Coletivo Catarse e Retomada Gãh Ré lançam o documentário “Nóg kirìg ãg tì / Nós, Guardiões da Mata”

Certo dia nos contou Iracema, os sonhos nos levam para lugares que a gente nem percebe. E questionou: “será que os cientistas não sonham?”. Como cientista social e co-diretor de Nóg kirìg ãg tì / Nós, Guardiões da Mata, posso afirmar que sim, este documentário foi dirigido por sonhos.  Como bom anarquista, sempre tive dificuldades com a ideia de “dirigir”. Afinal, acreditamos que a direção deve ser de baixo para cima, tal como a subida do morro. Neste caso, o princípio zapatista “mandar obedecendo” talvez descreva melhor a tarefa que assumi: produzir um documentário sobre a luta do povo Kaingang no Morro Santana.  Ao longo de quase três anos, me dediquei ao máximo para cumprir essa missão da maneira mais sincera possível — seguindo os conselhos da cacica, kujà e co-diretora Iracema Gah Té, mas, sobretudo, obedecendo aos sonhos que nos guiaram.  No início do filme, advertimos: esta é uma história em curso, que só terminará de ser contada quando o território for assegurado aos seus verdadeiros donos. Mas não buscamos apenas narrar uma história, e sim atuar sobre ela, compreendendo o audiovisual como um dispositivo de transformação da realidade (e por que não, dos sonhos em realidade?).  História essa que tem sido vivida intensamente pelo convívio do Coletivo Catarse com a Retomada Gãh Ré, ao longo dos últimos três anos, por meio do projeto CORAL. Mas é também continuidade de uma amizade mais longa com o povo Kaingang — uma relação na qual cada integrante do coletivo deixou uma marca singular. Para alguns, começou em 2002, com atuação do grupo que veio a fundar o Coletivo Catarse. O projeto “Índios Urbanos” documentou em VHS a luta da comunidade Kaingang Fag Nhin na Lomba do Pinheiro. Para outra parte do coletivo a história teve início em 2018, com o projeto Resistência Kaingang, quando Iracema guiou Clémentine Tinkamo, Billy Valdez e Gustavo Turck de Porto Alegre até Mangueirinha (PR), numa trilha seguindo os passos da luta de seu pai.   Para mim, mais ou menos na mesma época, este roteiro começou a ser escrito em um sonho que me marcou profundamente e até hoje compartilhei com poucas pessoas. É difícil traduzir sonhos em palavras, mas tentarei: naquela noite, voei como um um condor que, de asas abertas, planava sobre as águas do Guaíba. No horizonte, a topografia granítica de Porto Alegre se desenhava. Voei em direção ao ponto mais alto: o Morro Santana, minha morada. E na pedreira, o coração do morro, pousei onde, em volta do fogo, um tipo de cerimônia acontecia… Acordei com a sensação de que algo havia mudado. Pouco tempo depois, acabei conhecendo Iracema e compreendi que não era um sonho só meu, era um sonho compartilhado. Na primeira vez em que subimos o morro juntos com Gah Té, também estavam lá os amigos da Witness e de um coletivo que estava nascendo: Preserve Morro Santana. Do alto do morro, Iracema alertou que os olhos d’água estavam secos e de alguma forma antecipou o pior: a noite, o morro ardeu em chamas numa das maiores queimadas da sua história. Ao mesmo tempo era confirmado o primeiro caso de Covid em Porto Alegre. Mas naquela manhã, no ponto mais alto da cidade, haviamos selado um pacto entre nós e o morro. Uma aliança com a natureza pela sobrevivência: o morro cuida de nós e nós cuidamos do morro. Dois anos depois, e tendo sobrevivido a uma pandemia, lá estávamos novamente. Iracema conta que seu avô Pedro Joaquim Gãh Ré lhe apareceu em sonho e através dele recebeu a missão de retornar ao Morro Santana para cuidá-lo e mostrar aos fògs o caminho de viver com a natureza.  Por isso, a Retomada iniciada na noite de 18 de outubro de 2022 leva seu nome. Com a câmera em punho, estivemos lá, desde a primeira fogueira acesa no acampamento, aos pés do Morro Santana. Desde então, a chama não se apagou. Seguimos juntos: filmando, aprendendo e contribuindo em oficinas, caminhadas, manifestações, audiências, estudos, mutirões, festas, reportagens… E se deu certo, como diz Gah Té, “vamos continuar e continuar…”. Seguiremos filmando – e sonhando – até a vitória. SINOPSE Sob a liderança da cacica Iracema Gãh Té, uma comunidade Kaingang retoma seu território ancestral no ponto mais alto de Porto Alegre. Enfrentando a ameaça de um grande empreendimento imobiliário, a comunidade desafia o abandono do Estado e enfrenta uma poderosa família de banqueiros para defender as florestas e nascentes do Morro Santana.

Coletivo Catarse lança no dia 27 o curta-metragem Enquanto a Luz Não Chega

Unindo teatro de sombras e cinema, filme propõe uma reflexão sobre os impactos da tecnologia nas relações humanas Da união de duas linguagens – teatro de sombras e cinema – nasce o curta-metragem Enquanto a Luz Não Chega, do Coletivo Catarse em coprodução com a Cia Teatro Lumbra. O lançamento está marcado para o dia 27 de junho, sexta-feira, às 19h, em dia de Maria Maria Espaço Cultural (Rua Cel. Fernando Machado, 464), junto ao Ponto de Cultura e Saúde Ventre Livre e à Comuna do Arvoredo, no Centro Histórico de Porto Alegre, com transmissão ao vivo simultânea no Canal do YouTube do Coletivo Catarse – tendo o sinal fechado após a exibição do filme. Inspirado livremente na obra Enquanto a Noite Não Chega, de Josué Guimarães, o filme propõe uma inversão narrativa ao retratar Ciça e Téo, personagens que vivem uma existência metaforicamente morta em meio a um cotidiano dominado por redes sociais e realidades digitais ilusórias através de uma linguagem visual que explora e comunica emoções, atmosferas e significados. A trama se desenrola em um cenário de caos climático no sul do Brasil, quando a escassez de energia elétrica força os protagonistas a confrontarem a si mesmos e ao outro, longe das distrações tecnológicas. A escolha estética de integrar teatro de sombras ao audiovisual busca aprofundar a subjetividade dos personagens e explorar as nuances entre realidade e ficção. O elenco principal conta com Ana Delarte no papel de Ciça, atriz com experiência em produções como Ainda Orangotangos (2006) e Menos que Nada (2010) e participações em projetos do Cinehibisco – coletivo de cinema independente, que marcou uma fase de experimentação e estudos de linguagem ligado ao Coletivo Catarse –, e Gustavo Cardoso, ator com formação pelo Depósito de Teatro em Porto Alegre e com experiência em produções audiovisuais, atuação em curtas e seriados para a televisão, além de também integrar projetos via Cinehibisco, protagonizando os curtas Caligrafia (2019) e Greyce (2013). O curta soma ainda a atuação de Anderson Gonçalves, que interpreta Theodoro, um personagem que traz uma espécie de “respiro” às relações sufocadas pelas realidades projetadas. O ator tem grande histórico na arte da manipulação de bonecos e também está presente em produções do Coletivo Catarse, como Informar é Vacinar! (2023) e Hipólito Segue sua Viagem (2021). O roteiro e a direção são assinados por Gustavo Türck e Têmis Nicolaidis, com direção de arte de Alexandre Fávero, da Cia Teatro Lumbra. A trilha sonora original está a cargo de Marcelo Cougo, trazendo nas composições Ângelo Primon, Jéssica Nucci e William Abreu. A maior parte das gravações foi realizada entre março e abril de 2025, no Centro Histórico de Porto Alegre, na Comuna do Arvoredo, sede do Coletivo Catarse e Ponto de Cultura e Saúde Ventre Livre, e na Maria Maria Espaço Cultural, ocorrendo ainda em espaços como o Garden Café, o Teatro dos Vampiros – no Café Mal Assombrado – e a Padaria Quero Pão, valorizando as iniciativas locais vizinhas de bairro do Coletivo. Já as captações de imagens em que as sombras são protagonistas ocorreram no Espaço de Residência Artística Vale Arvoredo, Ponto de Cultura em Morro Reuter, iniciativa que desenvolve e também recebe diversos projetos relacionados à cultura, educação e ecologia. O filme inicia, portanto, nesta sexta, 27, um pequeno circuito de lançamento, dando sequência em 01/07, pela manhã, na Restinga, em atividade com o Ponto de Cultura TV Restinga, e, pela noite, no Ponto de Cultura Quilombo do Sopapo. Dia 03/07 será a vez de uma sessão no Museu da Comunicação Hipólito José da Costa. O filme finalizado contará com suporte de acessibilidade em libras, audiodescrição e legendagens; a equipe também realizou oficina de acessibilidade atitudinal para as apresentações; e alguns dos eventos de lançamento contarão eventualmente com a participação de profissional de libras. Aguarde divulgações! SINOPSE Enquanto a Luz Não Chega é um curta-metragem de ficção que propõe uma reflexão sobre os impactos da tecnologia nas relações humanas. Do encontro do teatro de sombras e o audiovisual, surge uma história sobre desconexão e apatia e os caminhos que a escuridão aponta. O projeto foi contemplado pela Lei Paulo Gustavo (LPG Porto Alegre) na linha Produção de curta-metragem por empresas produtoras. SERVIÇOO quê: Lançamento do curta-metragem Enquanto a Luz Não ChegaQuando: 27 de junho, sexta-feiraHorário: 19hLocal: Maria Maria Espaço Cultural/Ponto de Cultura e Saúde Verntre Livre – Rua Cel. Fernando Machado, 464, Centro Histórico, Porto Alegre (RS); e canal do YouTube do Coletivo Catarse (somente no dia, será fechado após).Classificação: 12 anosEntrada gratuita Confira o trailer: Fotos: Billy Valdez

“O Despertar do Sol” convida a respeitar a natureza e os povos indígenas

Lançado no dia 07 de junho, o curta revela um olhar sobre a cosmopercepção Mbya Guarani, registrando um pouco do modo de ser e viver na Tekoá Tavaí (Canelinha-SC). Os indígenas compartilham ao longo da obra um pouco da sua cultura, da maneira de se organizar e da sua relação de convivência harmoniosa com a natureza.

“Enquanto a Luz Não Chega” faz eventos de oficina em escolas e pontos de cultura

Como divulgação didática das artes envolvidas e também uma das contrapartidas do projeto, o Coletivo Catarse e a Cia Lumbra têm levado o processo de trabalho do curta-metragem como uma atividade para expor uma metodologia que vem entrelaçando o teatro de sombras e a produção audiovisual em diversas parcerias nos últimos anos. Iniciando o giro no Ponto de Cultura Quilombo do Sopapo, no 1º de maio, os responsáveis por roteiro e direção, Gustavo Türck e Têmis Nicolaidis – que também faz parte da Cia Lumbra -, apresentaram os filmes “A Viagem de Jacinto” e “Criaturas da Literatura – Drácula” como uma caminhada histórica na construção de uma linguagem que deve culminar exatamente com o lançamento do curta “Enquanto a Luz Não Chega”. Ambos conversaram com educadores populares presentes e que entendem também aquele ponto de cultura como uma referência na região do bairro Cristal, zona sul de Porto Alegre, na construção de espaços que fazem a reflexão sobre o papel da cultura no desenvolvimento da arte e na construção de possibilidades de desenvolvimento pessoal e profissional. Viviane Marmitt, parte do coletivo NuTA (Núcleo de Teatro de Animação do Quilombo do Sopapo) e uma das responsáveis pela organização da 17ª semana de aniversário do Ponto, explicou o convite a este encontro: “A 17ª Semana do Ponto de Cultura Quilombo do Sopapo foi pensada para aproximar a comunidade do entorno do Bairro Cristal com o Ponto de Cultura. Muita gente ainda não conhece profundamente o que a gente faz, e a nossa ideia foi trazer para cá vários tipos de atividades, vários tipos de arte, vários tipos de pessoas que trabalham com arte, com disseminação da arte e cultura. Essa foi a motivação de trazer o Coletivo Catarse e a Cia Lumbra, justamente para proporcionar uma atividade diversa, porque também é algo diferente o cinema e as sombras, o teatro de sombras, juntos numa mesma obra“. Em um outro momento, em 11 de junho, foi a vez da EMEF Porto Novo – na Comunidade Porto Novo, bairro Santa Rosa de Lima, Zona Norte de Porto Alegre – receber a oficina. Com presença de Alexandre Fávero, responsável pela direção de arte, e Gustavo Türck, duas turmas do 9° ano do Ensino Fundamental encheram a sala de multimeios da escola para também conversar sobre como uma arte milenar – as sombras – pode se incorporar numa outra que recém completou pouco mais de um século de existência – o cinema. Esta atividade na Porto Novo também serviu como uma intersecção de projetos, servindo de “aula inaugural” de um processo de oficinas de produção audiovisual que devem ocupar 5 semanas numa parceria da escola com o Coletivo Catarse/Ponto de Cultura e Saúde Ventre Livre “Nos últimos tempos, a gente tem notado uma participação cada vez maior dos jovens – e até mesmo das crianças – no uso dos dispositivos eletrônicos para fazer fotografias, vídeos e até mesmo para fazer a edição desses materiais. É um meio de expressão, de comunicação, que usa a música, que usa as imagens em movimento e é uma maneira de eles se conectarem com os amigos, com os parentes e com pessoas que às vezes estão muito distantes deles. Essa linguagem audiovisual passa a ser dinâmica, que corresponde a essa velocidade desse mundo contemporâneo. Então, é fundamental que nós que trabalhamos com conteúdo audiovisual nos aproximemos das escolas e desse interesse desses jovens por essa linguagem. E, aí, vem uma questão que é muito interessante, que é o tempo de cada um em se relacionar com os dispositivos, com os meios e com as linguagens. Eu trabalho com a linguagem do teatro de sombras, que é muito antiga, muito primitiva e extremamente artesanal. E ela se difere um pouco, apesar de ter muitas semelhanças, com o tempo de produção dessas imagens. E o cinema, que é essa linguagem que tem ainda um outro tipo de relação diferente do teatro, que é uma arte que se caracteriza por ser feita ao vivo. Então, quando a gente leva essas duas linguagens, que se complementam, que se conversam e que se aproximam, mas também possuem características muito específicas, a gente consegue chegar próximo de uma ideia de uma relação e de possibilidades de novas maneiras de se expressar. E com essas oficinas de audiovisual, no contexto do uso dos telefones celulares, das câmeras mais compactas e também de programas pra gente fazer essa edição dessas imagens, me parece que a gente consegue alinhar diferentes maneiras de oferecer pra esse público que já usa e que cada vez tem mais necessidade de entender procedimentos, entender processos criativos e utilizar isso nas suas redes, nos seus territórios criativos. É uma alegria a gente poder estar fazendo parte dessa evolução de audiovisual junto com esses jovens que estão aí curiosos e interessados em usar esses meios.” – comenta Alexandre Fávero, da Cia Lumbra, que há mais de 30 anos desenvolve sua arte em sombras. As oficinas de produção audiovisual que tiveram esta “aula inaugural”, em conjunto com o Projeto Enquanto a Luz Não Chega, agora devem seguir em quatro quartas-feiras seguidas, trabalhando a autoestima e o pertencimento do território numa comunidade relativamente nova que é a Porto Novo – uma área de loteamentos imobiliários populares criada pelas remoções de moradores, principalmente das Vilas Dique e Nazareth, na última década e meia. É um projeto que anda através de uma emenda impositiva, de responsabilidade do Coletivo Catarse, numa parceria com agentes comunitárias de saúde da US Santíssima Trindade e a escola. As oficineiras serão Lorena Sánchez e Maria Luiza Apollo – ambas também fazendo parte da equipe do filme Enquanto a Luz Não Chega. Ainda se prevê mais uma atividade de oficina envolvendo o projeto em escola, que se realizará em 01/07, na EMEF Nossa Senhora do Carmo, na Restinga, em ação com o Ponto de Cultura TV Restinga – um encontro que também fará parte do circuito de lançamento do filme! (Aguarde divulgação!) * Aqui abaixo você poderá conferir os filmes “A Viagem de Jacinto”, …

Enquanto a Luz Não Chega termina suas filmagens – e lança teaser!

Chegou o dia. Mesmo já estando em fase de pós-produção, restava um momento final a ser construído – e, nesse último sábado pela manhã (31/05), na Padaria Quero Pão (Rua Fernando Machado, 485), se materializou a cena pós-créditos do curta-metragem. *fotos por Lorena Sanchez ASSISTA AO TEASER OFICIAL! (lançamento em junho de 2025) Enquanto a Luz Não Chega é um curta-metragem de ficção produzido pelo Coletivo Catarse/Ponto de Cultura e Saúde Ventre Livre, financiada com recursos da Lei Paulo Gustavo (Linha 3: Produção de curta-metragem por empresas produtoras).

Coletivo Catarse entra em fase de pós-produção do curta-metragem Enquanto a Luz Não Chega

Maio marca a fase final do processo de produção do curta-metragem Enquanto a Luz Não Chega, do Coletivo Catarse, com lançamento previsto para a segunda quinzena de junho deste ano. Inspirado livremente na obra Enquanto a Noite Não Chega, de Josué Guimarães, o filme propõe uma inversão narrativa ao retratar Ciça e Téo, personagens que vivem uma existência metaforicamente morta em meio a um cotidiano dominado por redes sociais e realidades digitais ilusórias. A trama se desenrola em um cenário de caos climático no sul do Brasil, quando a escassez de energia elétrica força os protagonistas a confrontarem a si mesmos e ao outro, longe das distrações tecnológicas. Destaca-se a integração do teatro de sombras ao audiovisual, uma escolha estética que busca aprofundar a subjetividade dos personagens e explorar as nuances entre realidade e ficção. Maria Luiza Apollo O elenco principal conta com Ana Rodrigues no papel de Ciça, atriz com experiência em produções como Ainda Orangotangos (2006) e Menos que Nada (2010), além de participações em projetos do Cinehibisco – coletivo de cinema independente, que marcou uma fase de experimentação e estudos de linguagem ligado ao Coletivo Catarse –, e Gustavo Cardoso, ator com formação pelo Depósito de Teatro em Porto Alegre, somando experiência em produções audiovisuais, atuação em curtas e seriados para a televisão, além de integrar projetos via Cinehibisco, protagonizando os curtas Caligrafia (2019) e Greyce (2013). O curta ainda soma a participação de Anderson Gonçalves, que interpreta Theodoro, personagem coadjuvante, trazendo sua experiência em manipulação de bonecos e atuação em produções anteriores do Catarse, como Informar é Vacinar! (2023) e Hipólito Segue sua Viagem (2021). A direção e o roteiro são assinados por Gustavo Türck e Têmis Nicolaidis, com direção de arte de Alexandre Fávero, da Cia Teatro Lumbra. A trilha sonora está a cargo de Marcelo Cougo, enquanto Billy Valdez responde pela fotografia e operação de câmera. A direção de produção é de Lorena Sánchez e Bruno Pedrotti atua como assistente geral. As gravações foram realizadas entre março e abril no Centro Histórico de Porto Alegre, na sede da Comuna do Arvoredo, que abriga, entre outras iniciativas, o Coletivo Catarse/Ponto de Cultura e Saúde Ventre Livre e o Maria Maria Espaço Cultural, ambos sets de filmagens para algumas das cenas, ocorrendo também no Garden Café e no Teatro dos Vampiros, do Café Mal Assombrado, vizinho da Comuna. Maria Luiza Apollo As últimas captações de imagens ocorreram na segunda quinzena de abril no Espaço de Residência Artística Vale Arvoredo (fotos abaixo), Ponto de Cultura em Morro Reuter, situado em uma área com 14 hectares, dos quais cerca de dez correspondem à mata nativa intocada, incluindo cascata e arroio. A iniciativa desenvolve e também recebe projetos relacionados à cultura, educação e ecologia. Billy Valdez/Coletivo Catarse Enquanto a Luz Não Chega é um curta-metragem de ficção que propõe uma reflexão sobre os impactos da tecnologia nas relações humanas, tendo sido contemplado pela Lei Paulo Gustavo (LPG Porto Alegre) na linha Produção de curta-metragem por empresas produtoras.

Enquanto a Luz Não Chega: primeiras gravações movimentam equipe e locais da cidade

Texto: Lorena Sanchez / Revisão: Anahi Fros / Fotos e vídeo: Maria Luiza Apollo O curta-metragem Enquanto a Luz Não Chega, do Coletivo Catarse, concluiu com êxito seu primeiro período de gravações. Durante uma semana intensa de imersão, a equipe ocupou diferentes espaços da capital gaúcha para dar vida aos personagens Téo e Ciça. A preparação foi minuciosa: visitas técnicas, ensaios de mesa e estudos de luz antecederam as filmagens. O centro das gravações ocorreu em um apartamento no alto do bairro Teresópolis, em Porto Alegre — local que, além de oferecer uma vista inspiradora da cidade, também é um dos cenários principais da narrativa. É lá que se desenrola a história do casal: o amor, o silêncio, o estranhamento e a espera. A luz — ou a ausência dela — assume papel central no projeto, criando atmosferas e tensões dramáticas que não devem ser ajustadas mediante edição na pós-produção, mas construídas ao máximo ao vivo. Um exemplo disso é a marcante Cena 19, ponto de virada da trama, em que o apagão e a escuridão envolvem os protagonistas em uma coreografia precisa de luz, sombra e interpretação. Este é um trabalho que não se desenvolve ao acaso, mas se materializa de uma intenção crescente após anos de trabalho e parceria com a Cia Lumbra — casa há mais de 20 anos de Alexandre Fávero, que assina a Direção de Arte do filme, trazendo toda sua experiência no teatro de sombras para um mix de linguagens pretendido por esta obra audiovisual. Além das filmagens no apartamento, a equipe realizou, no mesmo período, cenas em outras locações que exigiram grande produção. Graças ao planejamento cuidadoso e às parcerias estabelecidas com os locais visitados, as gravações transcorreram de maneira ágil e eficiente. E, somando-se aos protagonistas, um expressivo grupo de figurantes colaborou com entusiasmo e disposição para o processo criativo. Foram muitos momentos em que pessoas e os espaços que acolheram o projeto demonstraram grande receptividade e envolvimento, garantindo condições ideais de trabalho para toda a equipe. A SABER Enquanto a Luz Não Chega é um curta-metragem de ficção produzido pelo Coletivo Catarse (Contemplado na LPG Porto Alegre na linha de Produção de Curtas-metragens), que propõe uma reflexão sobre os impactos da tecnologia nas relações humanas.

Ao vivo no Maria Maria #16 – Nil Tavares

No dia 27 de março Nil tavares se apresentou no Espaço Cultural Maria Maria, embalando o público com um repertório de músicas autorais.A noite foi embalada pelo lançamento do single “Samba aos Quilombos”, já disponivel nas plataformas de streaming. No vídeo abaixo, marcando o Ao vivo nas MArias #16, confira a música Paixão por Mercadoria. AO VIVO no MARIA MARIA é uma produção do Coletivo Catarse/Ponto de Cultura e Saúde Ventre Livre, em realização junto ao Maria Maria Espaço Cultural, ambos com sede na Comuna do Arvoredo (Porto Alegre, Rua Fernando Machado, 464).Gravado em Porto Alegre, 27/03/2025.Imagem: Bruno PedrottiEdição: Billy Valdez. Esta proposta foi fomentada pelo PROGRAMA RETOMADA CULTURAL RS – BOLSA FUNARTE DE APOIO A AÇÕES ARTÍSTICAS CONTINUADAS 2024.

Rádio comunitária A Voz do Morro participa do XV ELAOPA em Santiago do Chile

Foto destacada: Antônio – Cooperativa de Trabajo Audiovisual Trashumante Nos dias 25 e 26 de janeiro, a rádio comunitária A Voz do Morro esteve em Santiago do Chile para cobrir o XV Encontro Latino-Americano de Organizações Populares Autônomas (ELAOPA). O evento reuniu mais de 400 lutadores e lutadoras sociais na Población La Bandera, na periferia da capital chilena, território marcado pela resistência e pela atuação do Movimiento Solidario Vida Digna, anfitrião do encontro. Foto: Repórter Popular Delegações de mais de 100 movimentos sociais participaram da atividade, com participantes vindos do Chile, Argentina, Uruguai, Brasil, Paraguai, Estados Unidos e Alemanha. Os debates abordaram temas como território e comunidade, lutas das trabalhadoras do setor público e privado, desafios do movimento estudantil, luta socioambiental e memória, cultura e agitação. Do morro à cordilheira Mais de dois mil quilômetros separam o Morro Santana — ponto mais alto da crista de morros de Porto Alegre — da Cordilheira dos Andes. E foi até lá que nosso correspondente, Vitor Ramon, aportou com seu olhar atento, representando a Rede Coral de coletivos, em uma cobertura colaborativa entre veículos parceiros como o Coletivo Catarse  e o Repórter Popular. Para custear a viagem, uma campanha solidária foi aberta. Além disso, uma ecotrilha foi organizada junto ao Preserve Morro Santana. As iniciativas somadas a apoios do canal Voz Trabalhadora, do Coletivo Catarse e de diversos apoiadores anônimos arrecadou mais de 3 mil reais. Durante a passagem por Santiago, foi possível estreitar laços com outras iniciativas de comunicação popular, como a rádio JGM, também integrante da Rede Coral (experiência que será compartilhada em breve). Mas, para além das ondas sonoras das rádios comunitárias, acompanhamos outra tradição da cultura libertária expressa, com a pintura de um mural em conjunto com os coletivos Brigada Muralista Ana Luisa (Chile), Pinte e Lute (Florianópolis) e o antigo Muralha Rubro Negra (Porto Alegre). A grande arte conjunta com a consigna “Apoio mútuo” ganhou cor nas ruas que deram origem à tradição libertária do muralismo combativo. Nos retoques finais, cada coletivo deixou sua marca na pintura, assinando a construção coletiva. No alto da Cordilheira, a Bola 8 — uma das marcas mais características do Morro Santana — foi pintada como elo simbólico entre territórios distantes, mas unidos pela solidariedade, pela luta e pela arte.   Assista o primeiro vídeo da cobertura produzido pela Voz do Morro sobre o mural pintado em Santiago: Relação histórica e combativa A relação do Morro Santana com o ELAOPA é histórica, com presença marcada desde a primeira edição do encontro, em 2003, junto ao Comitê de Resistência Popular da Zona Leste. O encontro surgiu como alternativa autônoma e combativa ao Fórum Social Mundial, com ênfase na luta contra a Área de Livre Comércio das Américas (ALCA), cuja votação estava prevista para o ano seguinte. Já em 11 de outubro de 2009, um mural foi pintado na Vila Estrutural, no Morro Santana, em alusão ao “Último Dia de Liberdade das Américas” — referência à invasão europeia em 1492. A ação foi um desdobramento do VII ELAOPA, realizado naquele ano em Buenos Aires, Argentina. Em fevereiro de 2010, ocorreu o VIII ELAOPA na Colonia de Vacaciones del Sindicato de Artes Graficas, próximo a Montevidéu (Uruguai). O Combate Audiovisual (uma espécie de “braço audiovisual”) da Voz do Morro produziu um documentário sobre o encontro. Em julho daquele ano, uma comissão de uma rádio comunitária uruguaia veio para Porto Alegre conhecer a experiência local, momento em que foi realizada uma transmissão simultânea na Voz do Morro junto as rádios comunitárias uruguaias Germinal e La Villa FM. Além disso, os ELAOPAS de 2019 e  2023 também tiveram coberturas audiovisuais realizadas pelos coletivos Repórter Popular e Coletivo Catarse, que contam com integrantes da rádio A Voz do Morro. 

Enquanto a luz não chega – pré-produção das filmagens

Uma ficção é feita de muitas camadas, e isso começa na preparação das filmagens. São detalhes das mais variadas fontes, produção, arte, fotografia, roteiro, direção. Uma máquina bem azeitada garante que todo esse esforço no set de fimagem – que é intenso – não sobrecarregue o sistema e possa resultar num filme do qual se possa sentir orgulho. Este é o foco da equipe do curta-metragem Enquanto a Luz não Chega que iniciou a pré-produção das filmagens na locação do apartamento do casal de protagonistas, onde ocorre as cenas mais importantes do filme. Foram 3 dias de marcações, ajustes, testes e ensaios. Um agradecimento especial ao Marcelo Branco que possibilitou o acesso a este apartamento muito especial no Bairro Teresópolis, que nos acolhe e viabiliza o contar desta história. “Enquanto a Luz Não Chega” é um curta-metragem de ficção produzido pelo Coletivo Catarse, que propõe uma reflexão sobre os impactos da tecnologia nas relações humanas. A história acompanha Eleutério e Conceição, um casal isolado em seu apartamento durante um apagão causado por enchentes na cidade. Sem acesso à eletricidade, são forçados a lidar com sua própria desconexão emocional, enquanto a chegada do vizinho Teodoro transforma sua dinâmica. Inspirado livremente no romance Enquanto a Noite Não Chega, de Josué Guimarães, o filme aborda a alienação gerada pelo uso excessivo da tecnologia e a redescoberta do contato humano em momentos de crise. Financiada com recursos da Lei Paulo Gustavo (Linha 3: Produção de curta-metragem por empresas produtoras).