16 anos de Comuna do Arvoredo!

O último sábado foi de comemoração no Centro Histórico de Porto Alegre – nos fundos de 3 casarões da Fernando Machado, se comemorou mais um ano de um espaço de resistência consolidado na cidade. A Comuna do Arvoredo é um grupamento de pessoas, sede de coletivos (Coletivo Catarse/Ponto de Cultura e Saúde Ventre Livre, Maria Maria Espaço Cultural, Fespope, Antiquário Ao Belchior) e iniciativas que, ao longo dessa década e (mais que) meia, segue ininterruptamente promovendo e realizando diversos tipos de ações, de educação ambiental, de reflexão sobre a cidade, de produção cultural, entre tantas outras atividades. Foi uma data também especial, porque se decidiu realizar uma homenagem a um grande amigo, frequentador da Comuna, que, infelizmente, fez sua passagem há um ano: Zé da Terreira. Zezão, como era conhecido nas internas comunais, vai ter o seu nome, agora, como denominação de um espaço de ensaios e expressões culturais na Casarona, o salão, onde está se produzindo teatro, música, cinema, etc. Exatamente numa inquietude de realização cultural assim como é o seu espírito. Na parede da memória, agora, a lembrança – que dói demais pela ausência, mas que se supera pela permanência – fica com os quadros da versão original de sua já clássica canção para a Comuna… *vídeo de Adriana Hiller

Ed Mort no 3º Festive

O grupo de teatro para crianças da Comuna do Arvoredo organizado pela Yeshe Cultural, com apoio do Coletivo Catarse / Ponto de Cultura Ventre Livre participou do 3º Festive – Festival Estadual de Teatro Estudantil de Viamão com o espetáculo Ed Mort, com direção de Andressa Corrêa. O espetáculo que já havia sido apresentado no Museu do Trabalho em dezembro de 2023, retornou com força e um elenco renovado de crianças artistas, com muita energia e vontade de ocupar os palcos da vida. Na plateia crianças e funcionários da escola se divertiram com o texto e atuações. Após a apresentação, o grupo teve a oportunidade de receber um retorno dos jurados do festival. “Participar de um festival que propicia esta troca com outros artistas e técnicos da área das artes cênicas é uma grande oportunidade de crescimento e ampliação do trabalho. Neste caso, para as crianças que estão no início de uma caminhada no teatro, ouvir de outros profissionais considerações sobre o que realizaram em cena, empresta dignidade e respeito ao feito e, mesmo que não venham atuar profissionalmente num futuro, é uma experiência que fica marcada para a vida”. Têmis Nicolaidis – videomaker e sonoplasta do espetáculo. Sobre o Festive O FESTIVE é organizado pelo Grupo Teatral Leva Eu (@grupoteatrallevaeu) desde 2019 e tem como objetivo propor intercâmbio artístico entre os estudantes de artes cênicas do ensino básico do RS, bem como fomentar a cultura local. Neste ano, as apresentações aconteceram no Colégio Stella Maris, em Viamão/RS e teve o apoio do IACEN RS (@ieacenrs), Prefeitura de Viamão (@prefeituraviamao) e Colégio Stella Maris (@stellamaris.icm).

1° Encontro de Cineastas Indígenas CORAL Porto Alegre

Entre os dias 10 e 13 de outubro, aconteceu em Porto Alegre o 1° Encontro de Cineastas Indígenas. Sediado na Retomada Gãh Ré do Morro Santana, o encontro foi promovido por diversas organizações, incluindo o Coletivo Catarse/Ponto de Cultura e Saúde Ventre Livre, o fotógrafo e cineasta guarani Vhera Xunú, além dos Pontos de Cultura Africanamente e Quilombo do Sopapo, com apoio da Witness Brasil e do Preserve Morro Santana. O projeto “CORAL Porto Alegre – Escola de Audiovisual Multicultural” foi contemplado no Edital de Apoio a Redes e Projetos de Trabalho Colaborativo do IBERCULTURAVIVA, Programa de Cooperação Intergovernamental.Além disso, também faz parte da Rede CORAL, articulação que reune quase 30 coletivos de mais de 10 países de Abya Yala que fazem uso do audiovisual para acompanhar lutas pela defesa da terra, dos territórios e bens comuns. Sim, é uma introdução grande e cheia de nomes e agentes. Mas, só através dessas redes de apoios e produção que tal encontro foi possível. E a lista ainda não está completa pois muitas outras pessoas e organizações deram seu suporte e participaram das atividades propostas. Essas serão nomeadas a seu tempo, conforme forem se assentando as ideias, informações e vivências.

Eu posso ser atriz aos 81 anos!

Sim, você pode. A frase-título, aqui, foi proferida em tom de espanto, de descoberta. A mãe de um coreógrafo, de quem vive da arte, dos palcos, ao perceber outras mulheres (50+) expressando em palco as suas vidas, que permaneciam por trás das coxias dos seus seres, se entusiasmou e finalmente… despertou! Na sexta-feira, 11 de outubro, o Maria Maria Espaço Cultural, Ponto de Cultura e Saúde Ventre Livre, na Comuna do Arvoredo, recebeu excertos de uma parte de um projeto que chacoalha corpos e sensações – “…Foi então que, brincando comigo mesma, descobri o prazer. E, a partir de então, quando encontrava alguém que mexia comigo, já sabia o que dizer e fazer, sentir e dar prazer. Foi assim que me apresentei a mim mesma. Quando me entendi, já me sabia”. Assim se destaca Corpo Labareda, que teve sua primeira intervenção em rua, em teatro de chão, em espaço de porta aberta – como deveria ser a expressão das almas dessas mulheres que expõem em cenas e roteirizam em palimpsestos suas realidades. Com direção de Jacqueline Pinzon, textos originais orientados por Ana dos Santos e produção de La Lola Produtora/Lorena Sanchez, deve cumprir apresentações mais completas em outros espaços da cidade (acompanhe, clique aqui para mais imagens e maiores informações!) ainda em outubro. Também é parte do projeto Língua Lâmina – A Palavra Descentralizada, de artes integradas, com o apoio do Edital 11/2023 SMCEC/FUMPROARTE – Concurso de Projetos de Produção Artística.

20 anos completos, e um novo ciclo se inicia!

No dia 5 de outubro, na Comuna do Arvoredo, o Coletivo Catarse fez a festa de comemoração dos seus 20 anos de existência. Um evento contando com a discotecagem de DJ Piá, clássico das picapes, que foi integrante da também clássica Rádio Ipanema 94.9 FM. A junção rolou na garajona, em dia de Maria Maria Espaço Cultural, marcando o início de uma nova fase de programação continuada na parceria com “as gurias” e o Ponto de Cultura e Saúde Ventre Livre. Passaram diversas turmas das 17h às 23h, bombando o “bailinho” com muito groove e músicas pra dançar. O Coletivo brindou com os amigos, parceiras e ex-cooperades, o bolo, feito pela Márcia “Maria”, foi partilhado e as homenagens foram feitas – além do desejo de pelo menos mais 20 anos de estrada. O que foi alimentado também pelo projeto “Ventre Livre e Maria Maria em catarse na Comuna do Arvoredo”, apresentado – e contemplado – no Edital BOLSA FUNARTE DE APOIO A AÇÕES ARTÍSTICAS CONTINUADAS 2024 – PROGRAMA RETOMADA CULTURAL RS, direcionado a propostas de grupos, coletivos, espaços e eventos artísticos calendarizados de 95 municípios do Rio Grande do Sul, em estado de calamidade pública – conforme o Decreto Legislativo nº 36, de 7 de maio de 2024, e a Portaria 1.802 do Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional, de 31 de maio de 2024. Uma ação do Governo Federal em apoio ao setor da cultura para mitigar os efeitos das enchentes de maio e que permitirá um fortalecimento de uma programação continuada no Espaço Cultural – que abre semanalmente de quinta a sábado desde janeiro de 2023. Serão diversas atividades a se consolidarem com este apoio em 6 meses: 3 sessões de talk show (Talk Exu), com música e outra apresentação cultural; uma sessão de teatro de rua; uma sessão de arte de sombras; a produção de telas por artista visual popular; 2 sessões comentadas de filmes (Sessão Bodoqe); e apoio a pelo menos 10 apresentações musicais de artistas populares, com assistência técnica de som e gravação de um clipe ao vivo de uma música de cada um. São movimentos que preveêm suporte na manutenção, memória, comunicação e divulgação, intercâmbios, produção cultural de coletivos e artistas multidiversos, não por si só, exclusivamente, mas pela rede que se incluem, numa proposta de auxílio na sustentabilidade e busca por estabilidade, de forma continuada, apresentando diversidade estética, artística e acessível, estimulando a formação de um público que vem crescendo, de geração de trabalho e renda, desenvolvendo uma rede produtiva de artes e seus agentes, estimulando, assim, a ampliação do acesso e a fruição de bens e serviços artístico-culturais. Será uma programação envolvendo trabalhadores da cultura, artistas visuais, músicos, produtores de teatro, do audiovisual, uma gama interessante que já se vê circulando pelo espaço nesses últimos anos. E a Festa dos 20 anos foi um momento marcante para este novo ciclo que se inicia agora, inclusive, DJ Piá, que apresentou seus scratchs, já está confirmado para uma Quinta do Vinil, dia 04/12, dentro desta programação, que vai sendo divulgada nos canais do Maria Maria Espaço Cultural, do próprio Coletivo Catarse e da Comuna do Arvoredo. Fotos: Billy Valdez

A instalação Faces de Eva toma forma no salão da Comuna do Arvoredo

A montagem Faces de Eva, uma co-produção TMA e Ponto de Cultura Ventre Livre/Coletivo Catarse, com o apoio da Comuna do Arvoredo, atravessa seus 05 meses de processo. Embora seja um trabalho independente, ganha fôlego e estrutura a cada semana de ensaio. Na direção do TMA, Raul Voges dirige esta instalação e também atua. O trabalho conta com um elenco experiente de 7 artistas que interpretam, cantam e dançam, dando corpo a essa instalação de teatro musical livremente inspirada em situações de vida de Evita Perón. Mais que isso, trata de consciência política e relações sociais e reflete sobre a contemporaneidade utilizando como mote o legado de Evita. Uma montagem dessas só é possível pela dedicação e investimento dos próprios artistas, além de apoios importantes como o do próprio Ponto de Cultura, que co-produz o trabalho, e da Comuna do Arvoredo que mantém um espaço multiuso para oficinas e ensaios, além de ser o espaço íntimo de convivência de uma das casas do complexo comunitário. O trabalho está para estrear ainda em 2024.

Como cozinhar um espetáculo?

Porção: Residência Era uma vez, em um vale mágico chamado do Arvoredo, um grupo de artistas que se reuniu para cozinhar um espetáculo chamado Gretel. Neste refúgio havia uma cozinha cheia de ingredientes frescos. Uma cozinha onde todos podem se apropriar de seus utensílios, e ir experimentando, misturando, sentindo os aromas, testando as texturas… Cozinhar uma torta recheada de tentativa e erro, de ajustes sutis, como se fosse adoçada com pitadas de sal. Durante a residência artística do Projeto Gretel, esse espaço aconchegante nos permitiu o necessário isolamento do cotidiano. Cuidadosamente planejado para a troca de saberes, o lugar e suas pessoas – e que pessoas – nos deram estrutura e liberdade para expandir. Foram 06 dias de trocas intensas: corpo, mente, alimento e alma alinhados.Em meio à mata nativa e embalados pelo som de uma cascata, encontramos o ambiente perfeito para aprofundar nosso processo criativo. Eu particularmente me senti acolhida pelo entorno e pela generosidade dos meus colegas, o que me permitiu mergulhar em todas as camadas da criação cênica. Da construção corporal à composição das nuances dramáticas, a natureza ao redor parecia sussurrar segredos que moldavam cada detalhe da obra. Música, luz, movimento – cada cena foi como escolher a fruta mais madura, descascar com cuidado e revelar o sabor único de cada mordida… “Só um pedacinho…”.Estar imersa no processo cênico, foi fundamental. Desde alongamentos e experimentações físicas com a linda Carol Garcia, mulher de uma generosidade tão grande que não consigo mensurar, até discussões sobre a estética e a narrativa da peça. E assim como na manufatura de um bom pão, o tempo de cozimento é essencial – as ideias precisam maturar, e os recheios devem encorpar com cuidado. Nesta fase ainda criativa, o espetáculo é como uma torta de frutas que por enquanto precisa de combinações e acertos: testamos sabores, experimentamos novos ingredientes, reformulamos ideias. O conto dos Irmãos Grimm serve como inspiração, mas estamos fermentando algo bem original, que vai além das páginas de um livro. Como cereja do bolo, no último ensaio geral, tivemos o privilégio de ouvirmos devolutivas de mestres do teatro de animação, artistas cujas opiniões e vivências internacionais adicionarão temperos a serem experimentados na nossa sequência de criação, certamente. Esses diálogos enriquecem o processo de uma forma que nem o melhor dos livros de receitas poderia prever. Em resumo, a criatividade flui, o meu conhecimento como artista, fermenta! E ainda continuará a crescer. Sigo em cozimento… Sinto que o Projeto Gretel está se tornando algo realmente especial, um espetáculo que vai trazer reflexões profundas, surgindo como essa torta perfeita; mal posso esperar para dividir um pedaço dela com o mundo. Gratidão a todos os envolvidos e envolvidas. Lorena SanchezAtriz e produtoraProjeto Gretel.09/09/2024

Circuito Dandô – Ubiratan Carlos Gomes

No final de semana dos dias 16, 17 e 18 de agosto, tivemos a oportunidade de acompanhar a gira de Ubiratan Carlos Gomes, multi artista brasileiro, que dessa vez levou sua música, sua viola e voz, que é dele mas também de muitos outros, pelas cidades de Osório, Maquiné e Capão da Canoa. Acompanhado pelo músico e cooperado do Coletivo Catarse, Marcelo Cougo, a viagem contou com a direção de vera Remedi, Coordenadora Estadual do Dandô, que, junto com as coordenadoras de cada cidade, torna possível essa circulação de artistas pelo estado e pelo país, proporcionando trabalho digno, encontros artísticos, trocas culturais e afeto. O Circuito Dandô é um circuito de afetos e é nesse pegada quer as três noites correram. Primeiro em Osório, no Espaço Cultural Conceição e tendo como anfitriã da noite a banda Arauco, que tem muita coisa boa pra nos dizer. Essa apresentação contou com a participação mais que especial de Davi Pacote, sobrinho de Bira. Como era aniversário de 71 anos do Bira uma atividade comemorativa foi realizada. Em seguida rumamos para Maquiné para que, no Canto da Terra a magia dos bonecos do Grupo de Teatros de Bonecos A Divina Comédia, aquecesse a noite e os corações para que depois a música tomasse conta do espaço. Ainda nessa noite o encontro entre Bira e Hamilton, o guardião das sementes de Maquiné, mostrou mais uma vez o valor dos encontros proporcionados pelo Dandô., Por fim, com a abertura ilustre de Valdir Verona, fosse a vez de Capão da Canoa, no Aroma de Família Café. Mais um encontro de muitas trocas e alegrias. É bom a gente lembrar que essa iniciativa conta com o trabalho de pessoas como a Val, o Rafa, a Gisele, a Fabi, a Tilika, que a partir de suas cidades e suas redes levam cultura e arte pra sua gente, além de trabalho para os que vivem de fazer arte. Agradecimentos a elas e também a rede de apoiadores citando o Big Hotel e o CTG Estância da Serra, em Osório, a Pousada Recanto da Mata, em Maquiné (abraços à toda querida família que nos recebeu) e ao Serra Mar Hotel e Manus Churrascaria, em Capão da Canoa. Quem quiser conhecer, somar, aqui um link para o Circuito Dandô.

Sarau das Agroflorestas II – Comuna do Arvoredo

No início do mês de agosto, dia 10, a Floresta Urbana da Comuna do Arvoredo acolheu o encontro de trabalhadores, acadêmica(o)s, militantes, artistas, todo um pessoal que luta pela causa do meio ambiente através das Agroflorestas, opção fundamental para moradia, produção de alimentos, mudança de postura na vida e, principalmente, cuidados com a natureza e o planeta. Esse foi o segundo encontro, organizado pela Comuna, Coletivo Catarse e o coletivo da Carta das Agroflorestas. A Carta das Agroflorestas é uma iniciativa para enfrentar a crise climática e buscar alternativas baseadas na natureza para reassentar famílias que perderam seus lares na enchente de maio, regeneração dos solos erodidos pelas águas e reconstituição das matas devastadas pelo desenvolvimento capitalista desenfreado no RS. Esse segundo encontro trouxe as experiências de Fabianne Vezzani, Kátia Zanini, Vicente Guindani e Isabel Cristina Dalenogare em uma roda de conversa que depois foi aberta ao público presente. Logo em seguida tivemos as apresentações do Musical Talismã, Jéssica Nucci, acompanhada pelo Vicente Guindani, Rodrigo Apolinário e outros artistas que usaram do palco para expressar sua arte e posicionamento político. Esperamos em breve a realização do terceiro encontro.

II Carijada Serrana Caconde

No último final de semana de julho, foi realizada mais uma edição da Carijada Serrana no Caconde, distrito rural de São Francisco de Paula/RS. Nesta, além de se manejar os pés de erva-mate nativos em meio à floresta com araucárias da Fazenda das Taipas – propriedade que acolheu o evento mais uma vez – também foram podadas plantas cultivadas em sistema agroflorestal na propriedade do professor, da UERGS, Ricardo Mello.