Políticas públicas para a economia solidária serão tema central de conferência estadual

Quase 300 delegados irão definir em Porto Alegre propostas que serão levadas para Brasília Depois de uma escuta que mobilizou 58 municípios de oito regiões do Rio Grande do Sul, somando 989 participantes reunidos em 14 conferências, Porto Alegre (RS) será palco para o debate e definição final de propostas que serão levadas para Brasília em agosto, durante a 4ª Conferência Nacional de Economia Popular e Solidária (Conaes). Esta nova etapa, preparatória para o evento nacional, ocorrerá nos dias 28 e 29 de março de 2025, na Escola Mesquita, bairro Cristo Redentor, reunindo 296 delegados. Participarão da conferência estadual artesãos, costureiras, catadores, agricultores familiares, entre outros, que integram espaços associativos, cooperativas, bancos comunitários e redes de colaboração solidária nas mais diversas atividades. A Conferência Estadual gaúcha acontecerá dois meses antes do prazo final estabelecido para a sua realização. Os cinco eixos que nortearam as reuniões nas diversas cidades gaúchas durante o terceiro trimestre de 2024 e o debate de cada um servirão como subsídio para a elaboração do 2º Plano Nacional de Economia Popular e Solidária durante a 4ª Conaes, apontando políticas públicas para o setor. São eles: Análise da realidade; Realidade socioambiental, cultural, política e econômica; Produção, comercialização e consumo justo e solidário; Financiamento, créditos e finanças solidárias; e Educação, formação e assistência técnica. A 4ª Conaes tem a coordenação do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), por meio da Secretaria Nacional de Economia Popular e Solidária (Senaes), e do Conselho Nacional de Economia Popular e Solidária, sendo convocada no RS pelo Conselho Estadual de Economia Solidária (Cesol) e estruturada através da Comissão Organizadora Estadual, contando ainda com vários apoiadores locais e estaduais, entre eles a Secretaria de Trabalho e Desenvolvimento Profissional do Rio Grande do Sul (STDP). Sobre a 4ª Conaes Com o tema “Economia Popular e Solidária como Política Pública: Construindo territórios democráticos por meio do trabalho associativo e da cooperação”, a 4ª Conaes ocorrerá nos dias 14 a 17 de agosto deste ano, em Brasília, e pretende reunir mais de 1,5 mil delegados e delegadas de todo o país para a elaboração do 2º Plano Nacional de Economia Popular e Solidária, além de representantes de governos (federal, estadual e municipal), sociedade civil, entidades e empreendimentos de economia popular e solidária. A Conaes tem como um dos principais objetivos garantir a plena participação social na elaboração, implementação e gestão de políticas públicas no setor, que se baseia em atividades de produção, distribuição, consumo, poupança e crédito que funcionam de forma autogestionada e colaborativa. A última Conferência ocorreu em 2014 e resultou no 1º Plano Nacional para as iniciativas na área. Com a recriação do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), em 2023, a Secretaria Nacional de Economia Popular e Solidária (Senaes) também foi restabelecida. Sobre dados do setor, Nelsa Nespolo, integrante da comissão organizadora do evento no RS, presidente da Central de Empreendimentos Econômicos Solidários no Rio Grande do Sul (Unisol RS) e diretora presidente das Cooperativas Univens e Justa Trama, explica: “O último dado que temos é que no Brasil existiam 22 mil empreendimentos de economia solidária, reunido mais de 2 milhões de pessoas que se organizavam dessa forma nas diferentes regiões do Brasil. Depois disso, não tivemos mais atualizações. Ela cita a existência de um programa que está contratando 500 agentes no Brasil para fazer esse mapeamento, dentro de um cadastro chamado Cadsol, uma base nacional de informações das iniciativas, permitindo que governos nas diferentes esferas de poder possam obter informações para subsidiar a formulação de políticas públicas adequadas aos diversos tipos e categorias das iniciativas declaradas. “No Rio Grande do Sul, serão 40 agentes circulando no Estado a partir de maio”, adianta Nelsa. Sobre a economia solidária A economia solidária tem origem na Revolução Industrial, na Europa Ocidental, nos séculos XVIII e XIX, tendo surgido como um instrumento de combate à pobreza e à desigualdade por parte da população socialmente excluída. Seu modelo econômico enfatiza a cooperação, a inclusão, a autogestão e a solidariedade entre os participantes por meio da união de forças de trabalho, talentos e do consumo consciente, se baseando em valores como ética, equidade e justiça social. Esse modelo econômico promove a valorização do trabalho local e a sustentabilidade socioambiental, com interações justas e horizontais, tendo como estratégia a valorização do desenvolvimento local, permitindo em sua estrutura e metodologia ações de fomento e geração de emprego e renda, qualidade de vida, valorização das potencialidades locais, articulação entre os atores envolvidos de forma democrática e socialmente SERVIÇOO quê: 4ª Conferência Nacional de Economia Popular e Solidária (Conaes) – Etapa RSData e horário: 28 (7h30 às 18h) e 29 de março (7h às 16h)Local: Escola Mesquita, Av. Forte, n° 77, bairro Cristo Redentor Acesse a programação aqui.

A quem interessa o descarte da história da cidade?

As notícias divulgadas pela Matinal na semana passada me causaram indignação. Após decretar a “perda total” de um acervo de 240 mil pastas por conta das enchentes, a Prefeitura de Porto Alegre simplesmente jogou no lixo milhares de documentos relacionados a processos urbanísticos de imóveis construídos a partir de 1970. Mesmo sob questionamentos de especialistas e do Ministério Público, que alertam que o contato com a água não inviabiliza a sua recuperação, caminhões de lixo levaram embora grande parte do acervo que estava armazenado no prédio da antiga Secretaria Municipal de Obras e Viação (Smov). Em 2023, defendi minha dissertação de mestrado, na qual analisei o conflito territorial, entre a Retomada Kaingang Gãh Ré e uma empresa que buscava erguer um grande condomínio no local (processo também foi acompanhado pela Matinal e, é claro, pelo Coletivo Catarse). Meus amigos mais próximos lembram o quanto fiquei obcecado ao acessar o Estudo de Viabilidade Urbanística (EVU) desse empreendimento, leitura que se mostrou tão fundamental para a pesquisa, quanto o trabalho de campo junto à comunidade. Felizmente, esse EVU estava entre os 5% de arquivos digitalizados antes das enchentes por uma empresa terceirizada. Caso contrário, poderia hoje estar se misturando ao lixo, junto com outras milhares de pastas e documentos descartados sem cerimônia. Lembro-me de como foi percorrer aquele arquivo de mais quinhentas páginas, me senti adentrando em uma “cidade de papel” ou abrindo alguma espécie de “caixa preta”. Era uma coleção de registros digitalizados, com páginas amareladas pelo tempo, planilhas manuscritas ou datilografadas, carimbos, mapas, plantas e recortes de jornais – fragmentos de uma silenciosa história do Morro Santana (e de Porto Alegre) nos últimos 40 anos. Os anexos continham termos técnicos e procedimentos burocráticos que, a princípio, desconhecia. Admito que encontrei desafios para compreendê-los, mas através deles pude refletir sobre várias idas e vindas da aprovação do condomínio, as modificações em seu formato, altura dos prédios, número de apartamentos, de vagas de garagens, dentre outros aspectos do projeto. Entre os achados no EVU, uma coleção de reportagens e pareceres que criticavam o funcionamento das pedreiras no Morro Santana e constataram o desmatamento de 27% da mata nativa da região entre 1956 e 1972. Outra descoberta: um documento de 1975 propunha a transformação de todo o Morro num Parque Natural Periférico (que jamais foi implementado). Essas informações eram completamente desconhecidas para mim, antes do contato com o documento, mesmo morando na região e pesquisando sobre a temática há alguns anos. Parte dos registros descritos por Ruwer. Imagem cedida pelo autor, a partir do EVU do empreendimento. Havia também indícios de irregularidades e inconsistências relativas ao empreendedor e ao projeto urbanístico. Dentre elas, a descoberta de que o terreno estava hipotecado ao Banco Central por mais de 30 anos por conta de dívidas do proprietário. Além disso, o projeto havia sido aprovado mesmo com a argumentação contrária de diversos conselheiros do Conselho Municipal de Desenvolvimento Urbano Ambiental (CMDUA). Aliás, uma descoberta na época repercutiu bastante nas redes sociais: uma pequena rasura de corretivo tinha alterado os limites de construção do terreno, permitindo a expansão da malha urbana sobre uma antiga área de preservação ambiental. Esse EVU foi primordial para embasar denúncias, reportagens e estudos que auxiliaram na tanto na defesa jurídica da comunidade indígena pelo Ministério Público Federal (MPF) quanto no processo demarcatório em andamento junto à Fundação Nacional do Índio (FUNAI). Arquivos como os que estão sendo descartados não apenas documentam o passado: eles atuam diretamente nos acontecimentos, influenciam decisões, afetam vidas e redesenham o espaço urbano. A perda inestimável impactará não apenas arquitetos e urbanistas que manejam essa burocracia no cotidiano de suas profissões, mas qualquer cidadão que precise construir, regularizar ou reformar um imóvel. A cena remete às páginas de A Menina que Roubava Livros, onde livros são incinerados na Alemanha Nazista para apagar ideias inconvenientes. Aqui, não houve fogo, mas o resultado é semelhante: o apagamento de registros que poderiam frear os interesses dos poderosos. A destruição desse acervo, em meio à revisão do Plano Diretor, não é somente um apagamento histórico, mas um golpe contra a memória urbanística da cidade. Sem documentos sobre o passado, apagam-se debates, eliminam-se entraves e aceleram-se obras que, livres de regras, avançam sobre as ruínas da cidade. Luís Gustavo Ruwer  é mestre em Sociologia e integrante do Programa de Extensão da UFRGS Preserve Morro Santana. Contato: lgruwer@gmail.com

2 anos de Maria Maria

O Espaço cultural Maria Maria que ocupa de quinta-feira a sábado a garajona da Comuna do Arvoredo celebrou mais um ciclo de cultura. Dois anos de Marias, habitando a Comuna do Arvoredo e mexendo com nossas vivências e emoções. E se parar para lembrar, a Luizy tem grande parte da responsabilidade por isso tudo. Foi para comemorar seu aniversário, no final de 2022, que essa junção toda se fez. Eu estava lá tocando baixo na sua banda de apoio. Agora, depois de várias participações em eventos promovidos pelas gurias e pela Catarse, tive a oportunidade de estar novamente apoiando sua poderosa voz nesse espaço tão querido por nós. The Misters e Luizy foi mais que diversão. Foi apontamento para futuras parcerias. Que seja longa e produtiva a jornada das Marias. Que seja fértil e divertida nossas futuras “juntadas” de vozes e afetos!Marcelo Cougo | Coletivo Catarse Algumas fotos dessa noite divertida feitas pelo cooperado Billy Valdez.

Dos vales do litoral para o Vale Arvoredo

Ao longo de mais de uma década, o Coletivo Catarse/Ponto de Cultura e Saúde Ventre Livre vem realizando, em parcerias e ações diretas, diversas atividades relacionadas à Palmeira Juçara. Um legado que a cooperativa assumiu a partir do entendimento do que seria uma solução aos problemas socioeconômicos e ambientais – a agroecologia! – e das relações pessoais e institucionais remanescentes dos trabalhos da Rede Juçara. A partir disso, coletando sacos e mais sacos de sementes de frutos despolpados, pricipalmente provenientes de localidades em Maquiné e Três Cachoeiras, litoral norte do RS, o coletivo tomou a iniciativa de semear a lanço uma nesga de mata nativa em recuperação em um sítio em Triunfo, a 40 km de Porto Alegre. Já se passaram 9 anos de uma atividade que marcou o Planejamento Estratégico de 2016 – e a mata virou um berçário de Palmeiras Juçaras. Neste link aqui, é possível conferir que, em setembro do ano passado, foi realizada uma ação de coleta de cerca de 50 mudas, que hoje estão num viveiro montado aos fundos da sede do Coletivo Catarse, na Comuna do Arvoredo – literalmente uma ilha de verde no meio do oceando de concreto do Centro Histórico de Porto Alegre. Essas mudas passaram por alguns meses de consolidação e estão iniciando suas jornadas para novos locais. As primeiras 4, já com crescimento bem evidente, estão a caminho do Vale Arvoredo, um ponto de cultura parceiro, espaço de resistência com vocações ecológicas e de residência artística situado em Morro Reuter. Um local que já foi cenário de trabalhos como Criaturas da Literatura e A Viagem de Jacinto – entre várias outras empreitadas que o Coletivo Catarse já participou. Confere o site do Vale e também esses dois trabalhos aqui abaixo: Também vale a pena assistir à Trilogia O ser Juçara (clique aqui e vá para a página especial sobre a Palmeira Juçara neste site), uma coprodução com a Associação Içara, exatamente o trabalho que gerou as sementes que foram lançadas na mata em Triunfo durante o Planejamento Estratégico da Cooperativa de Trabalho Catarse – Coletivo de Comunicação e Produção Cultural Ltda., em 2016. Nessas fotos abaixo, mais jovens, está a equipe da época em ação (destaque para as participações da então diretora financeira do Coletivo, Patrícia de Camillis, e do Professor Pedro Costa, hoje vice-reitor da UFRGS. Quem planta colhe!

Direito quilombola no papel e nas telas

Com seu território cercado de mega projetos de mineração e geração de energia, a Comunidade Quilombola Vila Nova vem lutando em defesa de seus direitos. Localizado em São José do Norte/RS, o quilombo irá finalizar e lançar neste ano seu Protocolo de Consulta Livre, Prévia, Informada e de Boa Fé em texto e vídeo. O documento um dos primeiros protocolos de uma comunidade quilombola no RS – e primeiro a estar disponível também no formato audiovisual – busca evitar violações de direitos e defender o modo de vida tradicional baseado na agricultura e pecuária familiar.

Papangu: Sonoridade do Sertão nordestino invade Porto Alegre

Na noite de 27 de janeiro, nas dependências do RR 44 Complexo Artístico, estúdio em Porto Alegre, ocorreu um evento de hipnose coletiva. O show da banda paraibana Papangu transportou o público para o meio do Sertão nordestino, ao mesmo tempo que foi capaz de levar todos a muitos outros cantos desse nosso planeta, com sua sonoridade contemporânea, universal e regional, tudo ao mesmo tempo. Coisa que nossos irmãos do Nordeste sabem fazer como poucos. As 40 pessoas privilegiadas que puderam viver esse momento certamente não o esquecerão tão cedo. Tudo funcionou bem e nem as pancadas de chuva, tão comuns no verão porto-alegrense, atrapalharam o bom andamento das coisas. A casa que recebeu o espetáculo é diferenciada no som e no atendimento, até mesmo na magia das relações humanas e no encantamento de fazer e viver da arte nesse país. A produção foi direta e eficiente e a banda… A banda, deixo o convite para que toda gente possa ouvir e tirar suas conclusões. Suas músicas podem ser acessadas pelo Spotify, YouTube, entre outras plataformas. Sua trajetória, que nesse momento percorre o Brasil de Sul ao Norte, pode ser acompanhada pelo perfil @papangu.br. Aqui fica a dica de, sempre que possível, se apoie os artistas que disponibilizam de forma gratuita suas músicas. As plataformas quase nada pagam. Por isso, consumir produtos como mídia física, camisetas, adesivos, ir aos shows, faz toda a diferença na vida dos artistas. E foi isso que fizeram o Théo e o Fernando, dois guris de Canoas que já haviam acompanhado a banda no seu primeiro show em terras rio-grandenses, no famoso Rock na Praça de Esteio, e, na segunda, estavam lá no Estúdio RR44, para mais uma noitada de peso, técnica e musicalidade explícitas. Cantando todas as letras das canções, a dupla conheceu e virou fã através das plataformas digitais, não perdendo a oportunidade de, ao vivo, fazer aquilo que mais transforma nosso cotidiano: viver a arte. Aliás, viver a arte, fazer a arte, é tudo que a canalha facho mais detesta. Por isso é que devemos amplificar nosso modo de agir, ainda mais no underground. Por isso, também, todo apoio às bandas, às casas que recebem essas bandas, às produtoras que se aventuram nesse mar por vezes tão incerto. Pra finalizar essa conversa, trago um pouco do que conversei com Marcel Bittencourt, um dos produtores do evento junto com o Jaydson, que assistiu a banda no Knot Fest em São Paulo e, com a visão da oportunidade, aproveitou a gira pelo Sul, que incluiu um show em Floripa, além da Praça Coração de Maria, em Esteio, para erguer, em duas semanas, o evento que aqui estamos relatando. Tudo isso enfrentando o maior desafio para quem quer produz música no underground brasileiro: a falta de recursos financeiros para qualificar os trabalhos. Isso acaba impactando, como bem destacou Marcel, inclusive nas iniciativas a longo prazo, como bandas, produtoras, técnicos e afins. Aliás, em uma sociedade onde a grana é a régua mais utilizada para medir as coisas, faz com que muitas pessoas competentes e criativas acabem ficando pelo caminho. O underground é dureza mas também é possibilidade, Foi o que aconteceu nesse caso, uma junção de uma banda musicalmente diferenciada mas que também se organiza de maneira mais profissional, se encontra com produtores que querem colocar o sarrafo mais pra cima, com uma casa onde a estrutura de som e acolhimento é muito boa e um público atento e sabedor de suas responsabilidades enquanto agentes que promovem a cultura e a as artes. Que venham muitos outros Papangus. Que nosso ano seja cheio de iniciativas de coragem e criatividade! Texto: Marcelo CougoFotos: Billy Valdez

Carijo rebelde em Erval Grande

A fumaça do braseiro subia em direção às folhas e galhos. A água esquentava lentamente no fogo. O galpão protegia o carijo – originária estrutura para secar erva-mate – de eventuais pancadas de chuva ou do sereno da madrugada. Os viventes reunidos proseavam em roda.

A música é o que move: no ar, plataforma que traz visibilidade ao atual rock gaúcho

Quando a música está no sangue, as mentes são criativas e a amizade avança além dos palcos, mesas de bares e conversas de rolê. Esses encontros é que fazem os projetos saírem do papel e, por vezes, beneficiar muito além dos envolvidos.Jaydson Gomes, guitarrista e vocalista e empreendedor de tecnologia, e Homero Pivotto Jr, vocalista das bandas Diokane e T.S.F (Tijolo Seis Furos), que atua também como jornalista, se uniram para criar um projeto musical que não envolve necessariamente criar música, formar uma banda e tocar um instrumento. “É como se fosse uma playlist, só que aberta para todo mundo. O Novo Rock Gaúcho permite um panorama mais completo sobre os artistas do que os streamings ou redes sociais. É um espaço centralizado e de fácil navegação. É algo que pode ser usado pelos próprios músicos como material de apresentação.” Jaydson O “Novo Rock Gaúcho” , nome da iniciativa, é uma ideia que começou como uma playlist do Spotify para destacar a cena rockeira do Estado. Mas nem todos amantes da música utilizam o player para consumir e conhecer músicas, bandas, artistas.Então, o projeto se torna uma plataforma, ganha um site para facilitar o acesso e possibilita agregar mais dados sobre os artistas listados (tipo de som, descrição, redes sociais, onde escutar, links importantes, fotos e vídeos).O nome do projeto leva o rótulo de “rock” onde tudo começou, mas busca contemplar também outros gêneros, do pop ao trap e rap, passando por MPB, blues, jazz e possíveis combinações sonoras. “A iniciativa funciona como catálogo. Pode parecer simples e talvez até óbvio, mas, no momento, faz sentido para visualizarmos com alguma clareza a quantidade e a qualidade musical destes pagos em que vivemos. Isso ajuda não só quem toca a aparecer, mas ouvintes e até mesmo colegas de imprensa, produtores de eventos e casas de shows a encontrarem novidades.” Homero Para fazer parte, o artista ou banda submete seu cadastro no portal Novo Rock Gaúcho, ganha uma espécie de perfil próprio e uma página dedicada onde se encontram todas as informações enviadas. É criado assim um banco de dados, uma forma de repositório do que está sendo produzido no cenário gaúcho da música. Os interessados podem enviar material pelo link “Submeta” no topo da página e preencher o formulario. Acesse e conheça, se puder compartilhe. Os artistas agradecem.https://novorockgaucho.com

Ações Continuadas, uma realidade em andamento que vai seguir em 2025

Já há algum tempo, em se vencendo a pandemia, o Coletivo Catarse/Ponto de Cultura e Saúde Ventre Livre veio paulatinamente retomando atividades culturais das mais diversas. Com sede em um local histórico, propício a ações do tipo – como a Comuna do Arvoredo, desde 2019 – e com a chegada, em 2023, da Maria Maria Espaço Cultural, o que se vê hoje em dia é uma consolidação de uma programação diversa e continuada intermitente já há pelo menos 2 anos no Centro Histórico de Porto Alegre. Com o aprofundamento das parcerias e a organização compartilhada das ações, vieram os projetos – pelo menos 3 editais (Funarte Retomada RS, PNAB POA Cultura Viva e PNAB Sedac-RS Cultura Viva) compõem a garantia de que 2025 seguirá a todo vapor. Serão ofertadas oficinas (Teatro para crianças, Produção Audiovisual para crianças e Discotecagem/Hip Hop com DJ Piá) e uma programação intensa com mais de 40 datas garantidas, com teatro, música, gastronomia, sessão de filmes, talk show e muito mais. “São as redes de relações desses coletivos que impulsionam as ideias e sonhos e os tornam realidade. A gente vem trabalhando insistentemente, de forma militante, com essas parcerias como a que temos com as gurias do Maria Maria, que são fundamentais nessa proposta. Fomos fazendo devagarinho, realizando… Aí, conseguimos emplacar esses 3 editais, que é um reforço econômico fundamental para a gente ter segurança na manutenção da programação e para dar um apoio concreto e fazer isso tudo chegar em mais pessoas.” – é a reflexão que faz Gustavo Türck, um dos coordenadores do Ponto de Cultura e dos projetos inscritos. Gustavo e seus colegas já sabem que, com um grande calendário à frente, a estrutura deve aumentar, mais pessoas devem se agregar nas relações, e a tendência é que o trabalho aumente. “Vamos penar, mas vamos seguir investindo nosso tempo e os recursos que tivermos disponíveis. Vem mais gente pra somar nas ações, acho que vamos melhorar muito na comunicação e divulgação de tudo, mas uma das coisas principais é que a luta pela sustentabilidade está melhorando. E é aquela coisa, quanto mais a gente fizer e melhor realizar, mais retorno todos terão.” – complementa Bruno Pedrotti, atual Diretor Financeiro da cooperativa. Há um sem número de atividades já realizadas, inclusive, sob o apoio de um desses editais. Nesses últimos 3 meses do ano, foi possível garantir apresentações de músicos populares da história do samba porto-alegrense, de mulheres pretas em luta, de dupla que canta a reflexão do mundo sob o panorama agroecológico, tangos, choros e milongas e discotecagem do clássico DJ Piá, um dos grandes comunicadores da saudosa Ipanema 94.9 FM. Piá, inclusive, transformou a garagem montada, de uma quinta-feira singela de noite do vinil, em uma pequena pista de discoteca. Quem foi curtir a noite nas Marias caiu no groove… E durante a “Festa da Cultura Afro na Rua”, quem deu sua graça foi THS. Teve SintropSons cantando agroecologia. E, na festa da culinária afro – sob o comando de Kyzzy Rodrigues -, o companheiro Vlad e Fábio Fernandes receberam Renato Borba, uma figura histórica do samba antigo do sul do Brasil, mas que tem muito pouco material de registro. 2024 termina assim, consolidando uma ideia de programação continuada, com muita diversidade de artes e artistas e de público, que passou pela Garajona da Comuna do Arvoredo, na Maria Maria Espaço Cultural (todas quintas, sextas e sábados sempre com algo para curtir) e com estrutura e apoio do Ponto de Cultura e Saúde Ventre Livre. E é isso tudo que torna possível ao Coletivo Catarse projetar e disputar esses editais que devem garantir muito mais programação em 2025.

Festival da Mirabal

Dia 24 de novembro aconteceu mais uma edição do Festival da Mirabal. Nesse ano, o evento aconteceu na Travessa dos Cataventos, na Casa de Cultura Mario Quintana, Centro Histórico de Porto Alegre.O Festival da Mirabal é um evento anual que acontece em ocasião a data de 25 de novembro, Dia Internacional de Combate à Violência Contra as Mulheres, escolhida em memória as Irmãs Mirabal, assassinadas pela ditadura de Trujillo na República Dominicana, e marca um dia de luta contra a violência machista e patriarcal. Há 8 anos, nesse mesmo dia, nascia a Ocupação Mulheres Mirabal em Porto Alegre, um espaço de acolhimento e abrigamento para mulheres em situação de violência. Organizada pelo Movimento de Mulheres Olga Benario, é a segunda ocupação de mulheres da América Latina e uma das 26 construídas pelo movimento no Brasil. O evento contou com feira de arte e artesanato , Roda de Slam Poesia e apresentações musicais de Mariele Aduké, Vicky Motta, The Monkeys Club, Os Replicantes e o Bloco Avisem a Shana. O festival teve o apoio da Casa de Cultura Mario Quintana, do Térreo CCMQ e das produtoras FitaLab, Garagem StudioPub, Coletivo Catarse e Ventre Livre Ponto de Cultura. As Fotos são de Ju Koetz e Ana Monjeló. Veja mais fotos no link: https://www.instagram.com/p/DC2nMQsRaxd/?img_index=1