarramento da sessão – que integrou a mostra “Sabedorias – Arandu – Kanhgág Kajró Pẽ” -, foi feito o convite para a exposição de mesmo nome. Com abertura na próxima segunda (27/11), às 10:30, a exposição no Museu da UFRGS (Av. Oswaldo Aranha, 277, Porto Alegre/RS) em comemoração aos dez anos da Ação Saberes Indígenas na Escola – Núcleo UFRGS pode ser visitada de segunda à sexta, das 9 às 18 horas. Estarão expostos os materiais didáticos nas línguas originárias, incluindo os materiais audiovisuais e impressos. Texto e fotos: Bruno Pedrotti.

Carijada na Ecovila Karaguatá

Uma vez mais a chama carijeira iluminou a noite do Rio Grande do Sul, aquecendo corações e reafirmando coletivamente o fazer ancestral. No último fim de semana, 18 e 19/11, reunidos na Ecovila Karaguatá, Santa Cruz do Sul/RS, cerca de dez pessoas prepararam artesanalmente 13 kilos de uma erva mate deliciosa.

“É noite. Paira no ar uma etérea magia…”

Gilka Machado (1893-1980), foi a maior representante feminina do simbolismo no Brasil. Poeta carioca, nascida numa família de artistas, lançou seu primeiro livro em 1915, causando alvoroço na crítica desde já.  Tinha a admiração de grandes escritores como Jorge Amado, Olavo Bilac e Carlos Drummond Andrade e venceu o concurso de melhor poetisa do Brasil, em 1933, concorrendo com nomes como Cecília Meireles. No entanto foi duramente criticada por muitos setores da sociedade pelo teor sensual de seus versos e desvalorizada por sua condição social. Gilka foi uma precursora – ou “a antecessora”, na palavras de Carlos Drummond Andrade – usando de um erotismo espiritualizado para falar de desejos, anseios e aspirações da mulher, tirando-a da condição de objeto do homem e apresentando-a protagonista de si mesma. O projeto Língua Lâmina teve início em 2019, quando três artistas independentes (Alexandre Malta, Lorena Sánchez e Thali Bartikoski) idealizaram a elaboração de um sarau a partir da literatura erótica feminina no Brasil. A proposta inicial era apresentar um compilado de diversas autoras, de variadas épocas. Ao direcionar-se o trabalho de pesquisa para a busca das mulheres pioneiras na poesia erótica no país, se chegou na vida e obra da poeta Gilka Machado. Foi idealizado, assim, o sarau sensorial “A Língua Lâmina de Gilka Machado”, onde as palavras do universo gilkiano jogam frequentemente com os cinco sentidos, proporcionando experiências sensoriais ao público, apresentando assim mais concretamente sua poesia essencialmente simbolista.  O sarau chegou a estrear no início de 2020 no espaço do Guernica Bar, mas infelizmente teve as atividades suspensas por conta do isolamento social provocado pela pandemia do Covid19. Durante o período de isolamento, o grupo continuou pesquisando e desenvolveu ações de forma virtual, com videopoesias realizadas de forma caseira pelos três artistas e entrevistas a outras estudiosas da escritora Gilka Machado. O sarau retomou as apresentações presenciais no fim de 2022 com o elenco inicial, se apresentando em palcos alternativos e de forma independente.  Em meio às pesquisas e discussões, realizadas durante e posteriormente ao período de isolamento, foi desenvolvida uma nova concepção em relação ao produto final do projeto. Na pesquisa histórica, identificou-se um grande número de escritoras latino-americanas, contemporâneas de Gilka Machado, todas mulheres pioneiras em seus países com uma escrita ousada e libertária – outras línguas-lâminas que podiam ser somadas. E no desejo dos artistas suscitou a necessidade de transpor o sarau para a condição de espetáculo.  Optou-se pela criação de um monólogo e a formação de uma equipe técnica incorporada à atriz em cena, utilizando de recursos como o audiovisual, a dança, a iluminação e a trilha sonora cuidadosamente pesquisada. Língua Lâmina então toma a forma de um projeto cuja proposta cênica se desenvolve a partir da intersecção de diferentes áreas artísticas, que convergem para a apresentação de elementos da obra de Gilka Machado e da condição feminina na sociedade, como ser autônomo e criador.  As profissionais envolvidas no projeto, sejam artistas ou técnicas, são imersas no universo gilkiano, produzindo harmonicamente elementos em suas especialidades individuais que convergem coletivamente em direção a uma representação da poética para além da palavra. Todo esse processo, somado a atuação e provocações da atriz em cena, devem proporcionar  sensações e estímulos no público O formato em monólogo teve a sua estreia em março de 2023, no evento Elas por Elas, do espaço cultural Cuidado que Mancha.  Língua Lâmina  participou em junho de 2023, no XXX FESTIVALE – FESTIVAL NACIONAL DE TEATRO DO VALE DO PARANHANA, em Rolante/RS, recebendo os prêmios de Melhor Atriz e Melhor Texto Original e as indicações de melhor espetáculo, direção, figurino, cenografia e trilha sonora. Fez, também, apresentação no Salão Mourisco na Biblioteca Pública do Estado. O Coletivo Catarse/Ponto de Cultura e Saúde Ventre Livre apoia Culturalmente o Língua Lâmina e tem, na equipe, duas coperadas Lorena Sánchez (atuação e produção) e Têmis Nicolaidis (videoprojeções), que assinam, também, a direção coletiva do espetáculo nessa nova fase.

Descobrindo a sombra

Dia 23 de outubro, a escuridão tomou conta da oficina de teatro para crianças da Yeshe Cultural (@yeshecultural). Nos iluminamos, nos observamos e jogamos com as sombras projetadas nas paredes e tela. O Ponto de Cultura e Saúde Ventre Livre (@ventre_livre) está nesta parceria com a Yeshe para sensibilizar as crianças para a linguagem da luz e sombra e, também, para criar uma cena de teatro de sombras para a montagem do grupo, Ed Mort, que será apresentado até o final do ano.

Imagens de luta: 1 ano da Retomada Gah Ré

Cansados de viver espremidos nas periferias, há pouco mais de um ano, familías Kaingang e Xokleng retomaram um território no Morro Santana. O terreno na zona leste de Porto Alegre, das capitais mais verticalizadas do Brasil, tinha tudo para seguir o rumo de tantos outros na cidade: ser cercado por tapumes, virar canteiro de obras e por fim um conjunto a mais de prédios sufocando a terra e bloqueando a vista. Mas a luta mudou tudo. Ao invés de prédios, aldeia. No lugar de concreto, trilhas. Ao invés de cortar as árvores, foram plantadas novas mudas, roças e ervas medicinais. Não se gerou lucro para acionistas e especuladores do mercado financeiro e sim bem viver, dignidade e alegria para famílias, amigos e parentes. Contra todas as forças do sistema capitalista, a comunidade vem se mantendo no seu território a um ano. Conquista essa que merecia – e recebeu – uma grande celebração. Entre os dias 2 e 5 de novembro, foi comemorado o aniversário da retomada, com apoio da Teia dos Povos, articulação nacional de luta por terra e território. Mais do que “somente” festejar, o evento foi organizado para potencializar a comunidade, com mutirões de construção e plantio, trilha, encontros culturais e fortalecimento de redes de apoio e solidariedade. A nós do Coletivo Catarse/Ponto de Cultura e Saúde Ventre Livre coube mostrar algumas imagens representativas do que o território passou. Com as fotografias do Deriva Jornalismo, Santiago e da própria juventude da retomada – registradas no processo do oficinas com nosso coletivo viabilizado pela Witness – montamos uma exposição no sábado dia 4 de novembro. Junto da exposição de fotos, também organizamos um cinema na aldeia. O barracão de lona, espaço importante de convivência, deliberação e aprendizado, tornou-se também sala de cinema, com o calor do fogo aquecendo o ambiente. Entre as opções de vídeos selecionados para a exibição não houve dúvida sobre qual seria o primeiro: “Resistir para cuidar da Mãe Terra“, registro da entrada da comunidade no território, cerca de um ano atrás. Após o filme, Gah Té fez uma fala reforçando a intenção de reflorestar o Morro Santana, convidando aos presentes para o mutirão de plantio que seria realizado no dia seguinte (domingo, dia 5). A sessão seguiu com mais um vídeo sobre a retomada que circulou no Instagram, o Dossiê sobre a Família Maisonava da Federação Anarquista Gaúcha (FAG) e o vídeo “Araucária Milenar e os Ensinamentos Xamânicos“, no qual o coletivo por meio do projeto Resistência Kaingang registrou um ritual da Kuja Gah Té com seu sobrinho e aprendiz de xamã Doka aos pés de uma Araucária Milenar em Mangueirinha/Paraná. O vídeo motivou Gah Té a compartilhar um pouco do valor que as Araucárias têm para o povo Kaingang com a comunidade de parentes e apoiadores que ouvia atenta envolta do fogo. Não por acaso, o filme seguinte foi o documentário Araucária, que cativou o público com suas belas imagens e animações dos animais que se alimentam os pinhões. E ver as imagens de pinhões cozidos, assados na grinfa, na chapa do fogão a lenha ou usados nas diversas receitas registradas no curta abriram o apetite dos presentes na sessão. Assim, foi se encerrando a sessão de cinema, com a chamada para o mutirão de preparo da janta. Terminado o cinema, o evento seguiu sua dinâmica coletiva de celebração e trabalho. Na mesma noite, música, dança, cantoria. No dia seguinte, trilha no Morro Santana e plantio de mudas nativas. Refletindo sobre o território e as diferentes fases pelo qual passou, foi possível perceber quantas conquistas no espaço curto de tempo. Algo que de fato se constatou foi que tamanho avanço não foi fruto de apenas o trabalho de algumas pessoas, e sim de uma articulação extremamente potente de outras aldeias, quilombos, assentamentos, grupos de capoeira, e diferentes grupos de pessoas que lutam por cidades com mais aldeias e menos prédios. Abaixo alguns dos nomes das coletividades envolvidas na construção desta festa. Agradecemos a oportunidade de participar e desejamos que venham muitos anos de vida para a Retomada Gah Ré e para a Teia dos Povos! Assentamento Carlos Marighella (SM), Quilombo Coxilha Negra (São Lourenço), Retomada Konhun Mág (Canela), Assentamento Filhos de Sepé (Viamão), Aldeia Por Fi Gá (São Leopoldo), Horta Vó Maria (Canoas), Comunidade Kilombola Morada da Paz (Triunfo), Raízes do Sul Capoeira Angola, Ação Antifascista Social, povo Palestino… Outros olhares:Deriva Jornalismo, DO TERRENO-Naturais&Artesanais, Retomada Kaingang de Canela Texto: Bruno PedrottiFotos: Luís Gustavo Ruwer, Billy Valdez, Marcelo Cougo, Deriva Jornalismo, Giulia Sichelero.

Bolha Luminosa do Cia Teatro Lumbra no 30º Porto Alegre em CENA.

No dia 19 de setembro de 2023 a Cia Teatro Lumbra apresentou “O marujo e a tempestade” dentro de sua Bolha Luminosa no 30º Porto Alegre em CENA, no Centro Municipal de Cultura Arte e Lazer Lupicínio Rodrigues, dentro da Sala Álvaro Moreyra.

Projeto na qual eles realizam a apresentação dentro de uma bolha gigante inflada de ar e ao término da apresentação a Cia Teatro Lumbra convidam o público presente a entrar dentro da bolha e conhecer como a “mágica” do espetáculo acontece, gerando uma nova experiência para o público que se diverte ao ter oportunidade de manipular as figuras.

Cia Lumbra atualmente é composta por: Alexandre Fávero, Têmis Nicolaids e Fabiana Bigarella.
Instagram: @clubedasombra
Site oficial: http://clubedasombra.com.br/

Abaixo algumas fotos realizada pelo cooperado Billy Valdez desta apresentação.

Criaturas da Literatura

O Criaturas da Literatura é um projeto de espetáculo de teatro de sombras da Cia Teatro Lumbra (@clubedasombra) livremente inspirado em 3 histórias da Literatura mundial – Dom Quixote, Alice no País das Maravilhas e Pequeno Príncipe e que, ao longo da sua recente história, se transformou através de diferentes fases, com distintos formatos. Com direção e atuação de Alexandre Fávero, produção e assistência de direção de Fabiana Bigarella e atuação e assistência de cenografia de Têmis Nicolaidis é, para além do espetáculo, um trabalho de pesquisa que, agora, circula livremente por festivais, escolas, feiras do livro. Somente este ano participou de importantes festivais de teatro do Brasil: 4º BQ Em Cena – Brusque/SC, 10º FIS – Festival Internacional de Teatro de Sombras – Taubaté/SP, I Mostra Internacional de Teatro de Bonecos de Macacos/MG , XI Mostra Internacional de Teatro de Bonecos de Mariana/MG ,10º Festineco – Festival de Teatro de Bonecos – Gama, Recanto das Emas e Santa Maria/DF, 5º Animaneco – Festival Internacional de Teatro de Bonecos – Joinville/SC, 25º Fenatib – Festival Nacional de Teatro Infantil – Blumenau/SC. O Coletivo Catarse fez e, ainda faz, parte desta trajetória do Criaturas da Literatura através de uma relação de parceria de trabalho com o grupo e por compartilhar uma colega de trabalho, Têmis Nicolaidis, sombrista da Cia Lumbra e cooperada do Coletivo Catarse. Uma parceria que procura investigar o diálogo entre a linguagem do teatro de sombras e a produção audiovisual. Esta parceria resultou, durante o período da pandemia de Covid-19, com recursos do Fundo de Apoio à Cultura do RS, uma série audiovisual com 6 histórias, além das 3 incluídas no espetáculo, Pinóquio, Drácula e Moby Dick. Assista abaixo o teaser do trabalho: Nesses 25 anos que estou trabalhando na Cia Teatro Lumbra, um dos objetivos que foi sendo modelado nas nossas políticas de trabalho e convivência é o compartilhamento de experiências com artistas e coletivos de diferentes áreas. As minhas vivências artísticas com o Coletivo Catarse permitiram-me refinar o olhar sobre questões fundamentais nas relações entre criadores, processos e resultados. A autogestão e a cogestão são princípios que norteiam o movimento cooperativista, mas também a tradição teatral, nos trabalhos de produção e gestão de negócios. Com a colega Têmis e os companheiros do Coletivo Catarse, compartilhamos conhecimentos e somamos forças para potencializar os resultados. Nossas inquietações determinam desafios por caminhos desconhecidos onde podemos descobrir juntos as nossas potencialidades e possibilidades. Alexandre fáveroEncenador, cenógrafo, diretor, sombrista e fundador da Cia Teatro Lumbra Para conhecer mais sobre o trabalho da Cia Teatro Lumbra e do Criaturas da Literatura, acesse: Site do Clube da Sombra Página do Criaturas da Literatura Instagram Clube da Sombra Instragram Criaturas da Literatura

Black Flag e L7 tocam juntas em Porto Alegre no mês de outubro

ABSTRATTI PRODUTORAAPRESENTA:BLACK FLAG E L7Quarta-feira, 25 de outubro no Bar Opinião – Porto Alegre Influência para todo cenário rocker desde os anos 1980, do metal ao alternativo, o Black Flag estreia em Porto Alegre dia 25 de outubro, no Opinião (José do Patrocínio, 834). E a ocasião é especial, já que a banda liderada pelo guitarrista Greg Ginn (único da formação original) vai executar seu clássico segundo álbum “My War” na íntegra. Também estão previstos no repertório petardos de outros trabalhos em uma apresentação com mais de duas horas. Na mesma noite, outra influente banda também está escalada: a L7, quarteto feminino relacionado ao movimento riot girl, que deslanchou junto ao grunge dos 1990 e conquistou sucesso e respeito com faixas como ‘Pretend We’re Dead’.Esta é a segunda gira do Black Flag no país e a primeira a passar pelo Rio Grande do Sul. Já as meninas do L7 desembarcam no Brasil pela terceira vez, sendo a segunda passagem pela capital gaúcha. Black FlagO Black Flag é nome de referência para o punk e pioneiro no hardcore. Criada pelo guitarrista Greg Ginn em 1976, na Califórnia (EUA), a banda tornou-se extremamente influente dentro do rock, do metal ao indie. Após chamar a atenção no cenário underground com dois EPs — “Nervous Breakdown” (de 1979 — com Keith Morris, que depois formaria o Circle Jerks, nos vocais) e “Jealous Again” (1980) — o grupo lançou o acelerado primeiro álbum “Damaged” (1980), que tinha o hoje lendário Henry Rollins como frontman.Com seu segundo disco “My War” (1984), o Black Flag tornou-se realmente cultuado, a ponto de ser citado como influência por grupos como Nirvana, Mudhoney, Melvins e Queens of the Stone Age. Com “My War”, gravado como trio (Ginn ficou responsável pelas cordas, Rollins pelas vozes e Bill Stevenson, do Descendents, pela bateria), o conjunto apostou em uma sonoridade mais arrastada e pesada, estabelecendo caminhos que deram origem ao sludge e ao grunge. São nove músicas, sendo seis mais “tradicionais” (tal qual “Can’t Decide” e “Beat My Head Against The Wall”) no lado A e três um tanto experimentais no B.O grupo colocou na rua outros álbuns importantes, como “Slip It In” (1984), “Loose Nut” (1985) e “In My Head” (1985). A maioria das artes de capa são assinadas por Raymond Pettibon, artista visual irmão de Ginn, conhecido por ter ainda criado o famoso logo das quatro barras que identifica o Black Flag.Além de tocar Ginn também fundou o selo independente SST, em 1978, por onde lançou todas suas gravações e artistas então emergentes, como Hüsker Dü, Bad Brains, Soundgarden, Sonic Youth e Dinosaur Jr.Atualmente, o Black Flag é composto, além de Ginn, por Harley Duggan (baixo), Charles Wiley (bateria) e o skatista profissional Mike Vallely (voz). L7O pensamento de que para fazer rock era preciso ter culhões ficou no passado. E as meninas do L7 são pioneiras nesse sentido, comprovando isso desde 1985, quando iniciaram as atividades na Califórnia. No Brasil, o quarteto feminino surgido com o levante grunge, que mudou o panorama da cultura pop durante os anos 1990, despontou com o terceiro álbum “Bricks Are Heavy” (1992). É desse disco a consagrada ‘Pretend We’re Dead’, bem como os singles ‘Everglade’ e ‘Monster’. Com a grande exposição mundial, as garotas estrearam ao vivo no Brasil em 1993, como atração do Hollywood Rock. Com show coeso e enérgico, roubaram a cena no evento, sendo apontadas como uma das melhores performances do festival — que tinha na escalação Nirvana e Red Hot Chili Peppers, entre outros.Ainda na última década do século passado, a L7 lançou os discos “Hungry for Stink” (1994), “The Beauty Process: Triple Platinum” (1997) e “Slap-Happy” (1999), sem o mesmo impacto de outrora. Em 2001, a banda anunciou um hiato indefinido, retornando aos palcos em 2014.A última passagem do conjunto pelo Brasil foi em 2018, um ano antes de lançar “Scatter the Rats”, seu primeiro álbum em 20 anos e o mais recente até então. Em 2016, saiu o documentário “L7: Pretend We’re Dead”, dirigido por Sarah Price e mostrando a trajetória de altos e baixos da banda.A formação atual, que vem desde o fim dos anos 1980, tem Donita Sparks (vocais e guitarra), Suzi Gardner (guitarra e vocais), Jennifer Finch (baixo) e Demetra Plakas (bateria). Texto de Homero Pivotto Jr. Serviço:L7 e Black Flag em Porto AlegreLocalOpinião (Rua José do Patrocínio, 834)Classificação etária16 anos (acompanhado de responsável legal)QuandoQuarta-feira, 25 de outubro, às 19hHorários19h — abertura da casa19h30min — L721h30min — BLACK FLAGIngressos3º loteSolidário — R$ 185*Meia — R$ 180**Inteira — R$ 360 Mezanino 2º lote (promocional)Solidário — R$ 235*Meia — R$ 230**Inteira — R$ 460 3º loteSolidário — R$ 245*Meia — R$ 240**Inteira — R$ 480Pontos de vendaOnline (com taxa de conveniência)www.sympla.com.br/opiniao (em até 12x no cartão)PONTOS DE VENDA SEM TAXA:Bilheteria oficial (sem taxa de conveniência – somente em dinheiro):Loja Planeta Surf Bourbon Wallig (Av. Assis Brasil, 2611 – Loja 249 – Jardim Lindóia, Porto Alegre)Horário funcionamento: das 10h às 22h.Online (com taxa de conveniência)www.sympla.com.br/opiniao (em até 12x no cartão) ResumoO que: L7 & Black FlagQuando: quarta, 25 de outubro – 19hOnde: Opinião — José do Patrocínio, 834Quanto: de R$140 à R$480Informações: www.abstratti.com e (51) 3211-2838

19 anos de Coletivo Catarse!

E finalizamos um novo ciclo nos reestruturando, como sempre, em movimentos contínuos, numa árdua tarefa de levantar um projeto que nos fez olhar para nós mesmos – mais uma vez. A possibilidade de termos uma programação continuada e financiada com dinheiro público, via Funarte, nos permitiu revisitar nossas redes de relações e – como já havia acontecido em outros momentos, também em projetos parecidos – recebermos um retorno que nos emocionou. Então, nada mais justo que se marcasse o início do novo giro no entorno do Sol com agradecimentos! A todos que nos reconheceram – e reconhecem! -, não necessariamente aos que nos entregaram cartas, mas que o fazem nas singelezas de suas atitudes diárias; aos próprios cooperados – que passaram e que seguem!; a todos aqueles que encostamos, de uma maneira ou outra, com esses 19 anos de atividades; e ao Ricardo Retamal, que nos apoiou por muito tempo, de maneira silente, mas seguida, representando aqui todos aqueles que, de alguma forma, também nos deram suporte do jeito que fosse. Com certeza, sem isso tudo, não estaríamos aqui, com um belo plano de seguir! Agora, aproveite e leia o que escrevemos para justificar a sequência de nossa existência: Ao Edital Funarte – Ações Continuadas. O Coletivo Catarse completa 20 anos em 2024. Apesar de ser constituído formalmente como uma cooperativa de trabalho, para tratar das relações formais de direitos sociais de seus cooperados e sua colocação no mercado de trabalho, sempre se caracterizou por ser um coletivo agregador e compartilhador de estruturas e ações. E é assim que segue pautando suas atividades, e é assim que propõe este projeto de um 20° ciclo cheio de atividades que, de certa forma, representam exatamente sua existência. A rede que o Coletivo apoia, propaga e circula é muito reflexo desse histórico – em anexo, seguem cartas de reconhecimento da nossa relevância cultural pelas mãos de artistas, grupos, representantes de comunidades indígenas, instituições, de ações integradas, etc. Foram mais de 100 coletadas (15 pontos de cultura, 13 entidades/núcleos de pesquisa, 5 profissionais relacionados ao patrimônio, 3 lideranças indígenas, 3 indigenistas, 23 pessoas relacionadas à música, 15 representando o teatro, 6 do cinema, 10 da negritude, 9 da ecologia, 4 mulheres ativistas negras, 3 do hip-hop, 3 da dança, 7 de mídia, 6 representando manifestações culturais de matriz Africana – capoeira, samba, sopapo, culinária etíope – , 1 liderança quilombola, 5 instituições ligadas também ao patrimônio – IPHAN, MuseCom, Museu Júlio de Castilhos, Museu Antropológico do RS –, 2 profissionais da acessibilidade, 1 coletivo LGBTQI+ e 2 entidades ligadas à saúde), algumas com o comprometimento, inclusive, de participação nesta proposta (em anexo, também, vai já parte da programação diversa e inclusive acertada, com as devidas referências, para o Eixo Maria Maria). E o que é importante nisso para além do apoio recebido? Esta é uma REDE ATIVA. Só nesta lista, dos que se dispuseram a encaminhar formalmente seu reconhecimento, calculam-se cerca de 400 pessoas que se beneficiaram diretamente com o compartilhamento da estrutura do Coletivo ou que desenvolveram trabalhos em conjunto – e que serão atingidos por esta proposta ou que estarão diretamente envolvidos! Ou seja, o nosso 20° ano não pretende-se ser diferente do que já realizamos historicamente, mas, sim, programado com resultados de um evidente e maior potencial de se atingir, ainda mais público a se tocar, e fomentar com recursos uma rede que vem se apoiando em escambos culturais, com recursos muitas vezes insuficientes para toda uma cadeia de envolvidos, literalmente na militância de fazer sua arte. Assim, o Coletivo planeja com muito mais força, com o aporte pretendido, dar ao dinheiro público o seu sentido que entende como principal – o usufruto coletivo, a disponibilização pública, a produção artística e cultural de matriz comunitária. E isso já é algo que, através de iniciativas como o projeto do Ponto de Cultura e Saúde Ventre Livre, por exemplo, o Coletivo já efetiva! Não foram poucas as vezes que se produziram projetos com financiamentos públicos em que o objetivo principal era a devolução à sociedade daquele investimento (2008/2020 – Ponto de Cultura e Saúde Ventre Livre – com atividades ininterruptas financiadas ou não financiadas até o momento presente, conveniamento com Ministério da Cultura e SEDAC-RS; 2010 – Prêmio Interações Estéticas – Projeto Famílias do Jardim, Ministério da Cultura; 2010 – Projeto Tambor de Sopapo – Resgate Histórico da Cultura Negra do Extremo Sul do Brasil, Edital Patrimônio Cultural Imaterial – IPHAN; 2011 – Prêmio Pontinhos de Cultura – Projeto Fazendo Cena, Ministério da Cultura; 2012 – Participação no Projeto LabCultura Viva, UFRJ – Ministério da Cultura; 2012 – Projeto Carijo: Herança do Conhecimento Ancestral na Fabricação da Erva-Mate, Edital Patrimônio Cultural Imaterial – IPHAN; 2012 – Contemplado no Edital da terceira edição do Etnodoc – Projeto Batuque Gaúcho, Associação Cultural de Amigos do Museu de Folclore Edison Carneiro, em parceria com o Centro Nacional de Folclore e Cultura Popular e o Departamento de Patrimônio Imaterial – IPHAN; 2012 – Projeto “Araucária: de braços erguidos para o céu”, contemplado no Edital SEDAC nº 9/2012 Edital de Concurso “Rio Grande do Sul – Pólo Audiovisual”, Pró-cultura RS FAC, vinculado à SEDAC-RS; 2012 – Filme Nega Lú, contemplado no edital nº 41/2012 Edital de Concurso “Pró-cultura RS FAC das Artes”, vinculado à SEDAC-RS; 2013 – Projeto Nós da Rede, contemplado no Edital SEDAC nº 07/2013, Edital de Concurso “Pró-cultura RS FAC Processos Culturais Colaborativos”, vinculado à SEDAC-RS; 2015 – Projeto Roda Carijo, contemplado no edital 03/2015 Edital de Concurso “Pró-cultura RS FAC #juntospelacultura”, vinculado à SEDAC-RS; 2016 – Projeto Uma Tainha no Dilúvio – contendo filme/websérie ficcional e site – apoiado pelo Fundo Socioambiental CASA, em edital na linha de ação: Água e questões socioambientais do meio urbano; 2016 – Websérie “O ser Juçara”, apoiada no edital Fortalecendo Comunidades na busca pela Sustentabilidade, uma parceria entre o Fundo Socioambiental CASA e o Fundo Socioambiental CAIXA; 2018 – Projeto em parceria com o músico e bonequeiro Mestre Bira/Ubirajara Toledo, contemplado no Edital de Seleção Pública n.º …

Bolha Luminosa

A Bolha Luminosa é um “aparato cenográfico de formato esférico, inflável, para performances de teatro de sombras em espaços ao ar livre ou alternativos”. Desde 2005 a Cia Teatro Lumbra realiza experiência com esse formato inusitado de cenografia/superfície de projeção, resultando em performances em teatro de sombras que aproxima o espectador desta linguagem e convida a brincar e interagir. Hoje, 19.09, uma dessas experiências, fechará o Festival Porto Alegre em Cena, e se chama O Marujo e a Tempestade. Essa performance conta a história de um jovem marujo que chega em um porto e conhece uma moça. Os dois se apaixonam. Quando o marujo segue viagem, é pego de surpresa por uma tempestade. A moça, pressentindo o perigo, vai ao encontro dele. Para que o amado seja salvo, um mistério deverá ser revelado. Como testemunhas, apenas a lua cheia e todo o público convidado. Ano passado o Clube da Sombra, em parceria com o Coletivo Catarse, produziu um mini documentário contando mais sobre essa curiosa experiência que é a Bolha Luminosa. Depois de encerrada a apresentação de 15 minutos da performance “O marujo e a tempestade”, os artistas preparam o espaço interno da Bolha enquanto os espectadores são convidados a participar, formando uma fila e pequenos grupos, de 7 a 10 pessoas, para entrar no balão. Cada grupo fica em tempo estimado de até 5 minutos, conforme a demanda, para experimentar suas sombras corporais e brincar com as figuras que fizeram parte da história apresentada. “Esse momento interativo é uma sacada muito especial deste espetáculo, pois a experiência imersiva, que é estar dentro da bolha, convida o público a brincar num lugar quase secreto, seguro. Já tivemos a experiência de receber crianças bem pequenas, adolescentes e idosos, gente que estava sedento pela brincadeira e outros nem tanto mas que, mesmo assim, não resistiram a entrar naquela bola encantadora. É uma oportunidade de aproximar o público dos princípios básicos da arte do teatro de sombras de uma forma descontraída e lúdica e a partilha das imagens que todos produzem juntos ali é muito potente”. Têmis Nicolaidis – integrante do Coletivo Catarse e da Cia Teatro Lumbra. Siga o Cia Teatro Lumbra nas redes:@clubedasombra@bolhaluminosa Site do Clube da SombraYoutube do Clube da Sombra – Inscreva-se!O Clube da Sombra promove Vivência Imersiva no Teatro de Sombras – Saiba mais